“Cozinhar é relaxar, colocar a criatividade em prática e ainda comer bem por um preço justo”, destaca Bruno Castañola Pereira, 25, analista de marketing. Ele costuma cozinhar muito nos fins de semana na companhia de Gabriela, sua namorada.
“No último domingo, fizemos deliciosas panquecas americanas, ótimas para o café da manhã e muito simples de fazer”. Mas agora, na quarentena, Bruno revela que as idas à cozinha diminuíram, pois sua mãe voltou a cozinhar e a dominar o espaço.

Sandra Liz Castañola Portela, 50, é psicóloga e natural do Uruguai. Há décadas vive com a família na capital catarinense. Ela tem cozinhado sozinha e também com o filho: “Em tempos de crise, a gente tem que abrir a geladeira, pegar o pouco que tem dentro dela, unir ao ingrediente principal, que é ‘a criatividade’, e ainda fazer com que o resultado de tudo isso seja um prato gostoso”.
Sandra só cozinha por necessidade, já que nunca gostou do ofício e muito menos assiduamente. Na quarentena, ela não pesquisou receitas novas, nem qualquer tutorial. “Usei receitas antigas e acrescentei criatividade para utilizar o que tinha em casa no momento. Recentemente, fiz casquinhas de laranja cristalizadas”, pontua.

Panquecas americanas 3k1r2f
Ingredientes
1 xícara e 1/4 de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de açúcar
3 colheres de chá de fermento em pó
2 ovos levemente batidos
1 xícara de chá de leite
2 colheres de sopa de manteiga derretida
Pitada de sal
Óleo para untar
Modo de Preparo
Misture em um recipiente a farinha, o açúcar, o fermento e o sal
Em outro recipiente misture os ovos, o leite e a manteiga
Acrescente os líquidos aos secos, sem misturar em excesso
O ponto da massa não deve ser muito líquido, deve escorrer lentamente
Aqueça e unte a frigideira e coloque a massa no centro, cerca de 1/4 xícara por panqueca
- Fica muito gostoso comer com nutella, brigadeiro ou coberta com mel
Videoconferência une família em três países diferentes 2ke5l
A médica dermatologista Marta Nora Tramujas, de 67 anos, e seus filhos Daniela, 41, e Pablo, 39, são da Argentina. Marta reside em Florianópolis há 40 anos, mas os dois filhos moram no exterior – Daniela na França e Pablo, nos Estados Unidos.
O amor pela cozinha está no DNA da família, e os três estão sempre enviando fotos e receitas um para o outro como um modo de se inspirar e de se fazer presente. “Costumamos fazer até videoconferência enquanto cozinhamos, pois quando a gente se vê privado da presença do outro, a a valorizar cada um desses momentos via internet”, avalia a avó de dois netos que vivem em Paris.

Assim como a psicóloga uruguaia, a médica argentina também recria receitas antigas com os alimentos que tem na geladeira. “Minha avó cozinhava bem, mas minha mãe era famosa pelas empanadas, que preparava principalmente para as festas de fim de ano da família, em San Juan, na Argentina. Todos aguardavam ansiosos para comer as empanadas da Maria, que eram feitas no fogo de chão”, revela, saudosa.
Para Marta, cozinhar é um modo de exercitar o amor com os outros e consigo. “É muito bom poder brindar com uma comida de qualidade, é um gesto de amor próprio, de acariciar a alma e de se acolher como ser humano”, poetiza.

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Além da cozinha, o bem que faz uma mesa posta 5m2j4q
Estela Savi tem 39 anos, é bioquímica em alimentos e costumava cozinhar antes da pandemia. Porém, somente quanto tinha tempo e disposição. Entretanto, destaca: “A arte de cozinhar sempre foi uma paixão para mim. Na minha família materna e paterna, sempre houve a tradição em cozinhar e reunir todo mundo ao redor da mesa, por isso para mim esse ato remete a bem-estar e aconchego”.

Como mora sozinha, na quarentena Estela resolveu arrumar a mesa na sacada como uma forma de se sentir bem em casa. “A cozinha, por transmitir tantos sentimentos bons, está sendo essencial nesse período, e apesar de termos receitas e tutoriais incríveis fui atrás de receitas antigas, do bolo de chocolate da infância, do crepe no início da vida adulta e de várias outras memórias”, revela.
Estela é diretora da Smart Consultoria em Alimentos, que atua no mercado há 13 anos capacitando empresas na área de segurança de alimentos, em manipulação de alimentos e em qualidade, com 150 clientes ativos nos mais variados ramos na Grande Florianópolis.
A bioquímica observa que, com a pandemia da Covid-19, o cliente está muito mais atento aos cuidados com a higiene e com a qualidade dos restaurantes e cafés.

HIGIENE COMO PRÉ-REQUISITO
“A segurança de alimentos deixou de ser um diferencial e ou a ser um pré-requisito para estar no mercado”. Para isso, aconselha que empresas do setor alimentício busquem ajuda técnica ou se informem sobre todos os procedimentos necessários, que os coloquem em prática e também que evidenciem para o cliente que têm responsabilidade e segurança no preparo do alimento.
E para aqueles que continuarem a se aventurar na cozinha por paixão ou por necessidade, Estela reforça atitudes que devem ser adotadas por todos: “A dica mais importante de higiene, que vem a ser também a mais orientada como prevenção de contágio da Covid-19, é lavar as mãos com sabão e água. Então, é legal deixar um pano de prato ou toalha felpuda na pia da cozinha para uso exclusivo das mãos”.
Ela também orienta que é interessante higienizar bem o hortifrúti que chega do mercado com solução clorada usando uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água. “Basta deixar os produtos imersos por dez minutos, enxaguar bem posteriormente e lavar as embalagens que chegam da rua com detergente e água. É essencial também evitar o preparo de alimentos se tiver tosse ou espirros constantes”.
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