Foco em tecnologia e transparência é prioridade do novo procurador-geral de Justiça de SC 2q3458

Após atuar em comarcas de diversas regiões, Fernando da Silva Comin assume o comando do MPSC nesta quarta-feira

O foco na tecnologia como ferramenta de promoção da transparência dos trabalhos realizados pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) é um dos pilares do mais novo responsável pelo órgão. Após atuar em comarcas de diversas regiões do Estado, Fernando da Silva Comin se prepara para um novo desafio. O novo procurador-geral de Justiça, que concedeu entrevista exclusiva ao Grupo RIC nesta terça-feira (9), toma posse no auditório da sede da procuradoria na noite desta quarta-feira (10), em Florianópolis.

O novo procurador-geral de Justiça do MPSC, Fernando da Silva Comin – MPSC/Divulgação/NDO novo procurador-geral de Justiça do MPSC, Fernando da Silva Comin – MPSC/Divulgação/ND

A intenção de se aproximar ainda mais dos demais órgãos e instituições, bem como da população, também faz parte do objetivo de Comin: o fortalecimento da transparência. “Só dessa forma, mediante o exercício emancipador da cidadania, é que vamos contribuir com a formação de uma sociedade mais forte e consciente de sua missão”, garantiu.

O novo procurador-geral de Justiça destacou ainda a proximidade entre o MPSC e a imprensa. “Não podemos enxergar o papel do Ministério Público com uma perspectiva paternalista. O MP quer, de forma colaborativa, contribuir com a solução dos problemas”, esclareceu. “Mas, para isso, precisamos do envolvimento da imprensa, dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo e das ONGs comunitárias”.

Comin, que é mestre em Ciências Jurídico-políticas pela faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, atuou nas comarcas de São José do Cedro, São Miguel do Oeste, Mafra, Chapecó, ville, Itajaí. Além de titular da 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de Balneário Camboriú, exerceu o cargo de secretário-geral do MPSC por mais de três anos. “Sempre procurei perceber as necessidades da comunidade onde trabalhei. Eu me dediquei bastante ao atendimento ao público, recebendo as pessoas no gabinete e ouvindo o que elas têm para dizer”, relembrou.

Aos 42 anos, Comin foi o candidato mais votado na eleição realizada no início de março. Ele recebeu 329 votos – 476 procuradores e promotores de Justiça participaram da votação – e foi nomeado pelo governador. Esta foi a primeira eleição para o cargo a utilizar o sistema de votação online.

Necessidade de mudança

Comin garante que está ciente das recentes transformações vividas por Santa Catarina e pelo Brasil. “O Ministério Público também é uma caixa de ressonância dos movimentos sociais, das necessidades de uma sociedade em transformação, que vive o reencontro de uma estabilidade política”, revelou. “Todos aguardam ansiosamente pela retomada do crescimento econômico”.

Tais questões, afirma Comin, interferem diretamente na forma como o Ministério Público deve interagir com a sociedade. “O objetivo é nós tornarmos mais presentes na vida das pessoas, sobretudo com a utilização de novas tecnologias”, revela. Um exemplo é o uso de aplicativos, que devem reforçar o papel do órgão para com a população.

Como resultado, o investimento nas ferramentas tecnológicas deve garantir ao cidadão um papel mais efetivo. “Temos um grande compromisso de resgatar a cidadania. É isso que o cidadão brasileiro quer e é o que temos visto desde as primeiras movimentações populares, que levaram à rua esse clamor”, relembrou. “Cada um, dentro da sua individualidade e diversidade, tem um valor dentro de uma lógica de interação e grupos sociais”.

O novo procurador-geral de Justiça acredita que o papel do promotor deixou de ser o de um agente estático, que realiza o seu ofício dentro de salas de audiência ou em julgamentos no Tribunal do Júri. Hoje, explica, esta figura se tornou um agente de transformação social, responsável por compreender a fundo as necessidades da sua sociedade. Só assim, poderá promover as mudanças. “Isso a gente só faz com novas tecnologias e com uma base sólida de informações”, defendeu.

Balanço positivo

Após quatro anos no comando do MPSC, Sandro José Neis divide os destaques de sua atuação em três segmentos. Ele celebra o fortalecimento da harmonia interna, que considera essencial para gerar crescimento. “Essa harmonia gerou também um bom relacionamento com os outros órgãos, poderes, imprensa e sociedade civil”, comentou.

Fernando da Silva Comin, Marcello Corrêa Petrelli e Sandro José Neis – – Gustavo Bruning/NDFernando da Silva Comin, Marcello Corrêa Petrelli e Sandro José Neis – – Gustavo Bruning/ND

Além do aperfeiçoamento do capital humano, Neis comentou o investimento feito em tecnologia, especialmente na área investigativa. “Hoje o Ministério Público de Santa Catarina tem os instrumentos mais modernos do mundo para realizar investigações”.

Neis e Comin receberam do presidente executivo do Grupo RIC Santa Catarina, Marcello Corrêa Petrelli, o Dossiê ND publicado no último mês. O compilado de reportagens aborda o crescimento das ocupações irregulares na Capital. A questão, comentou o novo chefe do MPSC, deve ser um dos assuntos observados de perto pelo órgão.

Comin destacou o desempenho do MPSC nos últimos sete anos e o trabalho que permitiu o compartilhamento de bases de dados sobre realidades sociais, econômicas, culturais e históricas, o que resultou na construção de uma rede colaborativa. “O nosso grande desafio é converter isso em entregas que tragam mais informações para a sociedade, da arrecadação municipal ao desemprego, dos crimes ambientais às ocupações irregulares”, explicou.

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