Saneamento básico: como Sanepar, eleita a melhor do Brasil, pode ajudar a Casan 3f1o2t

Presidente da Sanepar, Claudio Stabile, compartilhou em seminário do jornal ND as boas práticas que podem ser adotadas pela Casan no saneamento básico 1n5n21

Quando se trata de saneamento básico em Florianópolis, é evidente que há muito a ser feito. Com cobertura de esgotamento de 58%, de acordo com o prefeito Topázio Neto (PSD), a capital catarinense não consegue entregar o básico para a população. O seminário “Cidades Sustentáveis: Saneamento Básico”, promovido pelo jornal ND na última quarta-feira (31), retomou essa discussão e evidenciou essa dívida histórica da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) com Florianópolis.

Sanepar atende 345 de 399 cidades do Paraná – Foto: DIVULGAÇÃO/SANEPAR/NDSanepar atende 345 de 399 cidades do Paraná – Foto: DIVULGAÇÃO/SANEPAR/ND

No evento, o presidente da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), Claudio Stabile, deu exemplos de como uma empresa de saneamento pública pode ser bem-sucedida. As práticas destacadas por Stabile vieram dois dias após a Sanepar ser eleita a Melhor Companhia de Saneamento do Brasil, dentro do Prêmio Valor 1000, do jornal Valor Econômico. É a única empresa pública vencedora do prêmio este ano.

No seminário, Stabile destacou resultados, investimentos e ideias inovadoras. O faturamento médio da Sanepar é de mais de R$ 5 bilhões por ano. A companhia pretende investir R$ 10,7 bilhões no período de 2023 a 2027, com ênfase no esgotamento sanitário. Somente no primeiro semestre deste ano, foram investidos R$ 880,3 milhões, 25,3% a mais do que no mesmo período de 2022.

Tudo isso para atingir a meta de 90% da população atendida com coleta e tratamento de esgoto, até o ano de 2033, conforme prevê o Marco Legal do Saneamento. Atualmente, o índice de rede coletora de esgoto no Paraná está em 79%, com 100% de tratamento do esgoto coletado. Já o atendimento com água potável é de 100% para a população urbana. São quase 6.200 funcionários atendendo 345 municípios paranaenses, beneficiando quase 11 milhões de pessoas. A cidade catarinense de Porto União também é atendida pela empresa.

Dados mais recentes da Sanepar – Foto: INFOGRAFIA/NDDados mais recentes da Sanepar – Foto: INFOGRAFIA/ND

Stabile comanda a empresa fundada há 60 anos desde 2019, e relata que a Sanepar colhe bons frutos por meio de trabalho duro e em conjunto.

“Nós chegamos num momento dificílimo: uma pandemia, a maior seca do Estado do Paraná em 90 anos, um novo marco legal do saneamento, algo inédito. Foram desafios muito importantes e que mudaram um pouco o rumo, acelerando ações e investimentos. É muito trabalho e foco. Um trabalho de muitas istrações, várias e boas gestões e cada uma vem aprimorando esse trabalho. Além disso, é transparência, seriedade, foco na missão, comprometimento com os usuários e acionistas – que hoje temos quase 500 mil”, afirma.

Marco Legal de Saneamento e PPPs 6r583e

Com a aprovação da Lei 14.026/2020, que atualiza o Marco Legal do Saneamento Básico, a meta do governo federal é alcançar a universalização até 2033, garantindo o atendimento de 99% da população com água potável e 90% com tratamento de coleta de esgoto.

O presidente da Sanepar, Claudio Stabile, explica que as PPPs (Parcerias Público-Privadas) são uma alternativa que a Sanepar buscou, visando celeridade para alcançar os indicadores, de forma mais econômica, e que possibilite olhar para outras fontes de receita.

Stabile deu detalhes das três PPPs – uma já em andamento e duas em processo de consulta pública – que prevê o atendimento a 211 municípios nas regiões Centro-Litoral, Oeste e Centro-Leste.

“Fizemos uma divisão do Estado de três microrregiões de acordo com a própria Lei Nacional de Saneamento. Fizemos a primeira PPP e tivemos um deságio de 31%, ou seja, essa empresa que venceu fará o mesmo serviço com R$ 350 milhões a menos do que a companhia normalmente utilizaria para fazer investimento. Bom para a Sanepar e muito bom para o nosso usuário. As outras duas PPPs am pelo processo de consulta pública para as outras microrregiões. Essa licitação feita na B3 deve ocorrer entre dezembro deste ano e fevereiro do ano que vem. Vamos cumprir todas as etapas”, diz.

Com essas parcerias, o presidente da Sanepar acredita que será possível atingir essas metas antes de 2033.

Casan pode adotar boas práticas da Sanepar – Foto: Divulgação/CasanCasan pode adotar boas práticas da Sanepar – Foto: Divulgação/Casan

“A nossa expectativa é que até 2028 nós consigamos também universalizar a questão do esgotamento sanitário, ultraando 90% nas cidades que a Sanepar atende. Isso tudo visando primeiro saúde pública, saúde preventiva e, tão importante quanto, é cumprir as metas contratuais com os municípios. Somos empregados dos municípios e isso é o que as pessoas, principalmente as estatais, têm que entender”, destaca.

Para Stabile, as PPPs representam uma oportunidade valiosa que a Casan poderia considerar. “Entendo que, da mesma forma, a Casan pode fazer o mesmo. E você pode ter vários cenários na verdade. Você pode ter um misto como nós vamos fazer. Continuaremos atendendo normalmente alguns municípios, fazendo os investimentos necessários, e alguns serão as PPPs, mas sempre nós em primeiro fazendo a relação com todos os municípios e usuário”, afirma.

Troca de experiências entre Sanepar e Casan 6t68r

Após o Seminário Super 17, os presidentes das estatais conversaram. Edson Moritz, que assumiu a presidência da Casan dia 24 de agosto, encara grandes desafios, segundo o presidente da Sanepar, Claudio Stabile.

Edson Moritz (à direita), que assumiu a presidência da Casan dia 24 de agosto, se reúne com Claudio Stabile, da Sanepar – Foto: LEO MUNHOZ/NDEdson Moritz (à direita), que assumiu a presidência da Casan dia 24 de agosto, se reúne com Claudio Stabile, da Sanepar – Foto: LEO MUNHOZ/ND

“Eu falei bastante com o Edson e, claro, ele terá grandes desafios, mas é um homem com muita experiência na área empresarial, como executivo, e vai levar essas experiências para a Casan, o que é muito importante”, diz.

Com base em suas experiências, Stabile sugere como primeiro o a criação de um elo.

“Neste momento, qualquer tipo de ideologia tem que ser colocada de lado e todos têm de se unir. Seja o governo do Estado, seja os municípios – Florianópolis, em especial -, seja as entidades que representam a sociedade civil organizada, é preciso a união de todos. Têm que buscar, por exemplo, as licenças ambientais, sem elas não podemos fazer obras. Mas, primeiramente, união, por um motivo maior que é a saúde da população”, afirma.

Stabile ainda colocou a experiência bem-sucedida no Paraná à disposição de Santa Catarina: “A Sanepar e o governo do Paraná estão à disposição da Casan para contribuir, seja dando sugestões, ando o que nós aprendemos, mas também com a possibilidade de algum tipo de parceria empresarial. O que nós buscamos é que todo o Brasil tenha o nível de excelência como tem o Paraná”. Moritz manifestou interesse em visitar o Estado vizinho com sua equipe.

E como recado, Stabile salienta: “Me coloco à disposição, e tenho certeza de que vocês alcançarão sucesso a curto, médio e longo prazo, com um planejamento adequado para atender não apenas Florianópolis, mas todas as cidades de Santa Catarina”.

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