Santa Catarina é o principal produtor e exportador de carne suína do Brasil, o Estado segue batendo recordes ampliando sua presença no mercado internacional. Mas o suinocultor atravessa um dos piores momentos dentro da atividade, segundo a ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), o alto custo de produção e a queda na remuneração paga pelo quilo do suíno vivo massacram qualquer perspectiva de lucro.

“Infelizmente nós tivemos uma queda muito forte no mês de janeiro, como jamais foi vista na suinocultura. Se nós avaliarmos em 21 dias nós perdemos R$ 0,50 em quilo no preço base. O cenário realmente é desesperador para o produtor. Por um lado a remuneração está em baixa e por outro os insumos como milho e farelo de soja não param de subir. Sem contar ainda toda a linha de nutrição e farmácia, que tem aumentado muito porque tudo é baseado em dólar”, afirmou o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
A Associação diz que a tendência é que os custos se mantenham em elevação. Além da seca que está afetando a produção dos principais estados produtores de cereais, o Brasil está exportando um volume muito forte de grãos. O próprio produtor de grãos está sofrendo com o aumento de valor dos insumos e fertilizantes. “Nós não teremos um cenário tão positivo de preços que possam agregar na produção de proteína animal”, destacou Lorenzi.
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A suinocultura é uma atividade que exige muita atenção e dedicação do produtor para ter um produto de excelência. “A gente sabe de todos os investimentos necessários dentro da granja, e em Santa Catarina que é o berço da suinocultura nacional, ainda temos muitas granjas antigas que precisam aplicar recursos em adequação para acompanhar o mercado”, disse.
E com todos esses impactos, o setor pretende olhar o cenário de forma realista. De acordo com a ACCS, vai ser preciso diminuir bastante a produção para poder ter uma expectativa mais positiva.
“O conselho que eu daria para os suinocultores é deixar na granja apenas metade do volume de leitões que nascem e descartar o resto. Só assim em seis meses teremos uma redução de plantel, controle da produção e melhora na remuneração. Não podemos proibir o crescimento da atividade porque o mercado é livre, mas podemos ter algum dispositivo que responsabilize quem cresceu e ocasionou a crise”, finalizou o presidente.