Mais do que o domínio dos componentes curriculares, entrar em sala exige um conhecimento completo, com foco em oferecer o melhor conteúdo e experiência aos estudantes. Na Rede Municipal de Florianópolis, os profissionais da educação participam de formação em percepção de riscos, prevenção e primeiros socorros.

O conhecimento vai além dos professores, incluindo os responsáveis pela limpeza e alimentação — modelo que começou a ser utilizado neste ano.
A iniciativa, que existe desde 2005 e já contribuiu com a preparação de aproximadamente 3.400 especialistas, tem como objetivo os princípios básicos dos primeiros socorros, avaliação inicial da vítima, plano de abandono, e básico de vida, intoxicação e reanimação.
Os encontros acontecem durante um mês, totalizando 16 horas. “Contribui para que os profissionais saibam observar os perigos e limitações dos espaços, agindo preventivamente e, em casos de perigo, saibam interferir adequadamente”, pontua Luciane Volken, gerente de Formação Continuada.
Além da opção destinada a todos os profissionais, ainda é possível optar pelo treinamento focado na Educação Infantil, na formação remota com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o formato descentralizado, pautado em encontros nas unidades — o intuito é promover conversas e uma formação máxima de oito horas.
Primeiros socorros na prática 5f3y63
Para Charles Schnorr, chefe da divisão de projetos especiais, o diferencial está em praticar.
“Juntando teoria, conceitos com a realização de atividades práticas e simulados de abandono, trabalhamos com o ideal e o real. O que tem disponível nós mostramos para o professor, para potencializar o que ele tem à disposição”, comenta o responsável.
Para quem faz parte, o ensino é valioso. “A formação tem sido muito interessante e importante, pois ei a visualizar os espaços educativos com um olhar mais atento na questão de prevenção e segurança. Atenção aos itens em situações de perigo, tais como extintor de incêndio, disjuntor de energia, central de gás, bem como na aquisição de materiais necessários para realizar primeiros socorros”, conta a professora Mara Regina Dutra Martins, do Núcleo de Educação Infantil Municipal (NEIM) Dona Cota.
E saber como agir para atender uma criança ou colega de trabalho é algo que faz a diferença no dia a dia. “Com os conhecimentos adquiridos fico mais tranquila por saber o mínimo para, num momento de emergência, agir com rapidez e eficiência”, comenta a professora.

Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal de Florianópolis, Defesa Civil, Polícia Militar e Polícia Científica participam da formação apresentando conceitos e práticas. E o resultado já é visível para aqueles que estão do outro lado, planejando as interações.
“Percebemos uma evolução na visão crítica dos professores, que já conseguem verificar não apenas o ambiente educacional, mas também de lazer, cotidiano, residências, ambientes domésticos, uma percepção de risco diferente”, explica Charles.
É com o conhecimento adquirido na formação que os profissionais am a analisar situações da rotina, mapeando os riscos e pensando em alternativas para promover o cuidado e os primeiros socorros.
Mais do que a segurança na escola, eles são multiplicadores além da sala de aula.
Iniciativas em educação antirracista 31466l
Para atender aos requisitos da Lei nº 10.639, de 2003, que prevê a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” na educação, a rede municipal conta com atividades e iniciativas focadas no assunto. Confira o que está sendo feito:
Grupo de estudos em ERER (Educação das Relações Étnicos-Raciais): O encontro é destinado a professores, pesquisadores e profissionais da educação, incluindo aqueles que estão em formação.
As reuniões são presenciais e quinzenais, todas as sextas-feiras, no CEC (Centro de Educação Continuada). Também existem os encontros para leitura e produção de material.
Seminário de Diversidade Étnico Racial: na 17ª edição, o evento é aberto para todos, com apresentações e discussões das práticas desenvolvidas nas escolas, levando em consideração pesquisas acadêmicas e movimentos sociais.
Formação continuada: outra iniciativa é a educação continuada sobre a ERER, disponível para os professores de Florianópolis.
Um exemplo foi a formação centralizada para professores do segundo segmento da EJA (Educação para Jovens, Adultos e Idosos), com o tema do conhecimento nas cosmopercepções indígenas, ministrado por Joana Mongelo e Laura Parintintin.