No contraturno escolar da Escola do Futuro – Tapera, as turmas da professora Manuela Sozo Cecchini encontraram uma nova forma de aprender conteúdos relacionados a Ciências: por meio da criação de abelhas sem ferrão.

Estar aberto a novas experiências e desbravar assuntos até então desconhecidos são algumas das estratégias para explorar o conhecimento no ambiente escolar.
Pensando em temáticas que seriam relevantes dentro do componente curricular, no início do ano Manuela participou de um curso sobre o manejo de abelhas sem ferrão — e levou a caixa contendo centenas dos insetos da espécie mandaçaia para ser trabalhada na unidade.
Durante o projeto, os discentes do sexto ao oitavo ano puderam ver de perto o objeto de estudo. “Os estudantes conseguem aprender sobre a vida dos insetos. Uma parte importante que a gente também trabalha é a questão da polinização. Se não existisse abelha na Terra, não teria como ter vida, porque elas fazem a polinização, que nada mais é do que a reprodução das plantas. Então todo alimento que a gente consome, toda fruta, toda semente, ela veio desse processo, e a maior parte é feita pelas abelhas”, explica.
Com a responsabilidade de contribuir na criação de outros seres vivos, os adolescentes participaram da coleta do mel, da limpeza da caixa e da alimentação dos animais — o último considerado por muitos o momento favorito.
“Eles têm uma paixão, eles mesmo falam: ‘Já não está na hora de alimentar?’, eles gostam de ir lá e eles ficam vidrados, olhando, porque dá de ver a vida acontecendo ali, elas entram, saem, eles adoram.”
De olho no crescimento das abelhas 49a1z

Além das abelhas que já vieram na caixa, o número das mandaçaias na unidade cresceu com a criação de casinhas — montadas pelos próprios estudantes — que atraem os animais que rodeiam a região perto da escola. O projeto cresceu tanto que já há planos para dobrar a quantidade de colmeias.
É importante que os discentes tenham vivências fora da sala de aula para, assim, desenvolver um olhar curioso e o pensamento crítico e, consequentemente, observar e questionar mais as coisas ao seu redor.
“Eu acho que ver coisas ao vivo e entender a utilidade delas é muito mais relevante; se você só estudar que existem insetos, que eles formam uma sociedade e que eles cooperam entre si próprios é interessante. Mas agora ver o processo a gente consegue, ver que uma abelha entra, que elas ficam interagindo entre si e ver outra dentro do pote de mel […] Quando a gente foi estudar a polinização, a gente pegou uma flor e abriu, viu o pólen. Então entender essas relações é importante, isso faz diferença para eles.”