Na última segunda-feira (26), a Frente Parlamentar de Igualdade Racial de Florianópolis foi alvo de ataques racistas durante uma oficina realizada pela Coletiva Bem Viver, também da Capital catarinense.
Segundo informações da co-vereadora Mandata da Coletiva Bem Viver, Lívia Guilardi, um grupo de quatro pessoas ainda não identificadas invadiram a live, na qual estava sendo realizada uma oficina sobre o Estatuto da Igualdade Racial (lei nº 12.288/10) da Frente Parlamentar de Igualdade Racial, Liberdade Religiosa, Povos e Comunidades Tradicionais e População Migrante da Câmara Municipal de Florianópolis.

No ato, em um primeiro momento, um dos invasores compartilhou um vídeo de cunho pornográfico durante a transmissão e foi imediatamente retirado da sala pelo moderador da oficina.
Na sequência, o advogado José Ribeiro, Presidente da Comissão de Igualdade Racial da 28° subseção da OAB de São José, e Matilde Ribeiro, assistente social e militante do movimento negro, das mulheres negras e feministas, foram convocados para falar abertamente aos participantes da oficina.
Neste momento, outros membros do grupo criminoso conseguiram fechar os microfones dos participantes, em uma tentativa de silenciá-los. Os criminosos também tentaram banir os responsáveis pela sala de vídeo, mas, em seguida, foram compartilhadas imagens de pessoas negras em situações degradantes.
A chamada foi então encerrada e a Coletiva criou um novo link, direcionando os participantes para outro canal online. Em publicação no Instagram da Coletiva, a covereadora ressaltou que “essa tentativa de intimidação por meio desse ataque racista durante uma atividade parlamentar é uma violência política grave. Estamos tomando as providências necessárias e não iremos nos calar!”.
A Coletiva registrará um Boletim de Ocorrência contra os responsáveis pelos ataques. Além disso, junto ao Ministério Público, será feita uma denúncia na Delegacia de Cibercrimes.
Ataque racista no norte de SC
Outro caso de invasão e racismo no ambiente virtual foi registrado na região Norte de Santa Catarina, desta vez em São Francisco do Sul.
A situação ocorreu na noite de quarta-feira (28), quando o Madef (Movimento Afrodescendente Francisquense) fazia um encontro online por uma plataforma aberta para discutir as ações de valorização à cultura, identidade e memória negras na cidade.
O evento reunia cerca de 15 pessoas quando um usuário ainda não identificado invadiu o evento online e enviou xingamentos e imagens de cunho racista, interrompendo a reunião.
O hacker fez xingamentos e ameaças ofensivas de cunho extremamente racista. Nas imagens havia marchas da Klu Klux Kan e neonazistas, imagens de Hitler e frases que já conhecemos, como ‘macacos voltem para África’”, conta Soraia Pinheiro, coordenadora-geral do Madef.
Os participantes conseguiram excluir o invasor do evento e recomeçaram a reunião em uma sala virtual fechada. Um boletim de ocorrência foi aberto e, segundo o delegado Weydson da Silva, o caso deve ser analisado ainda nesta quinta.