Idealizador da urna eletrônica, o desembargador aposentado Carlos Prudêncio era juiz eleitoral em Brusque, onde reside até hoje, quando adotou a inovação no primeiro turno da eleição presidencial de 1989.

Era o resultado de uma longa busca de aprimoramento do processo, que começou aos 24 anos quando assumiu em 1969 como juiz eleitoral em São Francisco do sul. A partir da experiência de agilização na apuração, que marcou época no Estado, foi estudando novos sistemas em Mondaí, Ituporanga, Xanxerê, Joaçaba, Capinzal e, finalmente, no Vale do Itajaí. Em Brusque, em parceria técnica com o irmão Roberto, instituiu pela primeira vez a urna eletrônica, em duas seções, com o auxilio de um computador comum.
O magistrado relata: “Renovei a votação eletrônica no segundo turno presidencial de 1989 em duas seções eletrônicas, interligadas entre si e um terceiro equipamento no prédio que servia para apuração. Ambas as seções também estavam interligadas com um terceiro computador , em prédio separado. Às 17:01 horas ( dezessete horas e um segundo ) , digitei minha senha , por mim criada, e, de imediato, o computador emitiu o boletim com o somatório único das duas seções. Sucesso. Novamente a imprensa deu destaque nacional. Repeti o feito, com cinco seções, nas eleições de 1990 – 1992 – plebiscito de 1983 e eleição de 1994. Inventei nessas, também, o primeiro título eletrônico de votação; o aproveitamento do voto do eleitor de qualquer parte do mundo; a emissão eletrônica do comprovante de votação; a abolição das seções eleitorais; a biometria; a votação direta na tela; a eliminação de todas as pessoas destacadas para as seções eleitorais; a possibilidade de os eleitores votarem de seus próprios equipamentos ou de suas firma; a criação de polos de votação, onde estariam uns poucos computadores para os que não tivessem o equipamento em suas residências ou locais de trabalho. Detalhe: em 1992, inventei uma outra máquina de votar, metade do tamanho, que me permitiu avançar no projeto para a chamada materialização do voto ou seja o eleitor assinalava seus votos em um cartão com perfuração dos números correspondentes aos seus candidatos . No ano de 1990, estiveram no fórum 22 ministros do STF, TSE e STJ. Em 1995, meu projeto, que já disponível no TSE desde 1990 , foi levado ao Congresso Nacional , que aprovou a eleição eletrônica no Brasil.”
Mais detalhes das preciosas informações do desembargador Carlos Prudêncio sobre a adoção e os efeitos da urna eletrônica no Portal NDMais.
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