Matriz elétrica é aquele conjunto de fontes utilizadas para a produção de energia elétrica. E nesse quesito o Brasil vai muito bem. O país lidera a geração de energia limpa no mundo com 83% de sua matriz elétrica originada de fontes renováveis.

A participação é liderada pela hidrelétrica (63,8%), seguida de eólica (9,3%), biomassa e biogás (8,9%) e solar (1,4%). O CEO da Thymos Energia, João Carlos Mello, explica que a emissão de poluentes do setor elétrico é muito pequena porque há muitas hidrelétricas e fontes renováveis.
“No ano ado, a gente teve 95% da energia toda produzida por renovável e não emissora, ou seja, o que os outros países querem fazer a gente já ou. Então, nossa missão agora é tentar atender outros setores como transporte, indústria e eletrificar esse setor”, analisa Mello.
Até porque setores como transporte, combustível, aquecimento, indústria estão dentro da matriz energética, que é aquela que utiliza um conjunto de fontes de energia para atender as demandas do cotidiano da população.

Já nesse quesito ainda é preciso melhorar. Mas, para o presidente do Fmase (Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico) não é preciso ter pressa. É um processo que pode ser feito de forma bem planejada já que será custeado pela própria população.
“Todos esses custos serão pagos por nós seja no tesouro, seja na conta de luz, seja na gasolina, no imposto, no tributo, na taxa ou contribuição, nós é que vamos pagar por essa transição energética. Então se nós quisermos um mundo mais limpo nós vamos ter que pagar por isso, mas o brasileiro já pagou por isso quando nós resolvemos fazer renováveis na década de 70″, explica Marcelo Moraes.
“Quando começaram os grandes empreendimentos hidrelétricos nós pagamos por isso, a sociedade brasileira pagou por isso. Então hoje no rol de emissões o Brasil é um pais que emite muito pouco, percapitamente menos ainda”, lembra.
Um planejamento que visa garantir a segurança energética 1o2a2e

Hoje, a complementariedade das fontes garante o funcionamento do sistema. Isto é, se não tiver vento para a energia eólica, se não tiver sol para energia solar ou não tiver agua para as hidrelétricas são fontes firmes como as térmicas que conseguem manter o abastecimento.
“Eu não posso viver só das renováveis porque o sistema foi desenhado para usinas tradicionais como hidrelétricas e térmicas, então, sistema opera bem com essas usinas e agora, há uns dez anos, foi inserido o sistema das renováveis”, destaca João Carlos Mello.
“A gente tem que fazer um balanço bem equilibrado porque é preciso operar com segurança, então, desafio encontrar esse equilíbrio entre renováveis e as demais fontes que eu preciso para garantir segurança do sistema”, completa.

Desde que o Brasil começou a projetar a transição energética para cumprir os prazos estabelecidos um dos grandes focos está em fazer com que a transição seja justa, proporcionando menores emissões de carbono, mas caminhando junto com o desenvolvimento econômico e social.
Para Marcelo Moraes além de justa a transição energética precisa ser inclusiva levando em consideração os impactos na vida das pessoas.
“Como as pessoas vão estar se beneficiando dessa transição, ao invés, de estar pagando essa transição? Então é isso que o governo brasileiro nesse momento e as empresas envolvidas tem que debruçar considerando que já fizemos boa parte do nosso dever de casa como continuar fazendo sem prejudicar a nossa sociedade, e ao contrário, trazendo benefícios”, conclui o presidente da Fmase.