SC lidera obras de alargamento de praias no Brasil e pesquisa alerta para impactos ambientais 1m4w68

Para os próximos anos, o litoral brasileiro projeta mais 10 empreendimentos de alargamento de praias, mas pesquisa da UFSC alerta para consequências

Entre 2018 e 2023, Santa Catarina destacou-se como o Estado mais ativo na realização de projetos de alargamento de faixas de areias. Foram quatro intervenções: Canasvieiras e Ingleses, em Florianópolis, Balneário Piçarras e Balneário Camboriú. No entanto, uma pesquisa da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) alerta para os impactos ambientais desse tipo de intervenção.

Obras de alargamento na praia dos Ingleses foram concluídas em março de 2023 – Foto: Divulgação PMF/NDObras de alargamento na praia dos Ingleses foram concluídas em março de 2023 – Foto: Divulgação PMF/ND

Alargamentos no litoral brasileiro 3k2vh

O cenário nacional contou com 14 alargamentos durante esse período e, para os próximos anos, há mais dez empreendimentos do gênero projetados para o litoral brasileiro. Destaque para Itapoá, Litoral Norte de Santa Catarina, com o maior projeto do país, ao custo de R$ 480 milhões e com utilização de 12 milhões de metros cúbicos de sedimentos.

Imagens mostram erosão em praia de Itapoá, a cidade mais ao norte do litoral catarinense - Foto: Prefeitura de Itapoá/NDImagens mostram erosão em praia de Itapoá, cidade do extremo-norte do litoral catarinense – Foto: Prefeitura de Itapoá/ND

Em outubro de 2023, porém, o Ecoando Sustentabilidade, projeto de pesquisa e extensão da UFSC,  emitiu uma nota técnica. Nela, o grupo alerta sobre as consequências ambientais das dragagens e aterros em praias arenosas.

A nota destaca a crescente dos alargamentos de praia no litoral catarinense e analisa os projetos à luz das mudanças climáticas e da erosão costeira, propondo atualizações normativas para esse tipo de empreendimento.

Alargamentos realizados em FlorianópolisComparações realizadas demonstram que estudos de impactos ambientais realizados em obras de alargamento em Florianópolis foram insuficientes – Foto: Reprodução/ND

Ainda, o relatório classifica como “errôneo” o argumento de que as obras nas praias têm impactos locais s e aponta impactos em áreas vizinhas, destacando a contínua liberação de material durante o processo de estabilização da berma da praia, além da contaminação da água e do ar por poluentes diversos.

O Ecoando Sustentabilidade baseou-se na análise das licenças ambientais de projetos de alargamento entre os anos de 2018 e 2023, abrangendo obras em Jurerê, Canasvieiras, Ingleses e Balneário Camboriú.

A nota técnica afirma que “em todas as praias alimentadas artificialmente têm ocorrido processos erosivos mais intensos, como mostram os degraus formados na orla e o sumiço de parte da areia de Balneário Camboriú”.

Os autores também detectaram problemas em praias próximas às alargadas. Canajurê, que fica entre Canasvieiras e Jurerê, recebeu tanta areia que tem causado transtornos no embarque e desembarque de uma marina.

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