A vereadora Cíntia de Moura Mendonça (PSOL) entrou nesta quarta-feira (1º) com um pedido de ação direcionado à Prefeitura de Florianópolis sobre o vazamento de esgoto na praia do Morro das Pedras, no Sul da Ilha de Santa Catarina. O problema é recorrente há três semanas.

Cíntia pede que a Vigilância Sanitária fiscalize o esgotamento a céu aberto em frente ao mar e que investigue todas as conexões hidráulicas das moradias que possuem seu escoamento pluvial conectado com a drenagem que escoa no local.
A parlamentar sugere notificar e orientar os moradores para implantar o sistema de tratamento do efluente doméstico. A vereadora baseia o pedido no artigo 163 da Lei Orgânica do Município, que determina que a prefeitura adote medidas para combater todo tipo de poluição.
Por meio de nota enviada para reportagem nesta quinta-feira (2), a Vigilância Sanitária garantiu que os fiscais têm acompanhado essa demanda desde outubro do ano ado. “A drenagem do local é muito antiga e a por baixo de propriedades privadas. Com isso, os fiscais estão verificando o comportamento do solo e se está afetando algum sistema antigo ou algum sistema de infiltração local dos terrenos. (…) Os fiscais estão verificando caso a caso, para evitar o lançamento de efluentes domésticos para a drenagem que é exclusiva de chuvas. Como na região o sistema adotado para tratamento de esgoto é individual, existe inclusive a possibilidade de infiltração de esgoto não intencional chegando à rede pluvial”, informou a Vigilância Sanitária.
Quanto a resposta à vereadora, a Vigilância Sanitária informou que será enviada com todos os relatórios, assim que o documento for entregue à Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde. “A Vigilância Sanitária espera continuar contando com a colaboração da comunidade, com denúncias, para seguir com novas fiscalizações”, garantiu.
A Floram (Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis), informou na última segunda-feira (30) em nota que está apurando a ocorrência. Até esta quinta-feira (2), não havia atualização.
“Tão logo detenha informações conclusivas, divulgará aos meios de comunicação. Recomenda-se que, caso constatado qualquer substância ou material externo, a população mantenha distância”, alertou o órgão.
Vídeo mostra substância empossada na faixa de areia da praia – Vídeo: Boletim Ponto Surf/Divulgação/ND+
Problema recorrente k6r6l
A substância tem cheiro de água podre e está “empoçada” na praia há três semanas, segundo o biólogo e morador da região, Marco Perotto. Ele ressalta que a substância chega de locais próximos e desemboca na praia, lugar mais baixo no bairro.
Em períodos chuvosos, o material é levado até o mar, pois a água cria um corredor que leva a sujeira até o oceano. “Quando temos estiagem, [o material] fica parado na areia”, disse o biólogo em entrevista ao ND+ na última segunda-feira.
O problema é percebido pelos moradores há vários anos, mas fica mais recorrente durante o verão. “Pelo menos uma ou duas vezes ocorre esse acúmulo da água na praia. Acompanho alguns anos, mas nunca ficou tão fedido como agora”, ressalta o biólogo.