Sheinlândia: a marca de fast fashion que dominou as redes sociais

Fast fashion chinesa que encantou a maioria dos jovens brasileiros pelos preços íveis durante a pandemia tem história polêmica; confira

Hello, leitores! Já ouviram falar da marca barata e de fast fashion Shein, que ficou conhecida como Sheinlândia?

Entrar no site e aplicativo da varejista chinesa Shein se tornou rotina para muitos brasileiros durante a pandemia de Covid-19. Eles expõem em seu site e APP, a diversidade de peças de roupas e órios a preços muito abaixo dos encontrados no mercado nacional, que encantam e fazem saltar os olhos tanto quanto os cupons de desconto que a loja oferece a cada nova visita do usuário. Disponibilizam frete grátis e descontos super convidativos!

A Shein foi fundada em 2008, e hoje atrai a clientela jovem principalmente pelas redes sociais, mas não só pelo Instagram onde tem 21,6K de followers.  Também há diversos vídeos de pessoas provando roupas e órios da marca que  viraram tendência tanto entre instagrammers quanto entre os influenciadores do TikTok

São mais de 500 itens novos que entram para o catálogo da marca todos os dias, como a proprietária declara. Além da ausência de um código de ética no site ou aplicativo da companhia, as receitas da varejista também permanecem às escuras.

Um artigo da Forbes estipula, no entanto, que estejam estimadas em mais de US $10 bilhões anuais e continuaram a crescer durante a pandemia.

Sheinlândia: a marca de fast fashion que dominou as redes sociaisLook fast fashion. -Reprodução: Pinterest/ND

A Shein vende apenas pela internet, não possui loja física e investe numa rede extremamente grande de distribuição ao redor do mundo: a marca faz envios para 220 países, com sites na Europa, Estados Unidos, Oriente Médio e Austrália.

Foi pela web que Kelly Cabral, estudante de moda, conheceu a marca. “Eu uso muito o Twitter e começaram a aparecer várias propagandas da Shein, mas eu nunca dei muita atenção, até o momento em que uma amiga próxima minha comprou bastante coisa”, conta ela, complementando que a pandemia também a impulsionou na compra.

“Eu provavelmente não teria dado atenção para a Shein se estivesse em um momento normal. Eu consumi mais na pandemia porque o dinheiro que eu usava pra sair, ir ao cinema, restaurante, eu apliquei tudo em compras online”, conclui.

Vamos lá, durante a pandemia que estamos vivendo a marca atraiu uma grande clientela, principalmente os jovens, devido ao baixo valor das peças, o que desperta também a atenção sobre as problemáticas do modelo de produção. Quando se entra no site, BOOM, preços de  croppeds de 20 reais, bolsas de 30 reais e órios por até menos de 10 reais, uma consumidora não pode deixar de pensar: “certamente, as pessoas que estão fazendo isso não estão sendo remuneradas como elas deveriam”.

A professora e pesquisadora de Moda da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Neide Schulte, afirma que “roupas baratas sempre têm um custo alto, social e ambiental”.

Ela complementa que a Shein é um bom exemplo do sistema de loja Fast Fashion, o que, segundo ela, é um modelo preocupante. “Por que a gente precisa comprar tanta coisa? Às vezes, as pessoas não têm nem pra onde ir, principalmente agora na pandemia. Então, o consumo acaba sendo um escapismo. A pessoa consome para preencher algo que está faltando, mas será que o consumo é a solução?”, questiona a pesquisadora, que também coordena o Programa de Extensão Ecomoda da Udesc.

Sheinlândia: a marca de fast fashion que dominou as redes sociaisLook fast fashion. -Reprodução: Pinterest/ND

Não só o caimento como o tecido das roupas surpreenderam a consumidora Eduarda Buocco. “A qualidade das roupas é parecida com a Renner e com aquela Pop Me também. Não achei ruim pelo preço”, comenta a estudante, comparando as peças com lojas de Fast Fashion brasileiras.

Ela afirma que nunca teve problemas com tempo de entrega ou alfândega.  Eduarda conta ainda que indicou a loja para quem a perguntou, mas com alguns comentários, principalmente porque estuda questões relacionadas ao trabalho escravo e infantil no segmento Fast Fashion.

Além dessa problemática, ainda ocorreram casos de plágio em que a Shein esteve envolvida. Neste ano, a influenciadora digital Jade Picon denunciou em seus stories no Instagram que a Shein teria copiado as estampas de sua marca, a Jade Jade, e que esta não teria nem sido a primeira vez. Em resposta, a Shein declarou que removeu as peças do site e estava tratando da situação com a influenciadora.

Marca fast fashion mais polêmica que essa, estou pra ver, viu? Eu não conhecia a marca, realmente o preço de acordo com tudo que eu li foi o maior atrativo a todas as consumidoras da marca. Porém, trabalho escravo o Mundo Maria não aceita.

Fonte: “Sheilândia: a marca de fast fashion que dominou as redes sociais”, de Fernanda Kleinebing, Maria Clara Flores e Isabela Martins (UFSC).

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