O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) determinou a proibição da torcida denominada Gaviões Alvinegros, do Figueirense, de ingressar em qualquer competição, independentemente da modalidade, portando bandeiras, camisetas e demais símbolos que associem a “organizada”.
A determinação foi baseada em um relatório entregue pela PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), referente às partidas do Figueirense, em Florianópolis, ao longo de 2022. A proibição foi estipulada de 1º de janeiro até 31 de março.
O veto levou em conta a “gravidade dos fatos” em condições que indicam que “não se trata de situação isolada” onde ficou explícita a “incitação de violência, com tumulto e enfrentamento”.
Para o MPSC, em despacho assinado pelo promotor Wilson Paulo Mendonça Neto, da 29ª Promotoria de Justiça da Capital, as condutas registradas colocaram em risco diversos torcedores que estavam no estádio e arredores.
“A participação da torcida organizada nos eventos esportivos delineados, após um período de relativa tranquilidade, tem contribuído sensivelmente, como comprovado nos relatórios, para o acirramento dos ânimos entre os demais torcedores, resultando no agravamento da violência, com manifesto saldo negativo e risco potencial para diversos torcedores que se encontravam no lugar”, ressaltou o promotor Wilson Paulo Mendonça Neto, titular da 29ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital.
A proibição está prevista em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado no ano de 2008 pelo MPSC, pela FCF (Federação Catarinense de Futebol), por representantes dos clubes catarinenses e pela PMSC. A análise específica foi deliberada em reunião realizada em novembro de 2022 para analisar sucessivos episódios de violência protagonizados pelos integrantes da “organizada”.
Jogos da Série C e Copa SC p4647
A Polícia Militar de Santa Catarina apontou confusões em quatro partidas de 2022, em intervalo de menos de dois meses.
Dos quatro entregues ao MPSC, segundo reado pela PM por meio do 22º BPM (Batalhão da Polícia Militar) e que abrange a área do estádio Orlando Scarpelli, ao menos dois foram com “gravidade relevante”.
Outros dois, de acordo com o capitão Fernando Hakim, que responde pelo comando do 22º BPM nesse momento, foram “brigas pontuais” mas que igualmente geraram condições de perigo aos presentes no espetáculo.
O primeiro registro de confusão foi da partida entre Figueirense e Botafogo-SP, em 16 de julho, vitória do Furacão por 2 a 1. Já o segundo registro de menor potencial aconteceu no dia 13 de agosto, outra vitória do Figueirense, dessa vez sobre o ABC-RN, 2 a 1, na última rodada da primeira fase da Série C.
Já os episódios mais graves foram registrados, ainda pela Série C, dia 3 de agosto, jogo diante do Paysandu, mais uma vitória por 2 a 1. O duelo, válido pelo quadrangular final, foi realizado pela 3ª rodada onde diversos problemas foram relatados dentro e fora de campo.
O jogo foi tenso fora de campo onde, segundo reado pela PMSC, uma briga generalizada foi atendida pela corporação três horas antes da bola rolar. Na ocasião torcedores da organizada do Figueirense teriam confrontado torcedores do Paysandu.

Conforme apurou a reportagem, torcedores de uma “organizada” do Avaí se infiltraram entre os torcedores paraenses. Essa constatação foi feita pela própria PM, via redes sociais, onde torcedores do Paysandu foram “abrigados” na sede dessa mesma organizada, no Sul da Ilha.
Dentro de campo a situação também foi complicada onde o jogo precisou ser paralisado, aos 24′ do segundo tempo, onde o árbitro interrompeu o duelo por 6 minutos depois que torcedores adversários arremessaram objetos em direção ao campo como baquetas e cadeiras. Uma pessoa, dentro da torcida, ficou ferida.
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Na ocorrência mais grave de todas, segundo o MPSC e a PMSC, envolveu Figueirense e ville, em duelo válido pela Copa SC, no dia 6 de setembro de 2022.
Segundo reado pela PMSC, antes da bola rolar em partida que terminou com goleada do JEC por 4 a 1 sobre o Furacão, uma emboscada foi montada com foguetes e pedras para a torcida do Norte e a ocasião acabou atingindo policiais do pelotão Tático. Seis pessoas foram identificadas e foram presas.
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A reportagem, em contato com o MPSC, buscou informações sobre outras torcidas organizadas que possam estar em condições semelhantes as da organizada do Figueirense. Não houve confirmação sobre isso, no entanto.