Vaquinhas virtuais, rifas, venda de pulseirinhas e até trabalhos como modelo. Em tempos de crise, atletas de Florianópolis têm usado a criatividade e as redes sociais para arrecadarem recursos e seguirem competindo. É assim que a faixa preta de taekwondo songahm Soninha Cabral espera conseguir financiar sua ida para o Pan-Americano em Lima, no Peru, em outubro.

Sem patrocínio, Soninha contou com a solidariedade da avó de duas de suas alunas, que organizou uma rifa de uma cesta de café da manhã gourmet para ajudá-la nas despesas, e lançou uma campanha no Facebook. Os bilhetes custam R$ 10 e o sorteio será no dia 3 de agosto. A instrutora, que dá aulas em uma academia em Jurerê, montou uma planilha de custos e, entre inscrição no campeonato, agens aéreas e diárias, deve gastar em torno de R$ 3.626 para disputar o Pan.
“Essa ação surgiu da ideia da avó de duas alunas minha, a vovó Lenir. Eu dou aula para as duas netinhas dela e ela sempre leva as meninas na academia, acompanha nossos treinos e idas aos eventos. Fico muito feliz em ver que meu trabalho está tocando as pessoas, porque a vovó vê eu indo competir como algo que vai inspirar as pequeninhas dela. Além de toda essa força tarefa para me ajudar a realizar o sonho de ir competir, o que mais me toca é o reconhecimento das pessoas”, afirmou a atleta que conquistou a vaga no Pan ao sagrar-se campeã brasileira da modalidade no início do mês.
A triatleta Taynara Bonetti, 19, também já iniciou sua campanha para disputar o Ironman Florianópolis 2018. A manezinha, que este ano completa dez anos de atividade, está sem patrocínio – só tem o apoio de produtos e serviços – e lançou uma vaquinha virtual para arrecadar recursos para bancar o valor da inscrição, que é de R$ 3,6 mil. “Vi vários atletas fazendo isso e deu certo, então resolvi tentar também. Temos que nos virar e seguir na luta”, afirmou Taynara.
A mãe, Simone Bonetti, é a principal apoiadora e vende pulseirinhas estilizadas para ajudar a filha nas despesas. “Foi uma alternativa que encontramos no momento. Se cada um contribuir com um pouquinho, teremos sucesso no final. Sabemos da situação financeira que nosso país vem enfrentando. O que pega, são os valores para inscrições, viagens e hospedagens, que são muito altos”, destacou Simone.

Falta de apoio do poder público leva atletas à atividades paralelas
Contemplada com o bolsa atleta de Florianópolis no ano ado, Taynara recebeu apenas as três primeiras parcelas e ficou o restante dos meses sem receber. Este ano, a triatleta está sem nenhum patrocínio da Prefeitura ou do Governo do Estado.
As pulseirinhas vendidas por Simone e a vaquinha virtual foram as alternativas encontradas por mãe e filha para a triatleta continuar competindo. “Farei tudo o que for preciso. Acredito muito no potencial dela, vivencio todo o esforço e privações que ela tem, sendo assim tão jovem e tendo começado tão cedo. Muitos já teriam ficado pelo caminho”, ponderou Simone.
Taynara também se inscreveu em uma agência de modelos para ajudar a bancar os gastos com o triatlo, mas por enquanto, segundo Simone, não apareceu nenhum trabalho com cachê. A triatleta só tem feito alguns ensaios para as marcas que a apoiam com equipamentos e serviços.

>> Como ajudar 311e5i
Rifa da Soninha: facebook.com/soninha.cabral (pedidos inbox ou na academia, rod. Maurício Sirotsky sobrinho, 5401)
Vaquinha da Taynara: Vakinha.com.br/vaquinha/taynara-bonetti-rumo-ao-ironman-2018
Pulseiras estilizadas vendidas pela mãe da Taynara: facebook.com/inlovepulseiras
