O cursinho do Zinga, no bairro Ingleses, Florianópolis, abriu matrículas para 2022 nesta sexta-feira (18). O objetivo é preparar estudantes de baixa renda para o vestibular por meio de uma educação humanizada.

As aulas são gratuitas e o público-alvo preferencial são estudantes ou ex-alunos de escolas públicas ou bolsistas e cotistas raciais de colégios particulares. A expectativa é matricular ao menos 60 pessoas.
As inscrições encerram-se na próxima sexta-feira (25) e, ainda precisa-se de docentes voluntários de filosofia, matemática, biologia e química. Os interessados em colaborar podem entrar em contato com o Zinga pelo e-mail: [email protected].
“A intenção é dar oportunidade para pessoas que buscam ascensão social a partir da educação. O o à universidade é bastante discrepante”, diz o presidente do Zinga, Ciro Borges. “A gente quer reduzir essa disparidade. Não é a única solução, nem a ideal, mas é um caminho”, completa.
O projeto começou no final de 2018 e já coleciona histórias de aprovação. Thuany Cardoso, ex-aluna do Zinga, foi aprovada em psicologia na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), um dos cursos mais concorridos da instituição. Ela sempre estudou em escola pública.
“Eu diria que 90% da ‘culpa’ de eu ter sido aprovada foi do Zinga. [Os professores] fizeram eu entender que eu podia entrar na universidade pública, que a universidade federal era meu espaço também”, conta Thuany.
“A parte mais importante é que não havia pressão psicológica, era empático. Os professores abraçavam a gente e faziam nós entendermos tudo”, afirma a hoje universitária.
O método pedagógico do zinga objetiva uma formação política social. “A gente têm uma metodologia libertária. Queremos educar para que os alunos entrem na faculdade e tenham senso crítico”, explica a professora voluntária de português Danielle Andersen.
Nessa sexta-feira (18), a UFSC disponibilizou a lista de classificados no vestibular 2022 e alguns estudantes do Zinga foram selecionados. “É muito bom a gente fica muito feliz por saber que ajudou. Fico bem emocionada, é muito gratificante”, expressa Danielle, que além de voluntária do projeto, é estudante de letras da UFSC.
As aulas serão ministradas presencialmente no bairro Ingleses, Norte da Ilha, na Escola de Educação Básica Herondina Medeiros Zeferino, no período noturno.