Criar os traços originais de personagens, animar figuras imaginárias e colorir cenários extravagantes sempre foram características marcantes nos desenhos clássicos da Disney. O avanço tecnológico se popularizou e, nos últimos anos, algo novo tomou conta: as adaptações em live-action das histórias clássicas do estúdio.

As principais mudanças deste século já haviam começado em 2009, com “A Princesa e o Sapo”, quando o estúdio se despediu das animações bidimensionais e optou por seguir adiante apenas com a febre do momento: as animações em 3D.
Se hoje podemos ver uma atriz dando vida à sereia Ariel, cercada por animais realistas e repletos de personalidade, é porque a jornada até então foi repleta de erros e acertos.
Enquanto algumas adaptações com atores sofrem com a falta de um diferencial ou são simplesmente releituras exatas, mas sem o fervor do seu equivalente cartunesco, outras divertem trazendo novas versões de músicas memoráveis.
Em 2023 a Disney completa 100 anos e há muito o que esperar dos remakes com atores em carne e osso daqui para a frente. O estúdio já está preparando versões em live-action de “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Lilo & Stitch”, “Hércules”, “O Corcunda de Notre Dame” e “Moana”, além de vários outros.
Enquanto estes não são lançados, vamos relembrar os que ajudaram a construir essa tradição!
“Alice no País das Maravilhas” (2010) 725e5s

A onda recente de adaptações começou com este filme, dirigido por Tim Burton. E o longa-metragem tem mesmo a cara do cineasta: uma estética nada tradicional, tomada por elementos excêntricos. Esta mesma Alice retornou para a continuação, “Alice Através do Espelho”, seis anos depois.
“Dumbo” (2019) 3d126t

Dar vida a um elefante voador e com orelhas grandiosas, fazendo este protagonista interagir com humanos de forma aceitável, não deve ter sido fácil. A missão também ficou com Tim Burton, que somou a ambientação circense do desenho de 1941 ao seu tom sombrio.
“Cinderela” (2015) 5mk1c

Inspirada no conto de fadas adaptado por Walt Disney em 1951, esta versão expande a história da Gata Borralheira. O live-action garante à princesa muito mais personalidade que no desenho original, além de nos apresentar à Cinderela quando criança. A carinhosa Fada Madrinha, nesta versão com atores, se beneficia da graça da atriz Helena Bonham Carter.
“A Pequena Sereia” (2023) 1m3a2t

A doçura e a poderosa voz de Halle Bailey, que vive a sereia Ariel, carregam o filme totalmente, mostrando que a chave para as adaptações dos remakes da Disney é uma boa escolha de elenco. Mesmo ficando parte do tempo sem falar, ela surpreende por meio dos olhos.
Com poucos desvios do desenho de 1989, o live-action não chega a ser perfeito, mas cativa trazendo um romance inocente e ensinando como devemos não só valorizar o que temos, mas também ampliar nossos horizontes.
“A Bela e a Fera” (2017) 4a202e

Estrelado por Emma Watson, a Hermione da saga Harry Potter, este filme é bem fiel ao lado musical do desenho de 1991. Além de cantar as canções da trilha sonora, a protagonista encanta com sua coragem e inteligência.
Destaque para a sequência da canção Seja a Nossa Convidada e para a dança romântica que embala o tema do longa. A produção, inclusive, figura no ranking dos 30 filmes mais caros já produzidos da história do cinema.
“Aladdin” (2019) 4a1w2j

Com uma nova versão da icônica música Um Mundo Ideal, essa adaptação ampliou a história do jovem ladrão que se apaixona por uma princesa. O desenho de 1992 trouxe o comediante Robin Williams na voz do Gênio, aqui vivido por Will Smith.
A irreverência visual das sequências musicais da animação também vem com tudo nesse live-action, que faz bem em não respeitar tanto a lógica.
“Mogli – O Menino Lobo” (2016) n6f2l

O realismo da selva indiana, com animais gerados por computador, fez com que essa aventura desse uma nova vida à história de Mogli, que estrelou seu desenho da Disney em 1967.
A produção usou como referências imagens de bichos reais em movimento, além de estudar a forma como eles se comunicam. Isso resultou em ótimas interações entre os personagens falantes e o ator Neel Sethi, que vive o órfão protagonista.
“O Rei Leão” (2019) 6o3o1x

A Disney atingiu um novo patamar ao adaptar centenas de animais e a montanha-russa de emoções que é o clássico desenho de 1994. Foram vários acertos: da fofura do Simba original, aqui mantida, aos cenários extraordinários do desenho, transpostos para a realidade com maestria.
Enquanto alguns momentos pegam emprestada a estética de documentários da vida selvagem, outros expressam a alma dos personagens com delicadeza.
“Malévola” (2014) 301h3z

Em vez de simplesmente adaptar “A Bela Adormecida”, lançado em 1959, a escolha de mostrar a história do ponto de vista da vilã se mostrou uma decisão certeira. Angelina Jolie garantiu o carisma e o aspecto enigmático de Malévola, tornando a história ainda mais original.
“Cruella” (2021) g5x57

Como ter empatia por uma personagem que um dia pretende fazer um casaco com pele de dálmatas? O desafio foi aceito e a atriz Emma Stone reinventou totalmente a personagem, o que nos permitiu conhecer o ado inédito da vilã de “101 Dálmatas”.
“Pinóquio” (2022) u5x4h

O segundo filme de animação produzido pelo próprio Walt Disney, em 1940, finalmente seguiu a tradição e veio para o mundo real. A história do boneco de madeira que sonhava em ser um menino de verdade, que no live-action é uma réplica perfeita do desenho, trouxe Tom Hanks como o carpinteiro Gepeto.
O comando ficou por conta do cineasta Robert Zemeckis, diretor de “De Volta para o Futuro”.

Voar pelo céu e explorar a brilhante Terra do Nunca formam parte da jornada visual que é um dos mais novos remakes da Disney. A adaptação do desenho “Peter Pan”, de 1953, traz um foco ainda maior na personagem Wendy.
Apesar de não ter conquistado críticas muito positivas desde a estreia no Disney+, o filme teve seus acertos, como a escalação do ator Noah Matthews Matofsky, o primeiro com síndrome de Down a estrelar uma produção da Disney.
“101 Dálmatas” (1996) 1j6r5o

Baseado no desenho de 1961, manteve a essência do original. No entanto, quem rouba a cena é Glenn Close, como Cruella de Vil.
“A Dama e o Vagabundo” (2019) 571o4d

Com cachorros falantes tão encantadores quanto os do desenho, foi o primeiro remake de clássicos da Disney a não ser lançado nos cinemas, indo direto para o Disney+.
“Mulan” (2020) 666x66

A história de uma jovem chinesa que vai para a guerra disfarçada de soldado para salvar o pai desvia bastante do original, trazendo lições de honra e determinação com bastante realismo.
Quando o desenho se junta ao live-action 687139
Há 14 anos não temos a chance de assistir a um novo longa-metragem de animação 2D da Disney nos cinemas, o que pode ser algo triste para os amantes dos traços feitos à mão e do charme único dos desenhos tradicionais. No entanto, nos últimos anos, duas produções tiveram segmentos feitos nesse estilo de animação e ajudaram a matar um pouco dessa saudade.
Em “O Retorno de Mary Poppins”, de 2018, os atores em carne e osso interagiram com cenários animados e personagens 2D. O resultado, que incluiu ainda cenas musicais e uma plateia tomada por animais cartunescos, ficou deslumbrante e homenageou o musical original da babá mágica, que estreou em 1964.
Outro longa-metragem que resgatou a animação 2D foi “Desencantada”, de 2022. Assim como na primeira aventura da princesa Giselle, as cenas feitas em animação representam o reino de Andalasia. Nessa continuação, no entanto, elas chegam a mesclar um pouco mais com o mundo real, com direito a uma sequência musical que funciona como transição entre as duas realidades.