‘Não é sobre estar com roupa’: em SC, Luísa Sonza dá recado sobre mudanças no figurino 5k134a

Cantora conversou com o ND+ a respeito das mudanças para um figurino menos sensual sem se privar da liberdade artística, dando recado ao machismo z145v

Luísa Sonza precisou dar mais um recado para quem tenta justificar o sucesso dela por terceiros ou por conta de seu corpo, a gaúcha mudou o figurino do show literalmente para “calar” a boca dos machistas de plantão.

A artista conversou com o ND+ pouco antes do Baile da Braba na última sexta (10), em Balneário Camboriú Litoral Norte de Santa Catarina, na entrevista Luísa falou como seus fãs receberam as mudanças no figurino.

Luísa Sonza falou ao ND+ sobre as mudanças no figurino – Foto: Reprodução/InternetLuísa Sonza falou ao ND+ sobre as mudanças no figurino – Foto: Reprodução/Internet

“Para ser fã tem que me aceitar do jeito que eu sou. Eu sempre tento entregar o máximo que eu posso para eles, entrego o que eles gostam e se eu estou me sentindo bem do jeito que eu estou fazendo as coisas eu acho que eles gostam também”, destacou Luísa.

As mudanças no entanto não limitam a artista. Luísa reforçou que ela é livre para mostrar todos os lados de sua arte e estilo. “Não é sobre estar com roupa ou não, não é nem sobre estar com ou sem roupa. Isso não deveria ser uma questão. Eu só estou mostrando esses lados e vou continuar mostrando esse e vários outros, e eu gosto de tudo isso, eu gosto de estar com muita roupa, gosto de estar sem roupa, eu sou livre para fazer arte da forma que eu quero”.

Veja a entrevista ao ND+ na íntegra: 532l2q

Luísa Sonza conversou com o ND+ sobre as mudanças no figurino e lançou apelido para Balneário Camboriú – Vídeo: Kassia Salles/Arquivo/ND

“Só para calar a boca dessa galera” 3s3a3e

Recentemente em conversa com os amigos Rafa Uccman e Lucas Guedez no “pocCast“, Luísa destacou que as mudanças, mesmo que temporárias, são para mostrar que ela sabe fazer show desde muito antes de existir “Luísa Sonza”.

“Quando começou a rolar muito da galera falar que meu show só era bom porque eu mostrava meu corpo, eu falei: ‘Beleza, vou me vestir completamente e mostrar que meu show é muito ….., independente disso’”, começou.

“Aí entrei nessa era agora. Modéstia à parte, se tem uma coisa que sei fazer na minha vida é show. Antes de ter carreira solo, fiz 10 anos de banda de casamento e vocal. Eu sei fazer show! Isso é a minha vida antes da Luísa Sonza, antes de eu ir para o pop. Faço o show inteiramente vestida há dois meses para calar a boca da galera”, afirmou.

Nunca é “só roupa”, vestir é um ato político 511j6l

Neste caso, infelizmente, Luísa não está sozinha. Mulheres estão habituadas a serem julgadas quase que o tempo inteiro pelo que vestem além de ter que pensar na própria “segurança” no caso se precisarão pegar ônibus, se vão voltar à noite, se terão companhia, entre outros  fatores, antes de decidir o que vestir (e não, não é por vaidade!).

Para as mulheres a roupa é uma ferramenta que demanda investimento de tempo e carga mental. No livro “Mulher, roupa, trabalho: como se veste a desigualdade de gênero”, a produtora de moda Thais Farage e a advogada Mayra Cotta tratam sobre como moda vai além do superficial.

> Muito além do figurino: como a ‘roupa de trabalho’ fala sobre desigualdade de gênero e política u6h28

Para a produtora de moda Marcela Casagrande, o motivo pelo qual alguns grupos são subjugados pelo que vestem tem origem na construção de uma sociedade fundamentada não só no machismo, como também no racismo.

Marcela Casagrande é produtora de moda e comenta como moda é, sobretudo, política – Foto: Arquivo PessoalMarcela Casagrande é produtora de moda e comenta como moda é, sobretudo, política – Foto: Arquivo Pessoal

Negros também pensam na roupa como proteção: sair “desarruado” de casa ou ear na vizinhança sem camisa, mesmo ainda criança, pode significar ser confundido com um criminoso ou suspeito a ponto de levar uma investida violenta da polícia.

“A sociedade cresceu com um imaginário social baseado no racismo e isso se perpetua por meio de diversas formas: muitas vezes pela linguagem, com comentários e falas, e outras vezes por meio de ações. Um exemplo é como o racismo perpetuou a ideia das ‘mulheres da cor do pecado’ e como isso foi o pedestal fundamental para a construção de estereótipos que exaltam a sexualidade e o erotismo da mulher negra, resultando na hipersexualização delas”, explica Malu.

Infelizmente a liberdade plena das mulheres em relação ao que vestem ainda está distante. É necessário uma quebra de padrões machistas e racistas profundos, para que estes grupos sejam considerados verdadeiros donos de seus corpos.

“Estamos muito longe do ideal e acredito que para um dia atingirmos isso seria necessário mais ações afirmativas: legislações e políticas públicas eficientes no que diz respeito a igualdade de gênero e raça”, destaca Malu, produtora de moda.

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