O incêndio que atingiu neste sábado e domingo (2) o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, na Grande Florianópolis, destruiu área aproximada de 90 hectares, equivalente a 90 campos de futebol, de acordo com o IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina). Agora, o órgão prepara um plano para a recuperação da área.
Incêndio foi extinto na Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, no fim da manhã deste domingo – Vídeo: Corpo de Bombeiros/Divulgação/ND
Os focos de incêndio começaram no sábado e foram controlados somente na manhã deste domingo (2), quando três focos ainda persistiam. “As chamas se concentravam em áreas distantes de casas e a diminuição do vento contribuiu de forma positiva com a evolução dos trabalhos”, destacam os bombeiros militares.
Para dimensionar o estrago, o IMA realizou analise técnica de imagens de satélite nesta segunda-feira (3), obtidas pela Gerência de Gestão de Informações Ambientais e Geoprocessamento ligada à Diretoria de Engenharia e Qualidade Ambiental do IMA.
Conforme o IMA, a Baixada Maciambú, região atingida pelos fogos, forma um “sistema único no mundo, formada por restinga que se estabelece sobre uma planície de cordões arenosos na forma de semicírculos, resultantes das oscilações do nível do mar durante milhares de anos”.

Há espécie ameaçadas de fauna e flora da região, como a anta e a flor Commelina catharinensis. “Embora a restinga tenha uma boa resiliência em relação ao fogo, os impactos tendem a demorar muitos anos para serem mitigados, podendo nunca ocorrer de fato, já que o ecossistema nunca voltará a ser como antes”, destaca o IMA.
Em 2019, um incêndio destruiu cerca de 820 hectares do Parque – mais de 800 campos de futebol.

Recuperação da área 3c1s51
Para recuperar a área, o IMA em parceria com a co-gestora da Unidade de Conservação, Instituto Çarakura; o Instituto Tabuleiro, e demais instituições que fazem parte do Placon (Plano de Contingência) de enfrentamento aos incêndios na Baixada do Maciambú, planejam uma série de ações para restauração do local.
“Uma delas é intensificar a fiscalização nas imediações do parque e reforçar o trabalho de conscientização da população para informar, orientar, e estimular as pessoas a adotarem comportamentos imprescindíveis à conservação ambiental como: não realizar queimada de lixo, entulhos, bitucas de cigarro em meio à vegetação, visto que, a maioria dos incêndios na área são provocados por ação humana intencional”, destaca o IMA.
O plano agora será realizar técnicas de restauração com o apoio das equipes que atuam na unidade; comunidade; sociedade civil organizada e instituições de pesquisa, para que esse processo possa ser acelerado.