O ciclo de seminários Super 17 mal havia acabado, na quinta-feira (26), e o mentor da ideia, Roberto Bertolin, alinhava com o curador dos eventos, o professor Neri dos Santos: ‘ano que vem tem mais’. Os cinco seminários realizados neste ano, em alusão ao aniversário de 17 anos do jornal ND, esmiuçou temas relevantes para Florianópolis.

Bertolin, que é diretor regional do Grupo ND em Florianópolis, e o professor Neri acreditam que o seminário derradeiro, sobre Cidade Empreendedora, realizado em parceria e na sede do Sebrae/SC, fechou com chave de ouro a sequência de discussões. Do primeiro, que abordou a revisão do Plano Diretor na Capital, ao último, foram apresentados problemas e desafios, sim, mas também soluções e caminhos possíveis.
O diretor de conteúdo do Grupo ND, Luís Meneghim, que representou o presidente Marcello Petrelli – em viagem num evento da Record no Rio Grande do Sul –, parabenizou Bertolin pela ideia e execução dos seminários, sempre com parceiros estratégicos, como no caso do Sebrae. Meneghim lembrou que o objetivo desses encontros é “discutir a cidade e olhar para o futuro. Defendemos o jornalismo de resultado. Isso norteia nosso trabalho no impresso, digital, TV e rádio. Jornalismo diferenciado, voltado para solução, o interesse público, o que diz respeito ao dia a dia da cidade, o impacto das decisões de governos”, salientou.
Ainda segundo Meneghim, a Capital é modelo em vários segmentos e o futuro já chegou por meio da Inteligência Artificial. “Nosso papel é dar espaço para que esses grandes temas cheguem à sociedade”.

O diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, disse que muitas vezes perguntam o que o Sebrae tem a ver com discussões sobre cidades.
“Santa Catarina tem quase 1,5 milhão de pequenas empresas, micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais. Mais de 80% delas, 1,2 milhão, estão nas cidades. Ou seja, a vida empreendedora é impactada pela cidade e impacta a cidade”, comentou.
Segundo ele, enquanto o Sebrae ajuda os pequenos empresários a terem cada vez mais sucesso e prosperidade, ao mesmo tempo, existe a discussão de se o ambiente em que eles tentam prosperar é favorável ou árido.
“É aí que o Sebrae se debruça para entrar neste debate a ter um ambiente mais favorável para quem empreende, no dia a dia, estando dentro da cidade e entram temas como desburocratização e mobilidade urbana no âmbito dos negócios”.
‘Cidade Empreendedora’ encerra debates de 2023 4l4y1w
O seminário de quinta-feira foi o último de uma série de cinco que o jornal ND promoveu para celebrar seu 17º ano de circulação.
Conforme o curador, Neri dos Santos, desde o início, a ideia era levar à população de Santa Catarina, especialmente a de Florianópolis, temas que fossem atuais, relevantes e para gerar novos empreendimentos.
“O tema Cidade Empreendedora, com o Sebrae, foi para mostrar que temos desafios, mas muitas oportunidades que podem ser desenvolvidas. Novos negócios, novas iniciativas e trabalhando nessa perspectiva de criar mais ecossistemas de inovação”, frisou o professor.
Mentor do ciclo de debates, Roberto Bertolin se disse realizado e muito satisfeito, primeiramente, pela assertividade dos temas debatidos.
“Estamos cumprindo, como grupo de comunicação, um papel fundamental, que é ir além do informar. Estamos levando o conhecimento, que está dentro da academia, das entidades, das lideranças, para a sociedade. Evidentemente, vamos continuar no ano que vem, porque uma sociedade só se desenvolve a partir do conhecimento”, destacou.
Além de Florianópolis, futuramente, a intenção é que o Fórum 2050, que nos últimos dois anos teve seminários sobre presente e futuro nos aniversários do jornal, possa discutir temas também das vizinhas Palhoça e São José, além de debates que devam ficar em alta por conta das eleições municipais.
Outros quatro seminários foram realizados para marcar os 17 anos do jornal ND em 2023. O debate sobre saúde, em parceria com a ACM (Associação Catarinense de Medicina), segundo Neri, foi realizado porque as pessoas estão vivendo mais, porém, não vale a pena viver mais sem saúde. “Também porque o setor já é o segundo que mais arrecada em Florianópolis”, ressaltou Neri. O seminário sobre a vocação náutica da cidade ocorreu porque é um grande nicho na Grande Florianópolis, especialmente na Capital, com a Schaefer Yachts, maior fabricante de iates do Brasil.
Ainda conforme o professor, saneamento básico, sugerido pelo Movimento Floripa Sustentável, foi tema de seminário porque é uma questão urgente na Capital, mas válida para todo o Estado. E o primeiro seminário, que debateu a revisão do Plano Diretor, em parceria com o Sinduscon-SC (Sindicato da Construção Civil), foi no intuito de entender e explicar o que falta para sua regulamentação do novo regramento e para revelar as oportunidades que a mudança traz.
“Temas extremamente atuais, que fazem parte do cotidiano da maioria da população de Florianópolis, de Santa Catarina por extensão. Um grupo de comunicação, como o ND, tem que levar informação para a população, mas nesses seminários estamos levando conhecimento”, frisou Neri.
Como foi o debate ‘Cidade Empreendedora’ no Super 17 ve27
Mediado pelo jornalista Paulo Mueller, da NDTV, o seminário Cidades Empreendedoras teve a participação dos secretários de Estado Cleverson Siewert (Fazenda) e Silvio Dreveck (Indústria, Comércio e Serviços), que apresentaram as ações do governo para ajudar os catarinenses a empreender.
Já o professor Eduardo Costa falou que as cidades precisam se referenciar nas empresas. O diretor do Sebrae, Luc Pinheiro, abordou a importância da desburocratização para a expansão do empreendedorismo nas cidades e o gerente Wanderley Andrade abordou a relação entre negócios e territórios, considerando suas especificidades.
Veja o que os istas disseram no 5º seminário do Super 17 13545p
O secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, abriu o trazendo conceitos e mostrando o que o Governo do Estado faz para entregar políticas públicas que estimulem o empreendedorismo.
“Toda vez que se juntam esforços entre iniciativa pública, privada, imprensa e sociedade civil organizada para discutir um tema tão relevante quanto esse, precisamos parabenizar e agradecer a oportunidade, sobremaneira quando o tema é cidade, que é onde vivemos, trabalhamos e moramos”.
Siewert lembrou que, atualmente, 50% da população vive nas cidades e que, em 40 anos, o número deve ar para 70%.
“A pandemia trouxe alterações estruturais, desde os centros globais de produção, ando pelas redes sociais, indústria digital e isso precisa estar alinhado aos aspectos econômicos e sociais das cidades para que possamos ter um desenvolvimento cada vez mais atual”, frisou.

Ainda conforme Siewert, a fim de acompanhar a revolução da indústria digital, que atravessa todas as esferas de negócio, desde ensino, entretenimento e trabalho, todos os setores precisam estar no meio online e com qualidade, além de abertos à inovação.
“Mais de 25 milhões de pessoas trabalham em home office. Tem ainda o consumo por delivery e as vendas online. Mais de 70% da população brasileira compra online hoje. Quem não entender isso, está fora do jogo”.

Gerente de desenvolvimento territorial do Sebrae/SC, Wanderley Andrade, por sua vez, abordou a importância de desenvolver as diferentes regiões de Santa Catarina para que tenham produtos de identificação geográfica.
“Quando falamos de território e trabalhamos esse tema cidade empreendedora, estamos falando e desenvolvendo território através dos municípios. Quando a gente começa a fazer esse tipo de trabalho, detectamos o que existe de melhor em cada município e em que podem se tornar referência”, ressaltou Andrade.
Segundo ele, o Estado tem diversos municípios com produtos de IG (Indicação Geográfica), como os vinhos dos vales da Uva Goethe, graças a um trabalho do Sebrae que visava fomentar o turismo na região e se detectou oportunidades com o vinho. Andrade citou, também, a banana de corupá, a maçã Fuji, o queijo serrano.
“Todos esses trabalhos que estamos fazendo nos territórios acabam detectando esse tipo de indicação geográfica. Aqui em Florianópolis estamos trabalhando forte com a ostra, que é reconhecida como a ostra de Floripa”, disse Andrade.
Conforme o gerente do Sebrae, a entidade fez uma pesquisa para trabalhar a indicação geográfica da ostra e detectou que, em São Paulo, a iguaria é reconhecida como a ostra de Floripa.
“Trabalhar o território e o turismo, incentivando o turismo e fazendo que se eleve, é também detectar um tipo de indicação geográfica que vire referência, levando turistas para diferentes regiões.”