
Carlos Antônio Barbosa da Silva, de 67 anos, é um personagem especial da FME (Fundação Municipal de Esportes). Aposentado da área de logística há dois anos, ele se tornou estagiário da equipe de judô que representa o município em várias competições esportivas.
Faixa preta no judô e também no jiu-jitsu, Silva tem uma história recente na cidade de Criciúma. O atleta nasceu e morou no município de Manaus, no estado do Amazonas. Ele veio para o Sul de Santa Catarina apenas em 2021, após algumas visitas ao filho Gleison, que já vivia na região.
“Já tinha vindo visitar a família do meu filho algumas vezes. Gostei daqui a resolvi me mudar para Criciúma em definitivo com minha esposa Elsineide”, relembra Carlos.
Na época da mudança, ele encontrou emprego em uma empresa da área de logística na região, mas encaminhou a aposentadoria pouco depois. O encontro com o coordenador do judô da FME, professor Márcio Roberto Silva, surgiu após um contato entre a federação da modalidade do Amazonas com a federação de Santa Catarina.
“O Márcio me incentivou a voltar a estudar. Ingressei no curso de Educação Física e assim me habilitei ao estágio nas aulas de judô da FME”, afirma o atleta.

Faixa-preta em judô volta à sala de aula e se torna estagiário 594x3w
A partir deste contato, Silva iniciou uma rotina mais agitada do que a que ele estava acostumado.
Além do trabalho com a equipe de rendimento da fundação, duas vezes por semana, ele tem aulas na faculdade, no curso de Educação Física. Também faz dois estágios – um obrigatório na universidade em que estuda e outro opcional em uma escola do município -, além de aulas de iniciação ao judô no projeto +Esporte+Futuro, da FME.
“A intenção é concluir a graduação em Educação Física e continuar como professor de judô em alguma escola, seria maravilhoso. Já estou no judô há muito tempo, está no sangue, não tem como mudar. Daqui a 5 ou 10 anos pretendo estar com saúde, contribuindo e aprendendo, pois sou um eterno aprendiz”, garante.

A presidente da Fundação Municipal de Esportes, Robinalva Ferreira, vê a vida de Silva como um exemplo para jovens estudantes.
“Ele foi buscar o conhecimento na universidade após os 60 anos e voltou a atuar em um cargo conhecido por ser ocupado principalmente por jovens estudantes”, elogia Robinalva.
É uma demonstração de humildade e de vontade de dar sua contribuição ao mundo, até pela vasta experiência no esporte, aliada ao conhecimento científico, que precisa ser reconhecida e aplaudida”, finaliza.