3 pratos típicos de Santa Catarina que surpreendem o paladar 46514u

No café da manhã, almoço e sobremesa, Santa Catarina oferece pratos típicos para cada refeição com sabor da imigração europeia; confira 03 janeiro 2023 às 10h00 7 Minutos Gustavo Bruning Enviar no WhatsApp 503z3c

Nenhum eio está completo sem o seu momento mais precioso: sentar à mesa para comer. Os pratos típicos são parte crucial de uma visita a qualquer cidade de Santa Catarina e, seja no almoço ou no café da tarde, a identidade catarinense há de surpreender o seu paladar. Conheça algumas iguarias e pratos, tanto adaptados de seus originários europeus quanto vindos do mar que banha este litoral.

1. Strudel 554x6p

Strudel no Cafehaus Glória, em Blumenau – Foto: Cafehaus Glória/DivulgaçãoStrudel no Cafehaus Glória, em Blumenau – Foto: Cafehaus Glória/Divulgação

É impossível visitar as cidades catarinenses que tiveram forte imigração alemã e austríaca sem saborear o strudel. Esse doce, cujo recheio mais popular é o de maçã, tem grande aceitação no Vale Europeu e ganhou peculiaridades em Santa Catarina, tanto no seu preparo quanto nos ingredientes.

Não é apenas um assado ou cozido: o strudel é uma combinação de técnicas que o tornam a pedida perfeita para depois do almoço ou no café da tarde. Por ser bem doce, não faz tanto sucesso no café da manhã. Ele aparece em cafés coloniais e é o que encontramos na confeitaria Cafehaus, inaugurada em 1977, anexa ao Hotel Glória, na Rua 7 de Setembro, em Blumenau.

A textura da massa é a primeira coisa a ser sentida – é possível encontrar opções com massa filo, strudel ou folheada. Enquanto os mais experientes preferem a massa strudel, os jovens costumam optar pela folheada.

O elemento encantador, no entanto, é o recheio. O sabor da banana ou da maçã, como a fuji e sua peculiar acidez, pode ser complementado com nozes, uva a, vinho tinto e canela. Tudo só dá certo, entretanto, se a farinha usada for fina e de qualidade.

A disputa pelo strudel mais saboroso faz parte do cenário das padarias e confeitarias catarinenses, não apenas em Blumenau. Sinônimo de doce, ele aparece em cidades por todo o Estado, como Chapecó, Pomerode, Ituporanga, São Bento do Sul e Treze Tilhas. Há um alto padrão e uma gama de variedades.

O strudel perfeito é sequinho por fora e cremoso e macio por dentro. Para acompanhar, as melhores opções são café, chá ou leite. O doce não combina tanto com cerveja ou vinho, mas um licor pode cair bem.

Uma doce chegada

De origem centenária, o strudel ganhou força na Áustria como um alimento cujo armazenamento era de longa duração. Quando os soldados precisavam carregar comidas, a iguaria, mole e úmida, não quebrava fácil.

A cultura alemã contribuiu para a popularização do strudel, que foi aperfeiçoado, com sua massa batida e sovada, para aproveitar o máximo da farinha. As variedades eram inúmeras, podendo ter recheios de queijo ou até carne moída.

O doce chegou a Santa Catarina no século 20, com a imigração alemã no Vale Europeu, junto com o chucrute e as cucas. No começo a concepção era mais difícil, por causa da farinha.

A diferença entre o strudel europeu e o brasileiro é grande. Na Alemanha, o povo o saboreia com nata batida, enquanto em terras catarinenses uma opção bem procurada é com sorvete ou molho de baunilha. Por aqui, em função do clima, muitos fazem o recheio cozido, com maçã, farinha de rosca, uva a e amêndoas.

2. Ostra 1t6e1j

Ostras de Florianópolis – Foto: Yxpia Joaquina Bar/DivulgaçãoOstras de Florianópolis – Foto: Yxpia Joaquina Bar/Divulgação

Ao bafo, gratinada, in natura ou com preparos diferenciados. Experimentar a variedade de ostras no litoral catarinense é a oportunidade de sentir no paladar o gosto característico deste molusco afrodisíaco. Graças a técnicas contemporâneas, mais opções vêm aparecendo, beneficiando os que não são adeptos do sabor natural da ostra.

O indicado para quem nunca experimentou o molusco é iniciar com a ostra in natura, que proporciona o sabor mais original. A textura peculiar pode não agradar a todos, mas há opções como a ostra ao bafo ou gratinada. O acompanhamento de vinagrete e queijo, nestes casos, traz um toque distinto. Além do cozimento a frio, o vinagrete proporciona acidez.

Alguns restaurantes locais contam com as próprias fazendas, o que agrega ao frescor dos pratos. A inventividade de técnicas de preparo é um bônus, com opções que vão do mel ao conhaque e gengibre.

As técnicas asiáticas também são muito bem recebidas em Santa Catarina. Uma das mais bem aceitas localmente é a ostra japonesa, mais alongada, com a casca mais ondulada. Já a ostra empanada, atualmente em alta, tem o diferencial na hora da fritura. Ela fica crocante e recebe uma variedade de molhos, que podem ser picantes e agridoces.

O bom de saborear a ostra em Florianópolis é perceber o seu frescor. Ficam perceptíveis, logo de cara, o aroma marinho e o brilho do molusco. E não se esqueça de pedir uma bebida refrescante – os vinhos branco e rosé, assim como o espumante, fecham perfeitamente.

Uma reputação brilhante

Os anos 1990 trouxeram um aumento na procura da ostra na Grande Florianópolis e, nos últimos dez anos, a demanda prosperou ainda mais. A cultura alimentar no litoral sempre foi à base de frutos do mar, então a boa reputação destes moluscos – grandes, limpos e com bastante carne – só espalhou a sua sedução.

Com mais de 90% do abastecimento nacional, a região é a maior produtora de ostras do país e possui um selo de reconhecimento pelo cultivo. A Festa Nacional da Ostra (Fenaostra), realizada todos os anos, põe em prática este título.

A referência é tamanha que há cardápios de restaurantes de outros Estados, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, com a opção “ostra de Florianópolis”. Não é à toa que Capital foi a primeira cidade brasileira a receber o título de Cidade Criativa da Gastronomia, da Unesco, em 2014.

A qualidade das ostras locais se deve às grandes fazendas de ostras das baías Norte e Sul, com águas doces e salgadas, que fazem tais moluscos crescerem lindamente. Outras cidades catarinenses também aproveitam a alta procura por esse fruto do mar, como Laguna, mas a demanda prevalece na Grande Florianópolis.

3. Chineque 3f6o5x

Chineque é um pão característico de regiões germânicas – Foto: Prefeitura Municipal de ville/DivulgaçãoChineque é um pão característico de regiões germânicas – Foto: Prefeitura Municipal de ville/Divulgação

Ficam de lado o pão de trigo ou os tantos salgados e doces que podem completar um bom café da tarde. É a vez do chineque, um pão característico de regiões germânicas que foi adaptado em Santa Catarina, há mais de um século, e continua arrebatando paladares.

A palavra chineque significa caracol, tal qual o formato original, em espiral, dessa delícia. E está enganado quem a considera um mero pão doce. A massa é comum, mas o recheio de frutas tropicais, creme ou doce de leite, acompanhado com farofa, a torna distinta.

A canela, com seu gosto amadeirado, é uma alternativa, enquanto o recheio de banana adocica ainda mais. Mesmo com versões mais refinadas por aí, são as tradicionais que despontam.

Um eio por padarias e confeitarias de Blumenau, ville e Brusque pode render uma boa degustação dessa herança europeia. É difícil determinar quando o chineque chegou a Santa Catarina, mas jornais antigos estabelecem que a iguaria apareceu em solo vilense no século 19, não por meio dos imigrantes, mas por viajantes que trouxeram receitas da Alemanha, Áustria, Suíça e outros países.

A versão germânica remete mais a uma bolacha, com glacê por cima e aspecto brilhoso, ocasionalmente com alguma fruta, noz e canela. Com a receita em terras catarinenses, não demorou para que os locais fabricassem e comercializassem o chineque nas confeitarias mais tradicionais.

A Padaria Brunkow, que funcionou entre as décadas de 1920 e 1980, era conhecida por oferecer o melhor chineque de ville. A iguaria também era referência na Confeitaria Dietrich, aberta até os anos 1980.

A maior e mais famosa, ainda no século 19, foi a Confeitaria e Café Kroehne. E a receita não se limitou à divisa estadual, sendo levada também para Curitiba, segundo relatos, a partir de vilenses.

A relevância local desta comida é tamanha que ville celebrou seus 171 anos, em março de 2022, com a primeira edição da Chineque Fest, que resgatou o contexto local dessa tradição gastronômica.

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