Transição energética não pode ameaçar os 36 mil empregos no setor, defende Fernando Zancan 2g146l

Presidente da Satc reforçou a necessidade de uma transição energética justa, que mire nas reduções de emissão de carbono; ele defende ampliação nacional de política adotada em SC

O presidente da ABCM (Associação Brasileira de Carvão Mineral), o criciumense Fernando Zancan, defendeu nesta terça-feira (7) a chamada transição energética justa, que reduza as emissões de carbono mas que ocorra sem ameaçar os cerca de 36 mil empregos na indústria do carvão no Sul do Brasil.

“Ao acabar com o fóssil da forma que está se tratando hoje [sem responsabilidade] vamos criar uma crise econômica sem precedentes na sociedade. Não precisamos acabar com eles, mas sim com as transmissões de gases efeito estufa”, distinguiu Zancan durante o 49º CNPE (Congresso Nacional dos Procuradores dos Estados e Distrito Federal), em Florianópolis.

Zancan defende transição energética justaFernando Zancan destaca necessidade de investir em tecnologias que retirem CO² – Foto: Reprodução/ND

A palestra de Zancan sobre “Segurança Energética” foi a quarta do “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, que contou também com discussões sobre diversidade nas procuradorias federais, a saúde dos procuradores e as transformações na conduta do STF (Supremo Tribunal Federal) nas últimas décadas.

O presidente da Satc relembrou o período de grave recessão que o setor ou com a desregulamentação encabeçada pelo governo Collor ainda nos primeiros anos da década de 1990. “Já amos por uma ‘transição’ em Santa Catarina quando o Collor desregulou o setor carbonífero e 12 mil pessoas ficaram sem emprego”, rememorou.

Para ele, ao invés de abolir o uso do carvão, é necessário investir em tecnologias que retiram carbono dos fósseis. “A indústria de captura de carbono está vindo aí cada vez mais rápido”, destacou. Um dos polos de inovação que busca saídas aos desafios da transição energética é a Cidade do Conhecimento, iniciativa da Satc instalada em Criciúma.

Zancan também foi enfático contra a “vilanização” dos combustíveis fósseis ao destacar a importância da mineração em um mundo cada vez mais eletrificado, onde carros elétricos tomam o espaço dos automóveis movido a combustível. “A eletrificação exige mais mineração”, destacou.

“Só com energia renovável, e com energia renovável variável, não temos segurança energética”, pontuou.

Política de transição energética justa deve ser ampliada nacionalmente, defende palestrante – Foto: Cristiano Andujar/Divulgação/NDPolítica de transição energética justa deve ser ampliada nacionalmente, defende palestrante – Foto: Cristiano Andujar/Divulgação/ND

Ampliação do programa de transição energética sancionado em SC 1h1w3q

O presidente da Satc reforça ainda que o programa de transição energética justa aprovado por Santa Catarina em janeiro de 2022, que tem como base a responsabilidade socioeconômica do processo, deve ser ampliado aos demais estados brasileiros.

A legislação regula como deve ser o processo de mudança em direção à economia de emissão de baixo carbono, “mediante a distribuição equânime dos custos e benefícios dessa transição, garantindo a inclusão socioeconômica das regiões ligadas à cadeia produtiva impactada”.

Zancan elogiou o pioneirismo catarinense. “[O Brasil] precisa de um plano, um marco regulatório para a transição energética. Não deve ser um plano de governo, mas de Estado”, enfatizou Zancan, ressaltando a necessidade de uma política que não seja perene.

A programação da 49ª edição do CNPE persiste até quinta-feira (9), no Costão do Santinho.

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