Beatriz Souza, de 26 anos, ganhou ouro nas Olimpíadas de Paris 2024 na categoria +78kg do Judô. Conhecia como Bea, a atleta já foi sargento do Exército e até posou para JR. Durán antes de chegar aos tatames.

Beatriz, que não foi a escolhida para representar o país na categoria acima de 78kg em Tóquio 2020, ganhou a primeira medalha de ouro do Brasil em Paris 2024.
Quem é Beatriz Souza 3r543q
Nascida em Peruíbe, São Paulo, em 20 de maio de 1998, a judoca foi campeã dos Jogos Pan-Americanos de 2017, conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de Judô de 2022 e a de bronze, em 2023.
Ainda em 2024, foi campeã do título no Grand Slam de Bacu e também ganhou o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago.
Paris foi a estreia de Bea nas Olimpíadas. Em 2020, perdeu o lugar para Maria Suelen Altheman, derrota que revolucionou a atleta.
“Falei pra mim mesma que eu não ia sentir aquilo que eu senti de novo, de não ir para uma Olimpíada. Foi uma chave muito importante que eu virei. Desde o momento em que a chave virou, as coisas só foram sendo encaminhadas”, relatou Bea, para a agência Olympics, antes de viajar.

Um dia depois de saber que não iria para Tóquio, voltou a treinar com foco em Paris. Dessa vez, no entanto, encarou o esporte com outros olhos.
“Antes eu tinha uma cobrança muito grande. Carregava um fardo que não era meu”, confessou. “Pressão”, continuou. “Pressão de ter que ganhar”, explicou.
Além de atleta, Beatriz também é terceira-soldado do Exército e recebe cerca de R$ 4 mil por mês, segundo o Portal da Transparência.
Corpo de atleta 715220
Além de enfrentar os desafios do próprio esporte, Beatriz Souza teve que superar a gordofobia em ambientes em que não tinham outros atletas.

“Ir para um lugar com atletas é uma coisa. Estar em um ambiente com pessoas que não são do esporte é outra —e bem pior. Porque olham, o tempo todo, para o tamanho do meu braço; uma vez, estava no metrô, e um homem disse que meu braço era maior do que o dele. As pessoas encaram as minhas costas. É difícil lidar com essas coisas”, disse ao UOL.
Durante uma série especial do UOL, Beatriz Souza posou para o fotógrafo renomado, JR Duran. Na ocasião, a atleta falou sobre o estigma que carrega com sua força e o peso na sociedade, que são, na essência, o que a transformou em campeã.