Imagine uma usina hidrelétrica… Certamente, nesse possível cenário, você considerou que haveria um trecho da obra com um reservatório, desses que precisam ser alagados com a água do rio e que podem representar riscos para o meio ambiente e a comunidade. Agora mude a perspectiva e retire esse reservatório do projeto da hidrelétrica: seria possível gerar energia sem alagar áreas do leito, utilizando apenas o fluxo natural das águas?
Essa é uma das definições que caracteriza a Águas da Serra, no Vale Catarinense. Nela não há represa para conter a água, elevando o empreendimento para um projeto de baixo impacto ambiental. Eder Pereira, engenheiro eletricista do Grupo Ceesam, explica que a geração de energia ocorre conforme o volume de água disponível no rio Benedito. “Esse é o lado positivo de trabalhar nesse formato, com menos consequências sociais e ambientais” conta o engenheiro.

Para o BRDE, um dos maiores desafios é conseguir interiorizar a relação com cooperativas e produtores. “A sustentabilidade a por tudo. Nós temos a meta de ser carbono zero até 2050, iremos assumir isso do ponto de vista público. Isso a por uma série de atitudes, de olhar pra dentro e apoiar nossos clientes na redução de carbono de suas atividades, nas mais variadas regiões de Santa Catarina”, exemplifica o presidente do BRDE João Paulo Kleinübing.
As cooperativas catarinenses se tornaram uma potência econômica onde o motor principal se forma a partir do trabalho coletivo de atores dos mais diferentes setores, com objetivos em comum: promover transformações significativas e saltos para um nível maior de desenvolvimento, aliando produtividade, inovação, crescimento, qualidade de vida e responsabilidade social. É sobre cooperar, de forma ativa, do jeito que Santa Catarina merece.
Cerca de 80% das operações do Banco Regional de Desenvolvimento são aderentes a pelo menos um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas. “A operação financeira por si só, da linha de crédito, é só uma ponte para chegar até esse futuro que queremos construir, melhorando a qualidade de vida de Santa Catarina”, acrescenta João Paulo Kleinübing, presidente da instituição.
Entre as demandas da ONU para o desenvolvimento sustentável que se encaixam no posicionamento do BRDE estão objetivos como:
- Energia limpa e ível
- Trabalho decente e crescimento econômico
- Indústria, inovação e infraestrutura
- Consumo e produção responsáveis
- Ação contra a mudança global do clima
- Parcerias e meios de implementação
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul prepara novidades para 2024. “Estamos trabalhando para o ano que vem com a possibilidade de lançamentos de títulos verdes, de apoiar municípios na valorização do seu patrimônio natural e como quantificar em números para fazer a cobrança pela manutenção dos serviços ambientais”, antecipa o presidente do BRDE João Paulo Kleinübing.
A Ceesam surgiu em 1960, quando não havia energia elétrica na região. “Estávamos em um grupo tomando cerveja quente na mesa do bar, pensando como resolver a situação”, relembra o presidente Lorivald Beyer Beyer, em tom de humor. O grupo ou por diferentes gestões e desde 2006 constrói soluções em parceria com o BRDE, em diferentes iniciativas ligadas à geração de energia. Para ele, “a união sempre deu muito certo. Agradecemos a direção da instituição por confiar na nossa cooperativa”, acrescenta o presidente do Ceesam.

O potencial transformador do banco se adapta à singularidade de cada região catarinense. Segundo Olavo Gavioli, gerente de desenvolvimento do BRDE, “o pequeno produtor está comprando implemento, está modernizando a propriedade, e chegamos no comércio, na reformulação de loja, no equipamento para ajudar no serviço, até a indústria em si, metal mecânica, modernização de fábricas, na expansão de diferentes setores”.
No caso da Águas da Serra, os benefícios sociais vão além da geração de energia. Lorivald Beyer, presidente do grupo Ceesam, traça o panorama: “Costumamos colaborar com o poder público nas obras das estradas catarinenses, limpezas das vias urbanas, plantio de mudas, buscando melhorar até o atendimento na saúde do município”. O grupo já iniciou o projeto da sexta usina e pretende continuar desenvolvendo soluções que geram negócios e qualidade de vida para o Sul do Brasil.
