
(K. O ‘ Meara – Poema escrito durante a epidemia de peste em 1800) 4vcq
“Quando a tempestade ar, as estradas se amansarem, e formos sobreviventes de um naufrágio coletivo, com o coração choroso e o destino abençoado, nós nos sentiremos bem-aventurados. Só por estarmos vivos.
E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido. E elogiaremos a sorte de manter um amigo. E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos. Não teremos mais inveja, pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido. Seremos todos mais comivos. Valerá mais o que é de todos do que o que eu nunca consegui. Seremos mais generosos. E muito mais comprometidos.
Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que significa estarmos vivos! Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi. Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, que nós nunca soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado. E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado…
Mas você nunca perguntou o nome dele, porque estava com pressa… E tudo será milagre! E tudo será um legado. E a vida que ganhamos será respeitada! Quando a tempestade ar, e te peço Deus, com tristeza. Que você nos torne melhores. Como você ‘nos’ sonhou”.