Preço do café sobe em setembro em todas as capitais do Brasil; entenda as razões 203v2l

As capitais que registraram a maior inflação do café em pó em setembro foram Belo Horizonte, Campo Grande e Florianópolis; especialista explica os motivos do aumento b1hv

Quem não abre mão do tradicional cafezinho pela manhã deve ter notado que o preço do café em pó subiu. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o produto sofreu inflação de 4,02% em setembro e já havia registrado alta de 3,7% em agosto.

Café em pó nas prateleiras de um supermercado em FlorianópolisOs preços do café em pó aumentaram em todas as capitais brasileiras analisadas pelo IBGE em setembro – Foto: Beatriz Rohde/ND

A inflação média brasileira foi de 0,44% em setembro, acima da taxa de agosto (-0,02%). De acordo com o levantamento do IBGE, o acumulado dos últimos 12 meses é de 4,42%.

A alta de setembro foi puxada sobretudo pelos custos de habitação (1,8%), devido à bandeira tarifária da energia elétrica residencial, e pelo grupo de alimentação e bebidas (0,5%).

Entre os produtos com as maiores inflações estão o mamão (10,34%), a laranja-pera (10,02%), o café em pó ou moído (4,02%) e o contrafilé (3,79%). Já a cebola (-16,95%), o tomate (-6,58%) e a batata inglesa (-6,56%) registraram queda nos preços.

O que levou ao aumento do preço do café em pó no Brasil? 6c346e

Pessoa serve uma xícara de café feito em cafeteiraOs pés de café atingidos pelas queimadas podem demorar até três anos para voltar a produzir – Foto: Beatriz Rohde/ND

A economista Bruna Soto, formada pela Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), explica que a inflação do café em pó está relacionada às queimadas no Sudeste, região produtora de café.

“Uma das principais causas da alta do café é o clima no Brasil. A falta de chuvas, combinada com as queimadas, pode interferir não apenas agora como a longo prazo”, esclarece.

Preço de um pacote de 500g de café moído em um supermercado de FlorianópolisBelo Horizonte, Campo Grande e Florianópolis registraram os maiores aumentos nos preços do café em pó, com mais de 8% de inflação – Foto: Beatriz Rohde/ND

As queimadas afetaram as lavouras de café e os pés perdidos, que precisaram ser replantados, demoram para voltar a produzir. Em média, o cafezal pode demorar de dois a três anos para iniciar a sua produção, mas o tempo varia de acordo com a espécie utilizada.

Além dos fatores internos, Bruna Soto aponta que o mercado externo e a alta do dólar também são responsáveis pelo aumento dos preços do café em pó. O Vietnã é o segundo maior produtor de café do mundo, atrás apenas do Brasil, e teve suas safras afetadas por chuvas intensas.

Café em grãos e moídoCom a alta do dólar, é mais vantajoso para os produtores brasileiros venderem ao mercado externo – Foto: Canva/ND

O tufão Yagi, que atingiu o país em setembro, deixou 296 mortos e mais de 1,9 mil vietnamitas feridos. O fenômeno também causou inundações e deslizamentos de terra na China, Filipinas, Hong Kong, Macau, Laos, Tailândia e Mianmar.

“A queda de oferta do café vietnamita fez o mercado externo se virar para o Brasil, favorecendo a venda, pelo produtor, ao exterior, devido ao valor no mercado”, observa Bruna Soto.

“Com o dólar alto, os produtores conseguem valores melhores no mercado externo e quando convertido para real fica mais vantajoso vender para fora”, conclui a economista.

Veja as capitais com as maiores inflações no café em pó 2r2f6v

Prateleira do supermercado na seção do caféA inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, o que implica na diminuição do poder de compra da moeda – Foto: Beatriz Rohde/ND

Florianópolis foi uma das capitais com o maior aumento nos preços do café em pó em setembro, com alta de 8,15%. No mês de agosto, a inflação do produto havia sido de 2,49%.

As informações são do ICV (Índice de Custo de Vida), calculado todo mês por economistas da Esag (Escola Superior de istração e Gerência) da Udesc.

O levantamento é divulgado desde 1968 para preencher a lacuna do IPCA do IBGE, que não inclui Florianópolis na lista de 16 capitais analisadas. O ICV da Udesc é calculado com a mesma metodologia do IPCA.

Confira o ranking das cidades onde o preço do café em pó mais subiu em setembro:

  1. Belo Horizonte (MG): 9,86%
  2. Campo Grande (MS): 8,40%
  3. Florianópolis (SC): 8,15%
  4. Curitiba (PR): 7,69%
  5. Brasília (DF): 7,52%
  6. Porto Alegre (RS): 7,35%
  7. Vitória (ES): 5,58%
  8. Goiânia (GO): 5,38%
  9. Salvador (BA): 3,91%
  10. Rio de Janeiro (RJ): 2,79%
  11. Belém (PA): 2,7%
  12. Recife (PE): 2,61%
  13. Aracaju (SE): 2,37%
  14. Rio Branco (AC): 2,12%
  15.  São Luís (MA): 1,88%
  16. Fortaleza (CE): 1,52%
  17. São Paulo (SP): 1,03%
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