A cidade de São José chega aos 272 anos em boa forma, apresentando bons índices nos indicadores econômicos e sociais. O crescimento populacional é uma decorrência do bom momento que o município vive, e até ganhou o slogan de “Cidade das Oportunidades”.

Quarto município mais populoso de Santa Catarina, no ano ado foi a segunda cidade do país, com 250 mil habitantes, que mais gerou empregos. A expansão imobiliária urbana é visível e há muito avança para o interior, com abertura de novos loteamentos na região Oeste do município, onde estão localizados os bairros Forquilhas, Potecas, Sertão do Maruim e SC-281.
Para evitar o crescimento desordenado, como aconteceu anteriormente em sucessivos momentos de sua história – inauguração da ponte Hercílio Luz e abertura da BR-101, por exemplo – a prefeitura está finalizando os preparativos para colocar o novo Plano Diretor em discussão com a sociedade. O plano antigo já tem 37 anos e está defasado.
O vice-prefeito de São José e secretário de Urbanismo e Serviços Públicos, Michel Schlemper, diz que já existe uma minuta pronta, inclusive disponível no site da prefeitura.
“Anos atrás houve uma demanda judicial, que resultou em um acordo na Justiça, e a prefeitura se comprometeu a ajustar alguns pontos do plano na parte socioambiental e isso já foi feito. O prefeito deve nos próximos dias um decreto reabrindo essa discussão para tornar público o calendário final, quando a sociedade civil organizada será convocada a analisar e participar desta discussão.”
Mobilidade em São José 6d5i3x
A área de expansão da cidade já apresenta locais de retenção do tráfego de veículos, devido ao elevado número de carros e as ruas estreitas e sinuosas, que são sinal de que a cidade cresceu sem um ordenamento prévio. O secretário de Urbanismo explica que a prefeitura já tem um projeto de engenharia para várias obras de mobilidade, atacando problemas pontuais, em determinados locais da região em adensamento.

“Por exemplo, hoje nós temos a rua João José Martins, que sai na avenida das Torres, e nós vamos fazer a duplicação de um trecho dela com uma ligação direto com a avenida das Torres, para tirar todo aquele estreitamento que vai sair lá no mercado Koch. Faremos uma linha reta, ligando a rua Acelino Pereira [o para o Jardim Botânico de São José] com a avenida das Torres, desafogando todo aquele trânsito. É uma obra de reestruturação, cujo projeto já foi apresentado ao governo do Estado, que garantiu, publicou e assegurou os recursos”, explica. Segundo ele, nos próximos dias o prefeito anunciará a abertura da licitação.
Avenida Beira-Rio para Forquilhinhas e região 2s285o
Outra obra citada pelo secretário de Urbanismo e Serviços Públicos é a ligação do loteamento Nova São José, próximo da SC-281, com a área industrial do Lisboa, em Forquilhas, e também com o Loteamento Portal da Colina, em Forquilhinhas. Esses loteamentos terão o à futura avenida futura Beira-Rio.
O bairro Forquilhinhas também será beneficiado com a avenida Beira-Rio, que retirará grande parte dos carros que trafegam pelo ‘centrinho’ comercial. A Beira-Rio, que ligará a SC-281 à rua Antônio Jovita Martins, margeando o rio Forquilhas, segundo o secretário de Urbanização, receberá a ordem de serviço assim que forem superados entraves istrativos de recursos interpostos pelas empresas participantes da licitação e pelo Tribunal de Contas que levantou dúvidas ligadas ao Meio Ambiente.
“As questões levantadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) já foram respondidas” e o prefeito Orvino dará seguimento ao processo para abertura da nova via assim que possível.
Cenário positivo para o setor imobiliário 1q2x1w
O presidente do Creci-SC (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina), Fernando Willrich, afirma que as cidades devem ter um crescimento urbano regular, lícito e planejado, com um plano diretor contemplando a expansão urbana e possibilitando o processo de parcelamento do solo de maneira regular.
“O cenário imobiliário de São José é muito positivo, com crescimento do mercado imobiliário, aumento de imóveis de natureza residencial, que tiveram um estímulo maior durante a pandemia, o que acabou fomentado pela política de juros para o mercado imobiliário, a taxa Selic estava baixinha, trazendo facilidade de crédito. Então a gente vê um momento aquecido no mercado imobiliário de São José, um momento bom para o setor”.

Willrich diz que em uma cidade como São José, que tem um potencial de expansão urbana, se busca fazer isso de forma organizada e planejada, “possibilita que o empresário do setor imobiliário empreenda na cidade dentro do seu Plano Diretor”.
“Se não for assim”, avalia, “o que a gente vê é o desenvolvimento desenfreado, descontrolado e desorganizado da cidade. Isso acaba em parcelamento do solo irregular, clandestino, às vezes em processo de favelização. Depois que a cidade vai por este caminho, a gente sabe que a correção é muito difícil”.
Pacote de vantagens 6g933
O setor da construção civil é o segmento econômico que também vem se beneficiando com o crescimento urbano de São José. Para o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) da Grande Florianópolis Marco Aurélio Alberton, o crescimento populacional demanda novas áreas a serem ocupadas.
“Nós temos visto muitos loteamentos saindo, ali após o [loteamento] Los Angeles, em áreas que eram fazendas, que tinham gado, que tinham plantações, mas a cidade foi envolvendo essas áreas e você precisa expandir. O crescimento populacional demanda novas áreas a serem ocupadas e nada melhor que em áreas como essas”.
Alberton ressalta que um loteamento legal traz um pacote de vantagens. “São José teve há algum tempo muitas coisas irregulares acontecendo, então a gente tem que incentivar esse crescimento ordenado, possibilitando aos moradores mais qualidade de vida e segurança jurídica para o seu imóvel.”
Planejada desde a fundação 1s532r
A cidade de São José nasceu de um planejamento do governo colonial português para o povoamento da região Sul do Brasil, garantindo assim a posse da terra.
Os casais de açorianos que foram trazidos para cá receberam terras na Ilha de Santa Catarina e em três pontos do Continente em frente à Ilha: as Freguesias de São José da Terra Firme, São Miguel (atual Biguaçu) e Enseada de Brito (atual Palhoça), na lógica do sistema de apoio mútuo.
São José surgiu em uma enseada, cujo ancoradouro facilitava a comunicação, o transporte e o comércio em embarcações de pequeno porte.
Os açorianos se espalharam pela região, se dedicando às lavouras de subsistência de mandioca, milho, feijão, cana-de-açúcar, linho e algodão. Essas roças iam até onde são hoje os bairros do Roçado e Barreiros.
O atual Centro Histórico se mantém praticamente com as características originais, com a praça principal no traçado em forma de retângulo, com um lado voltado para o mar (foi feito um aterro para a construção do prédio da Câmara de Vereadores), tendo do lado oposto a igreja. Nas duas laterais, os prédios públicos – Casa de Câmara e Cadeia – e as residências.
A inauguração da ponte Hercílio Luz, ligando a Ilha ao Continente, em 1926, alterou a geografia da cidade, que deixou de ser um polo portuário e ou a ficar à margem da estrada que ligava o interior à Capital, conta o historiador Vilson Francisco de Farias, em suas obras sobre São José. O adensamento imobiliário ou a ocorrer ao longo dos caminhos que ligavam Biguaçu à ponte, atravessando o município.
Mais tarde, com a implantação da BR-101 e a construção da ponte Colombo Salles, muitas indústrias foram atraídas para o município de São José, que conheceu uma nova fase de crescimento.
As pessoas aram a residir em bairros planejados, como por exemplo, o Kobrasol, permanecendo no núcleo original apenas algumas atividades da istração pública.