O encantamento com os animais é algo que, na maioria das vezes, costuma fascinar crianças e adolescentes. No caso dos seres marinhos, a curiosidade é ainda maior, já que muitos deles só são vistos nos livros. Mas e se a realidade virtual fosse capaz de transformar a percepção que temos dos bichos, dando vida para algo que antes não tinha movimento?

No CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Professora Nerozilda Pinheiro Ferreira, as crianças do maternal começaram a compreender a importância das novas ferramentas na rotina escolar.
A ideia de aproximar a tecnologia dos pequenos partiu da professora Janaina Luzia Felicio, que criou um álbum de fotos para destacar as atividades realizadas em sala.
Com um QR Code em um bilhete, os pais começaram a acompanhar aquilo que é feito. “Iniciou com a ideia de que eu queria aproximar mais os pais da realidade, das atividades que as crianças estavam vivenciando aqui na escola”, comenta a educadora.
O desafio seguinte foi uma experiência imersiva no fundo do mar. Com óculos de realidade virtual, os pequenos tiveram a oportunidade de ficar perto de baleias, tubarões e outros peixes.
Com aquele frio na barriga e o desejo de tocar os animais, o momento foi de descobertas. Enquanto alguns optaram por participar da experiência em pé, outros ficaram sentados no chão, observando os bichos que avam ao redor.
Independentemente da escolha, dois sentimentos foram unânimes: a alegria e o entusiasmo. “Trouxe para aproximar eles (crianças) da tecnologia de uma forma muito positiva. Hoje em dia a gente, às vezes, vê só a criança no celular e meio disperso, sem saber aproveitar”, diz Janaina.
E na brincadeira de observar, assimilar as cores e os movimentos, cada um estava livre para criar o próprio cenário. “Ali no fundo do mar a imaginação deles foi longe, eles usam muita imaginação, eles se movimentam, coisas que, às vezes, sentado ali na cadeira, no papel, eles não conseguem aproveitar tanto”, explica a educadora.
Para Manuella Ribeiro Nascimento, por exemplo, um bicho chamou a atenção: “Vi uma baleia, era gigante, eu achei legal”, fala a criança. A diversão também foi garantida com a montanha russa e o videogame, outras práticas que despertaram a curiosidade.
Trabalhando os movimentos e interações, uma outra experiência marcante foram os animais em 4D — com um aplicativo no celular, a professora escaneou os bichos que estavam na folha, incluindo coelho, girafa, elefante e até mesmo cobra, colocando diante deles a realidade aumentada.
“Teve um que chegou comentando em casa que se sentiu no zoológico, porque conseguiu ver animais que, às vezes, não vê, mesmo no zoológico”, diz a educadora.
Mais do que a alegria em compartilhar as novidades e aquilo que vai ganhando movimento, as crianças aprendem como o celular e os itens tecnológicos podem aproximar aquilo que, por muitas vezes, está longe.
“Eu sempre busco trazer coisas diferentes, não gosto de ficar na mesma, no papel, com eles ali sentado. Eu acho que tem milhares de recursos e estimulações ao nosso redor que a gente tem que saber aproveitar e fazer com que eles aprendam”, finaliza Janaina, recém-formada e que tem como caraterística colocar em prática ideias inovadoras.
A nova abordagem coloca em foco as intervenções com aparelhos e itens tecnológicos, mas também está sendo trabalhado o desejo de pertencimento.
“Quando você faz a criança se apaixonar por um ambiente escolar, pela novidade, pela descoberta, você instiga ela a ter essa curiosidade, você vai ter um aluno que vai querer sempre mais. Então ele vai atrás, ele vai estar envolvido no processo, ele vai se sentir parte, ele vai se sentir motivado e ver que é positivo”, relata a diretora Carolyne Nizer Cunha, que divide a direção da unidade com Débora Schneider.
Entre as atividades e as novidades, o entusiasmo é compartilhado entre a professora e a turma, e até quem observa de fora consegue perceber os diferenciais da relação.
“Hoje ela traz encantamento e, com isso, ela encanta as crianças, e as crianças saem maravilhadas. Isso motiva e é muito bom porque a Educação Infantil é a base, o começo, o pilar da educação”, finaliza Carolyne.
Explore o mar – e outra coisas – você também! 2v56g
Se você está pensando em trazer a tecnologia para dentro da sala, mas ainda não sabe quais aplicativos utilizar ou como as inovações podem contribuir com a rotina, confira algumas sugestões e veja o que mais combina com a sua turma:
- Animal 4D+: usado para aproximar as crianças dos bichinhos sem sair da sala de aula, com este aplicativo é possível proporcionar a experiência de ver os animais por meio da realidade aumentada. Além de descobrir fatos sobre elefantes, girafas, cavalos e muitas outras opções, com a ferramenta os alunos podem descobrir qual som cada ser faz.
- Underwater Adventure VR: com o auxílio de um óculos de realidade virtual, este simulador oferece uma vivência única, deixando os estudantes cara a cara com animais marinhos. Seja ao lado de peixinhos pequenos ou dos reis dos mares, como tubarões e baleias, os alunos terão a experiência de como é viver debaixo d’água mesmo que longe da praia.
- Google Arts & Culture: apesar das obras mais renomadas no mundo da arte estarem em grandes museus — como o Louvre, na França, ou o Metropolitan Museum of Art, em Nova York — não é preciso pegar um avião para observar de perto as pinturas e monumentos. Com este aplicativo é possível ver e conhecer a história de peças de mais duas mil instituições culturais ao redor do mundo, sem sair de casa.
- Star Walk – Astronomia fácil: uma noite com a lua cheia e o céu estrelado podem tirar o suspiro de diversas pessoas. No entanto, é difícil identificar quais são todos os astros lá de cima. Com esta ferramenta, basta apontar o celular para o céu e você encontrará informações de diversas estrelas, satélites e cometas.
- Sandbox AR: agora se seu foco é estimular a criatividade, este aplicativo de tecnologia imersiva leva para a sala de aula o conhecimento de uma forma mais divertida. Com diversos modelos, é possível criar um mundo virtual e compartilhar com os colegas.
- Sólidos RA: os termos da geometria podem parecer de difícil compreensão para diversos alunos, por isso é preciso usar exemplos práticos para facilitar o aprendizado das crianças. Com essa ferramenta, por meio da realidade aumentada, a visualização e a manipulação de objetos geométricos tornam-se mais simples e dinâmicas.
- 3D Bear: aplicativos que exploram a imaginação dos estudantes são capazes de desenvolver habilidades físicas e mentais. É o caso deste aplicativo: com a possibilidade de criar histórias e vídeos, os usuários transformam as mais inovadoras ideias em realidade nesta ferramenta.