Ao menos três cidades de Santa Catarina têm índices de coleta de esgoto abaixo do indicador médio registrado em 2020, segundo o Ranking do Saneamento 2022, divulgado nesta terça-feira (12).

A 14ª edição do estudo foca nos 100 maiores municípios brasileiros e foi elaborada pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados. O relatório faz uma análise dos indicadores do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), ano de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
O indicador de coleta total de esgoto (ITE) mostra qual porcentagem da população total do município tem esgoto coletado. Assim, quanto maior a porcentagem, melhor deve ser a colocação do município no Ranking.
O indicador médio de coleta dos municípios em 2020 foi de 75,69%, avanço bastante tímido frente aos 74,47% verificados em 2019.
Florianópolis aparece com indicador de 65,29%, Blumenau com 44,78% e ville com 38,05%. Apenas dois municípios da amostra possuem 100% de coleta de esgoto: Piracicaba (SP) e Bauru (SP).
Outros 34 municípios possuem índice de coleta superior ou igual a 90% e, portanto, podem também ser considerados universalizados de acordo coma legislação. O menor percentual de população atendida com serviço de coleta de esgoto na amostra foi 4,14%, no município de Santarém (PA).
No ranking geral do saneamento 2022, Florianópolis aparece na 60ª posição, subindo nove posições quando comparado ao índice de 2021.
Blumenau é a 66ª no ranking, melhorando uma posição em comparação com 2021, assim como ville, que aparece atualmente na 78ª posição.
100 milhões não têm o à coleta de esgoto no país 3q4o1w
De acordo com a pesquisa, cerca de 35 milhões de brasileiros não contam com água tratada. Outros 100 milhões não têm o à coleta de esgoto, e somente 50% do volume de rejeitos gerados no Brasil são tratados.
O número equivale a mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento jogados na natureza diariamente.
Outro ponto abordado é sobre os investimentos feitos em 2020, que atingiram R$ 13,7 bilhões, valor insuficiente para que seja cumprido as metas do Novo Marco Legal do Saneamento – Lei Federal 14.026/2020.
Sancionada em julho de 2020 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a legislação tem como objetivo universalizar o o ao saneamento básico. Uma das metas era garantir o à água potável a 99% dos brasileiros e ao tratamento e coleta do esgoto a 90% da população até 2033.
Dois anos após a aprovação da lei, o país ainda avança lentamente na área. Somente 84% da população tem o à água e 55% à rede de esgoto.