A proposta de isentar o Criciúma do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana pela posse do terreno do estádio Heriberto Hülse e do centro de treinamentos Antenor Angeloni causou tumulto na política da cidade carvoeira durante a semana.

O projeto de lei complementar proposto pelo parlamentar Zairo Casagrande (PDT) – debatido na Casa há 20 dias, foi aprovado em duas votações unânimes na segunda (26) e na terça-feira (27).
O prefeito Clésio Salvaro (PSD) classificou a matéria como uma “irresponsabilidade”. Por vez, Zairo justifica o retorno financeiro gerado pelo clube em dias de jogos como motivo para a isenção. Segundo ele, “muitos estabelecimentos lucram em dias de jogos”.
Ainda, afirma que o Criciúma é uma “associação sem fins lucrativos e dirigida por voluntários”.
Atualmente, o orçamento do Tigre é de R$ 80 milhões. Destes, R$ 175 mil são pagos de IPTU.
Também sublinham a matéria os vereadores Manoel Rozeng (PP), Paulo Ferrarezi (MDB), Roseli De Lucca (PSDB), Márcio Darós (PSDB), Geovana Zanette (PSDB), Jair Alexandre (PL), Júlio Kaminski (PP), Daniel Antunes (União), Salésio Lima (PSD), Nícola Martins (PSDB) e Toninho da Imbralit (PSDB).
Os vereadores Giovana Mondardo (PC do B), Juarez de Jesus (PSD), Obadias Benones (AVANTE), Miri Dagostim (PP) e Neto Uggioni (PSDB) não foram convidados a o texto, mas viraram a favor.

Quem também se opôs foi o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro – e não escondeu o descontentamento; poupando nem ao menos os vereadores que compõem a base governista no legislativo municipal.
Em coletiva de imprensa, respondeu ao repórter Marcus da Rolt que “não pisa no pescoço de ninguém para crescer politicamente” – ainda, prometeu veto à medida quando esta cair em seu colo para sanção.
“Certamente, quando este processo chegar aqui ao Executivo, nós vamos fazer uma análise, mas a responsabilidade está com aqueles que de fato não têm responsabilidade”, disse.
“Vou repetir, nós não fizemos política enganando as pessoas, nós não fizemos política mentindo para as pessoas, nós não trapaceamos ninguém. A responsabilidade não está com quem é responsável. A responsabilidade de derrubar o veto ou de sancionar, ou promulgar este projeto, que certamente vai virar lei, é por conta dos irresponsáveis que adentraram com este projeto”, completa.
A reportagem do ND Mais confirmou que a Casa usará das próprias prerrogativas para derrubar o veto e o presidente Jair Augusto Alexandre (PL) promulgará o texto.
Criciúma apoia a ideia 4h1d2z
Já na segunda-feira, quando ocorreu a primeira votação, o Tigre se mostrou simpático à isenção de impostos – que já tange a esfera federal.
Em nota oficial escrita pelo departamento jurídico do clube, o Criciúma Esporte Clube se coloca como uma “entidade assistencialista e educacional, que também desenvolve práticas comunitárias, sociais, culturais, cívicas e filantrópicas”.
Desta forma, a instituição se enquadraria nos parâmetros legais que abrangem a possibilidade de isenção.
Questionado pela reportagem, o Criciúma, por meio do departamento jurídico, afirmou que deve confeccionar outra nota com novo posicionamento em razão dos recentes desdobramentos e repercussão do caso.
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