Com maestria ele desafia a gravidade deslizando em cima de uma fita estendida sobre dois pontos, geralmente bem a cima do chão. O lugar do manezinho Rafael Bridi, de 36 anos, realmente é nas alturas. É lá que Rafa, como é conhecido, dá show. Com muito equilíbrio, o filho da Ilha da Magia quebra recordes e leva o nome de Florianópolis aos quatro cantos do mundo praticando o slackline na modalidade highline.

Ficou confuso com esses termos, calma que a reportagem do ND+ explica. O slackline é um esporte que vem ganhando muitos adeptos, principalmente aqueles que não dispensam uma atividade radical, que reúne equilíbrio, concentração, força e um pouco de técnica. A atividade consiste em deslizar, caminhar, fazer manobras, correr ou até meditar sobre uma fita presa entre dois pontos.

Geralmente essa espécie de “corda bamba” fica a poucos centímetros do chão e quase não oferece risco a quem começa a praticar o esporte. Mas no caso do manezinho Rafael Bridi, a estrutura é montada sobre verdadeiros abismos, pontes, vulcões e até no ar, entre dois balões durante um voo. Assim é a modalidade highline, linha alta, traduzindo para o português.
Parece loucura? Bridi, que também é empresário, produtor e diretor fotográfico, palestrante e consultor, garante que não. “Juntar o esporte com a arte é uma experiência maravilhosa que estou vivendo. Se equilibrar, é uma bela metáfora do viver, alcançar objetivos e concretizar sonhos”, destaca.
“É no alto que eu me encontro, me desafio, testo meus limites”, enfatiza Bridi.
O catarinense, nascido em Florianópolis, começou a praticar slackline em 2010, aos 22 anos. Naquela época ele cursava engenharia de produção na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), local em que ele descobriu o esporte. “Vi um pessoal brincando e falei, vou gostar de fazer isso. Já tinha praticados outros atividades como surf, escalada e skate. Experimentei, acho que deu bom”, brinca o florianopolitano.

Cada vez mais alto 1c5g8
A brincadeira ficou séria e Rafael Bridi partiu para o highline em 2013. Foi assim que Bridi cruzou horizontes e carimbou seu nome duas vezes no Guinness Book, uma em 2020 e a outra em 2021.
A primeira foi a maior travessia de highline, 261 metros, dentro de um vulcão ativo, no Monte Yasur, na ilha de Tanna, em Vanuatu. A segunda vez foi na cidade de Praia Grande, na serra de Santa Catarina, com o highline mais alto do mundo em relação ao solo.
Veja como foi a travessia no vulcão 4l3g
Bridi também fez a travessia entre dois balões no ar, a 1.901 metros do chão. O feito deu origem ao curta-metragem Walking on Clouds, que foi finalista do Banff Mountain Film Festival 2022, o maior evento de filmes de montanhismo e esportes radicais do mundo, realizado em outubro do ano ado no Canadá.
Você acha que os feitos deste aventureiro pararam por ai? Claro que não, ele produziu o primeiro Festival de Highline Brasileiro, o Gravatation, na em Florianópolis, fez highline sobre a ponte Hercílio Luz e viajou o mundo quebrando recordes, sempre fazendo questão de dizer que é filho de Florianópolis.

Apresentação de highline no aniversário de Florianópolis 4uut
Nas atividades dos 350 de Florianópolis, Rafael Bridi mostrou sua destreza na praça 15 de Novembro, em um highline de 130 metros de distância, a 30 metros de altura.
Os desafios de Bridi não param. “Quero me superar a cada dia, bater novos recordes e ajudar a popularizar ainda mais esse esporte que, para mim, é uma terapia”, diz o aventureiro.
Para isso ele treina duas vezes por semana. “Tenho um pequeno highline em casa, mas na cidade, onde gosto mesmo de cortar o céu é na praia do Gravatá. Ali é meu lugar predileto, um cenário paradisíaco em meio ao som do vento e do mar”, finaliza.
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O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.