Eles estão nas quadras, gramados, pistas e praias de Santa Catarina, do Brasil e do mundo. Nas carteiras de identidade, a evidência: nasceram depois dos anos 2000. Nesta reportagem, dividida em duas partes, hoje e na próxima terça-feira (1), reunimos sonhos de crianças em almas de grandes atletas. Eles são promessas do esporte catarinense.

Kelvin Soares, presidente da Fesporte (Fundação Catarinense de Esporte), acredita que Santa Catarina tem o maior celeiro esportivo do país.
“Alguns vetores do esporte são muito conhecidos. O da saúde ficou muito em evidência na pandemia. O vetor educacional também, pois o erro é cobrado, o que cria disciplina. A questão do desenvolvimento social também é importante, porque gera oportunidade”.
Nesta primeira reportagem, uma atleta de futebol que treina com meninos, uma patinadora que gosta de manobras radicais e dois promissores talentos do tênis, formando uma bela mostra do futuro do esporte catarinense, nacional e quiçá mundial.
Uma promessa no futebol feminino 3b1p3n
Natália Pereira, de Florianópolis, tem 11 anos e começou a jogar bola aos cinco “imitando o irmão”, Vinícius Linhares. Foi o pai, jornalista esportivo, quem enxergou e acreditou primeiro no talento:
“Ela bate diferente na bola”, disse Fabiano Linhares em casa para a mulher, Karyna Pereira, também jornalista: ‘coisa de pai coruja’, disse a mãe em princípio. Para a Nati, ficou decidido: seria jogadora de futebol.

Desde 2018, todo mês, ela treina uma semana no Centro Olímpico, em São Paulo, com promessas do Brasil inteiro. Em 2019, mais um o na carreira. ou a jogar na base do Avaí, com os meninos. Uma exceção que ela abriu após um teste, depois de muita insistência, de vários nãos e no talento: “Era para ar 25 meninos ou menos. aram 24 e eu”.
Nati aceita jogar em qualquer parte do campo, mas costuma ser escalada na meia. Suas principais habilidades são: armação, cabeceio, chute e drible.

Suas referências: a rainha Marta, além de Amandinha e Diana, do futsal. Quanto aos sonhos, mira nas estrelas: “Jogar uma Copa do Mundo e ser a melhor do mundo”.
Promessa do esporte no patins 6h306
Nicoly Machado, de Florianópolis, decidiu progredir no patins em 2018, vendo patinadores no Youtube. Caçula de três irmãos, foi a única a escolher o esporte, decisão que lhe rendeu o título de campeã catarinense feminino sub-14 em 2019.

Definindo o patins em uma palavra, escolhe liberdade e chega aos 13 anos colhendo os primeiros frutos do seu foco. Em paralelo, cursa o 9° ano do fundamental e, graças à modalidade, está conhecendo diversas cidades. Nas redes sociais, também se destaca com vídeos de humor do esporte no TikTok com 220 mil seguidores e Instagram com 33 mil.
“Fui três vezes para São Paulo fazer profile. Eu me divirto patinando. Produzir vídeos, chegar em casa e ver tudo. É um vício”.
Na pandemia, algumas adaptações. “Estou tentando ir na pista quando não tem gente, por conta da aglomeração e a máscara é um pouco ruim, mas eu uso, principalmente nas filmagens e quando tem gente perto”.

Sobre as referências, destaca Felipe Zambardino e Diego Rachadel. Segundo ela, são “os que mais ajudam”. De patins, Nic espera voar ainda mais alto. Entre os sonhos, participar do Winterclash, na Holanda, e fazer um profile, em Barcelona, na Espanha.
Promessa do tênis masculino 6k28y
Enzo Prediger, de Florianópolis, tem 10 anos, começou a jogar tênis com três e a competir com seis. Desde o início, mostrou aptidão em dois fundamentos: um saque muito forte para a idade e um golpe de direita – Forehand.

Características natas, que Enzo desenvolve nos treinamentos. Competitivo, não a derrotas e acaba de ser campeão catarinense infanto-juvenil na categoria sub-12.
“Estadual é difícil de ganhar. Tenho dez anos e disputei na categoria até 12 anos. Fiquei muito feliz. Agradeço todos os treinadores, meus amigos que sempre me motivam e a minha família”, destaca a promessa do tênis sobre o campeonato disputado em Blumenau.
Coordenador da Escola Guga FRTennis, que tem parceria com a Elase desde fevereiro de 2019, Flavio da Rosa Junior acredita que Enzo está em nível de Brasil para idade.
A rotina de treinos é puxada: de segunda a sexta, à tarde. Nos finais de semana, o pai costuma combinar com outras pessoas para que Enzo e o irmão treinem.

A escola também faz parte da rotina do garoto, que está no 5º ano do fundamental. No tempo livre, Enzo volta a ser criança: gosta de brincar, bater uma bola, jogar ping-pong.
Seu ídolo no esporte é o suíço Roger Federer, pelo equilíbrio que apresenta nas quadras. Entre os sonhos, jogar profissionalmente, chegar no top 10 e, claro, ser o número um do mundo.
Promessa do tênis feminino 226u2a
Maria Turchetto, 16 anos, começou a jogar tênis por diversão. Mas a brincadeira lhe trouxe amigos, viagens pelo Brasil, experiências em competições, vitórias e títulos.

Ano ado, ela ganhou o pré-qualy do torneio nacional Brasil Juniors Cup na categoria sub-16. Além disso, faturou a terceira e quarta etapa do circuito sul brasileiro, também até 16 anos.
“Mudou a minha vida. É o que mais gosto de fazer na vida”, conta a jovem promessa do tênis brasileiro. Natural de Porto Alegre, Maria veio para Florianópolis com cinco anos e começou no tênis aos oito na capital. Segundo ela, os treinadores são muito presentes.
“É uma guerreira em quadra, desde pequena. Tem muito espírito de luta e atitude. E ela adquiriu um padrão de jogo aos moldes do tênis europeu, um perfil um pouco mais moderno”, analisa Flavio da Rosa Junior. Na visão dele, Maria pode disputar competições internacionais.
Enquanto as competições não se intensificam, Maria procurou melhorar o saque, as devoluções e o ataque. Estudante do 2º ano do ensino médio, nas horas vagas, gosta de praia, sair com as amigas e com os pais. Filha única, é também a primeira tenista da família.

Sua referência no esporte é a ex-tenista eslovaca Dominika Cibulková. “Me identifico porque é mais baixa, como eu e jogava muito bem”. A meta número um é a profissionalização. E ela também almeja ir para uma universidade nos EUA e defender a equipe de tênis.