O alto-astral e os brilho nos olhos de quem vem visitar a 4° edição do CCQ (Circuito Catarinense de Quadrinhos), na Capital de Santa Catarina, não deixa nenhuma dúvida no ar. O espaço, localizado no Boulevard 14/32 do Floripa Airport, reúne o melhor do mundo geek.
Com a exposição de desenhos, graphic novels, HQ’s e muito mais, o evento dá espaço para que artistas e cartunistas locais promovam suas mercadorias.
Exposição reúne ambos os lados da moeda e muito mais, com stands da Marvel, DC, e artistas independentes – Foto: Yasmin Mior/NDPara o ilustrador e professor de desenho, Angelo de Capua, natural de São José, o CCQ é uma grande oportunidade para comercializar seus produtos. “Hoje é só o primeiro dia, e a movimentação, mesmo sendo o primeiro evento desse tipo pós-pandemia, está boa. Esperamos muito mais gente amanhã [sábado] e domingo”.
Espaço no Floripa Airport foi destinado para o evento – Foto: Yasmin Mior/NDHá seis anos no ramo, Angelo faz ilustrações de cards colecionáveis para grandes marcas de renome do mercado de quadrinhos, como a DC e a Marvel Comics, entre muitas outras.
Com a possibilidade de criar diferentes versões do mesmo personagem, o ilustrador brinca com cores, formatos e traçados, proporcionando lindos desenhos para os fãs.
Ao lado de sua mulher, Angelo possui um stand próprio na Art’s Gallery da CCQ – Foto: Yasmin Mior/NDGênero e sexualidade 6x4o6j
Quando o assunto é quadrinhos, é claro que não podemos deixar de mencionar elas, que movem grande parte das histórias mais lidas ao redor de todo o mundo: as mulheres.
Em seu primeiro dia de feira, a CCQ trouxe, às 16h, o “Gênero e Sexualidade nos Quadrinhos”, com a jornalista e editora-chefe do Mina de HQ, Gabriela Borges, e a colorista Cris Peter.
Gabriela e Cris proporcionaram ao público reflexões sobre a representação de diferentes públicos dentro dos quadrinhos – Foto: Yasmin Mior/NDNa conversa, que durou cerca de uma hora, as mulheres promoveram um grande debate sobre a questão da representação e da representatividade no mundo dos cartuns.
Para Gabriela, é importante cada vez mais termos pessoas trans, não-binárias e LGBTQIA+ produzindo e também sendo personagem das histórias comercializadas.
Gabriela Borges é editora-chefe do Mina de HQ, criado em 2015 com o objetivo de incluir cada vez mais a diversidade no mundo dos quadrinhos – Foto: Yasmin Mior/NDA questão pontuada por Gabriela vai inclusive muito além do mercado de trabalho. Conforme esclarecido por Cris, com essa ampla diversidade, vem também a identificação de cada um com o que está sendo contado.
“Quando criança, eu tinha, em maioria, somente os super-heróis [homens] para me inspirar. Hoje em dia o cenário já está diferente, e isso é muito bom”, lembra.
Com o ar do tempo, o leque de histórias que contam não só sobre o mundo feminino, mas que também levantam pautas de gênero, vem sendo ampliado, para fugir do “famoso clichê” ao que já estamos acostumados, como ressalta Gabriela.
Um grande exemplo disso são as narrativas abordadas no Mina de HQ, que visam promover a inclusão e as diferentes vivências de pessoas reais em seus conteúdos multiplataformas. “Não são só quadrinhos de heróis que importam, e eu gosto de deixar isso claro com meu trabalho”, diz Borges.
A mudança vem quando se busca por ela 5j4c5f
Para que cada vez mais os tabus sejam quebrados e a diversidade seja pautada nas empresas que produzem conteúdos voltados para o público que curte histórias em quadrinhos, é importante, segundo Gabriela, buscar pelos autores, escritores, coloristas, entre muitos outros profissionais, que promovem essa diferença.
“Às vezes basta você virar e escolher um trabalho diferente, que não está em seu nicho, mas que você se propõem a conhecer”, enfatiza Borges.
Tanto ela quanto Peter concordaram que ainda há muita bolha para ser furada, mas que aos poucos, as mudanças vêm ocorrendo, e que esse é só o início do que ainda pode ser feito no mercado dos comic books quando se há inclusão nos espaços de trabalho.
Circuito Catarinense de Quadrinhos 326s2n
O Circuito Catarinense de Quadrinhos é patrocinado pelo município de Florianópolis, através da Secretaria de Esportes, Cultura e Lazer e da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura nº 3659/91. A edição ocorre até domingo (20), e a programação completa você pode conferir abaixo:
Sábado, 19:
- 9h às 20: Hugo Canuto e os Contos dos Orixás – Mostra apresenta as artes da obra que adaptou as grandes histórias da cultura Yorubá e sua descendência para a linguagem dos quadrinhos / SC em Quadrinhos: Obras de cinco artistas incríveis de Santa Catarina / O Mundo de Lucas: O ilustrador, roteirista e quadrinista argentino Lucas Ferreyra apresenta ao público seu trabalho em aquarela;
- 9h: Mostra AF de Cinema de Animação – Culotèes: série baseada no quadrinho da artista sa Pénélope Bagieu. 14 anos. Animação. 35 min;
- 9h30: Masterclass Storytelling visual – O artista Lucas Ferreyra apresenta o intensivo Desenhos que Contam Histórias;
- 11h30: Artistas desenham ao vivo;
- 11h às 20h: Artist’s Alley – A feira de quadrinistas do CCQ em que artistas apresentam trabalhos e conversam com o público. Estarão à venda HQs, prints, sketchbooks, artes originais e muito mais;
- 12h: : Estudando Quadrinhos, com Guilherme Smee, Alexandre Linck e Alice Monstrinho;
- 13h: : Novidades da editora Trem Fantasma, com Guido Moraes, Jeff Costa e Hugo Canuto;
- 14h às 20h: Jogos de Tabuleiro;
- 14h: Conversa com a produtora de conteúdo literário Samanta Belletti, booktube, booktwitch, bookstagram e booktok;
- 15h: “Não Mexe com o Meu Super-Herói”, com Yuri Andrey, Guilherme Smee e Gabriela Borges;
- 16h: “Transmídia, Games e HQs”, com Alice Monstrinho e Diogo Martins;
- 17h: “Coleguismo e Quadrinhos”, com Adriana Melo, Cris Peter e Belle Felix;
- 18h: “O Mundo dos Colecionáveis”, com Ivan Costa e Edu Borges;
- 19h: Paulo e Chico Caruso contam suas trajetórias pelo universo do humor gráfico;
- Extra: 11h, 13h, 15h, 16h30 e 18h – Oficina de Criação de Personagens / Desenho de criação de personagens originais, desenho básico com formas geométricas, arquétipos, criação de ficha de personagens. Indicado para crianças. Serão 10 alunos por sessão com material fornecido pela Lápis Lab.
Domingo, 20:
- 9h às 20: Hugo Canuto e os Contos dos Orixás – Mostra apresenta as artes da obra que adaptou as grandes histórias da cultura Yorubá e sua descendência para a linguagem dos quadrinhos / SC em Quadrinhos: Obras de cinco artistas incríveis de Santa Catarina / O Mundo de Lucas: O ilustrador, roteirista e quadrinista argentino Lucas Ferreyra apresenta ao público seu trabalho em aquarela;
- 9h às 11h: Mostra AF de Cinema de Animação – Culotèes: Série baseada no quadrinho da artista sa Pénélope Bagieu. 14 anos. Animação. 35 min / Enki Bilal: uma reportagem sobre a vida do artista / Josep: em fevereiro de 1939, os espanhóis republicanos estão fugindo da ditadura de Franco rumo à França.12 anos. Animação. 74 min;
- 11h: A Detetive da Vila do Corvo – Lançamento da websérie e conversa com os autores Romeu Martins e Lêo Russo;
- 11h às 20h: Artist’s Alley – A feira de quadrinistas do CCQ em que artistas apresentam trabalhos e conversam com o público. Estarão à venda HQs, prints, sketchbooks, artes originais e muito mais;
- 12h: “Quadrinhos não-ficcionais”, com Yuri Andrey;
- 13h: “Quadrinhos de Terror”, com Alice Monstrinho, Marcel Bartholo e Romeu Martins;
- 14h às 20h: Jogos de Tabuleiro;
- 14h: “Vivendo de Quadrinhos” – Carlos Ruas compartilha suas experiências de quadrinista;
- 15h: “Como montar um Catálogo”, com Mario Luiz Barroso e Diego Moreau, Guido Moraes, e Levi Trindade;
- 16h: Desenho Ao Vivo – Em um Live Draw exclusivo, Maurizio Di Reda compartilha com o público o processo de criação de Caricatura;
- 17h – Desfile: Concurso de Cosplay;
- 18h30 – Concurso de K-Pop;
- 20h – Encerramento do Circuito Catarinense de Quadrinhos;
- Extra: 11h, 13h30, 15h, 16h30 – Oficina de Criação de Personagens / 18h – Oficina de Desenho e Técnica de reprodução.
