Guerra na Ucrânia gera efeitos nas safras de SC e pode encarecer até o pãozinho; entenda 33472

Representantes do agronegócio de SC apontam impactos causados pela guerra no Leste Europeu

O conflito entre Rússia e Ucrânia provoca apreensão mundial e gera efeitos econômicos em todos os continentes. Entre os setores afetados pela guerra está o agronegócio de Santa Catarina.

Guerra na Ucrânia reflete em impactos para SCManutenção da safra do milho preocupa produtores, que podem sofrer prejuízos com a importação de fertilizantes – Foto: Arquivo/Governo de Santa Catarina/Divulgação/ND

Segundo o vice-presidente da Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), Enori Barbieri, até o pãozinho de cada dia pode ficar mais caro. Ele analisou as consequências para os mercados de grãos e fertilizantes e como isso impacta diretamente o Brasil e o Estado.

De acordo com Barbieri, 85% dos fertilizantes que o Brasil utiliza são importados e grande parte vêm da Rússia e Bielorrússia. A eclosão do conflito armado fez com que esses países parassem de enviar os produtos ao Brasil.

Neste primeiro semestre, ele acredita que o impacto da falta de fertilizantes não será tão grande no agronegócio catarinense. Isso porque o Estado não se encontra em período de plantio de safra. “Precisamos do produto para a safrinha do milho, mas certamente os produtores já têm em estoque”, aponta.

Para o vice-presidente, o abalo vira, sobretudo, no segundo semestre, caso o conflito persista. É preciso que o transporte marítimo seja liberado para que o fertilizante chegue ao Brasil.

Barbieri prevê que os preços dos produtos vão subir ainda mais nos próximos meses. “Sofremos uma grande alta no final do ano ado por falta de gás na Europa. A Rússia deixou de produzir ureia para abastecer o continente e os fertilizantes encareceram”, disse.

A continuidade do conflito fará com que os preços subam ainda mais pela alta demanda de fertilizantes em todo o mundo.

Pãozinho mais caro 5w4s3h

O vice-presidente da Faesc destaca que a Rússia é o maior exportador mundial de trigo e o Brasil, o maior importador do grão. “Certamente, o preço do trigo vai subir no mundo inteiro. Com isso, o Brasil vai pagar mais caro e, consequentemente, o preço do pão vai subir”, prevê.

Para Barbieri, não há como desviar do conflito no leste europeu no que diz respeito aos custos de produção. “Vivemos num mundo de comércio globalizado. A prática de compra e venda vai ser interrompida por conta dessa guerra”, afirma.

Frete está mais caro 1x4pb

Jorge Luiz de Lima, diretor geral do Sindicarne (Sindicato das Indústrias da Carne e Derivado no Estado de Santa Catarina), ressalta que o aumento do dólar e o encarecimento dos combustíveis fósseis – incluindo o barril de petróleo – afeta o setor de exportação e produção de proteína animal.

“Temos ficado bastante preocupados com a pressão no preço das commodities, principalmente o milho” diz Lima, que é também diretor geral da Acav (Associação Catarinense de Avicultura). Isso porque o grão é base da ração de animais, que por sua vez produzem a proteína animal.

“Esperamos que isso se encerre o mais rápido possível”, conclui.

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