Um bebê que nasceu sem rosto – sem olhos, nariz e parte do crânio -, gerou escândalo por negligência médica em Portugal. No entanto, a situação ficou ainda mais bizarra. O obstetra que acompanhou a gravidez – e que não detectou as más-formações – exercia a profissão apesar de ter quatro processos disciplinares abertos.
A divulgação do caso do pequeno Rodrigo, o bebê “sem rosto”, como está sendo chamado pela imprensa lusitana, ocorreu nesta quinta-feira (17). O caso está sendo investigado pelo Ministério Público português, mas só depois da denúncia apresentada pela mãe da criança.
De acordo com o relato da família ao jornal Correio da Manhã, os pais foram atendidos durante toda a gravidez pelo obstetra em uma clínica particular. Conforme depoimento, foram realizadas três ultrassonografias, mas em nenhuma delas o especialista percebeu más-formações no feto.
A situação ficou mais estranha quando os pais realizaram uma ultrassonografia 5G em uma clínica diferente, na qual foram alertados que não estava tudo bem.
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A família argumenta que levou esse diagnóstico ao obstetra anterior, que desmereceu a análise e garantiu que não havia nenhum problema. Mas a realidade foi muito diferente.
Quando Rodrigo nasceu, no dia 7 de outubro, no Hospital de São Bernardo, situado na cidade de Setúbal, ao sul de Lisboa, foi constatado que o bebê não tinha olhos nem nariz, e que também faltava parte do crânio.
Os médicos deram ao bebê uma previsão de poucas horas de vida, já superadas. Em meio às ações judiciais, o caso se tornou um escândalo após ser noticiado que o médico já havia se envolvido em polêmicas.
O especialista tem quatro processos disciplinares abertos na Ordem dos Médicos de Portugal, disseram à Agência Efe fontes da instituição, que se recusaram a dar mais detalhes sobre os processos.
O presidente da entidade, Miguel Guimarães, expressou publicamente a solidariedade com a família do bebê e deixou claro que, “diante da gravidade dos fatos relatados”, pediu esclarecimentos ao representante do conselho disciplinar correspondente.
“Reitero o forte apelo que já realizei em outras ocasiões (ao conselho disciplinar) no sentido de poder contar com uma ação rápida, eficaz e justa nos casos analisados, que dignifique a profissão médica e que proteja os pacientes”, acrescenta Guimarães em comunicado.