‘Livro na estante não significa nada’: Conceição Evaristo abre a Casa Escrevivência no Rio i1zv

A escritora Conceição Evaristo conta que esse projeto vinha sendo pensado há tempos, mas só agora conseguiu colocar em prática 4k11d

A escritora Conceição Evaristo inaugurou, nesta quinta-feira (20), um novo espaço cultural. A cidade do Rio de Janeiro agora conta com um espaço com todo seu acervo bibliográfico e artístico. Dessa forma, nasceu a Casa Escrevivência, localizada na região portuária da Capital fluminense.

Conceição EvaristoConceição Evaristo abre Casa Escrevivência, espaço cultural no Rio – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/ND

Na noite da quinta-feira, aconteceu uma sessão de autógrafos da escritora.

“É um projeto que eu vinha pensando há tempos. Nasce na medida em que eu vou construindo um acervo de livros e de cartazes, de folders, de menções honrosas, de prêmios. Isso foi tomando um espaço na minha lembrança e na minha memória e em um espaço físico também”, revela em entrevista à Agência Brasil.

A escritora conta que o acervo de livros foi o que mais a impulsionou. Ela diz que sempre se sentiu incomodada em ver todos os livros da estante sem circular em outros locais. “Livro na estante não significa nada. Ser um acervo para barata e cupim comer”.

Inicialmente, ela pensava em fazer uma biblioteca comunitária, mas com o tempo, o pensamento evoluiu. “O sonho foi amadurecendo e pensei nessa Casa Escrevivência. A parte principal seria mesmo essa biblioteca com o acervo de livros, que seria o pilar da Casa e mais um lugar onde guardasse uma série de outras publicações, teses de sensações, revistas de pesquisadores”.

Com essa ideia, a biblioteca e esse centro de documentação, onde a pessoa que quisesse ar ou fazer um estudo crítico da obra de Conceição, estaria na Casa Escrevivência.

Casa Escrevivência de Conceição Evaristo 65295j

O nome do local não foi escolhido à toa. A região é chamada de Pequena África e tem vários pontos simbólicos para a população preta.

Bem perto está o Cais do Valongo, principal local que serviu de desembarque e comércio de pessoas negras escravizadas nas Américas. As estimativas indicam que um milhão de africanos tenham entrado no Brasil por meio do Valongo.

Casa Escrevivência reúne acervo da escritora Conceição Evaristo – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/NDCasa Escrevivência reúne acervo da escritora Conceição Evaristo – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/ND

“É muito simbólico. A gente quis muito. Desde o projeto da Casa nós pensamos nesta geografia afetiva que tem a ver com a história negra. Essa região chamada Pequena África. Estar ali é celebrar a nossa lembrança de dor que a gente transforma em uma lembrança de resistência”, aponta.

“O futuro pode ser maior” 3e5q1a

Segundo Evaristo, o lugar atual ainda é pequeno, mas é somente o começo. A ideia é que um dia possa estar sediado em uma casa maior, onde possam ocorrer também exposições e lançamentos de livros.

“O espaço que temos no momento é um espaço que não cabem 15 pessoas dentro, na verdade é uma loja bem pequena”, explica, “hoje é o espaço que nos permite jogar essa ideia na rua” conta.

“Essa visitação e trabalho com o público, escolas, professores, pesquisadores que imaginamos, só vai poder acontecer quando tivermos um espaço físico que caiba essa movimentação”, afirma.

A autora diz ainda que a equipe que trabalha voluntariamente no local vai começar a visitar escolas e realizar eventos em outros espaços.

“A nossa ideia é essa. Como a gente ainda não tem uma sede própria, é fazer parcerias com outras instituições e realizar as nossas atividades em outros espaços”.

Toda a manutenção do projeto tem sido feita com o apoio do Instituto Ibirapitanga, uma organização que se dedica à defesa de liberdades e ao aprofundamento da democracia no Brasil. Futuramente, a autora espera conseguir comprar um imóvel para servir de sede definitiva da Casa, pois atualmente ela fica localizada em um espaço alugado.

“Agora, implantando a Casa e o nome da Casa estando na rua, que é uma maneira também de chamar a atenção de instituições, que queiram nos ajudar, nós vamos começar a colocar um projeto na rua para conseguir fundos para comprar um imóvel”, revela.

A escritora afirma que esse imóvel será uma casa e vai receber pesquisadores residentes e trabalhar com bolsistas de criação e de pesquisa, por esse motivo precisam de uma sede própria.

“Então, a gente precisa de uma casa moradia. Uma casa que ofereça essa possibilidade do projeto de acolher pessoas, que com bolsas fiquem estudando na Casa. O próximo o vai ser isso, pôr o projeto na rua para angariar fundos. Nessa região a gente encontra casas para vender; são imóveis velhos, mas a gente faz uma reforma pensando também em ibilidade”, finaliza.

*Com informações da Agência Brasil.

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