O preço da gasolina comum em Blumenau é o mais caro entre as principais cidades de Santa Catarina. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
A pesquisa mais recente da agência foi feita em 11 municípios e 128 postos e mostra que a média do valor pago pelo blumenauense é a maior registrada: R$ 5,301.

Os dados mais recentes divulgados pela agência foram coletados entre os dias 18 e 24 de abril, mas mostram a diferença significativa de uma cidade para a outra.
O preço da gasolina em Blumenau fica a frente de cidades como Florianópolis, Itajaí e Balneário Camboriú, que tiveram média registrada de R$ 4,848, R$ 5,116 e R$ 5,266 respectivamente.
O preço mais baixo registrado entre os postos pesquisados em Blumenau foi de R$ 5,199, enquanto o mais alto foi de R$ 5,409.
Preço é justo, diz sindicato g3y2c
Para o presidente do Sinpeb (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau), Júlio Zimmermann, o valor cobrado pelos postos da cidade está dentro da normalidade.
Segundo ele, um dos fatores que impacta no preço final é o aumento do preço do etanol, que está presente na composição do combustível.
Outro fator apontado por Zimmermann como determinante para os valores praticados no município é o preço cobrado pelas distribuidoras. Segundo ele, algumas distribuidoras aumentam o valor do produto para Blumenau para compensar promoções feitas para outras cidades.
O presidente do sindicato também ressalta que os preços não são tabelados e que há postos em outras cidades que cobram o valor abaixo do preço de custo.
Procon fiscaliza abusos 265q30
O Procon de Blumenau acompanha a divulgação da pesquisa da ANP e verifica se há pratica abusiva dos postos no valor cobrado. O diretor geral do órgão, André Cunha, afirma que a margem de lucro dos estabelecimentos ainda está dentro do permitido e que não há prática abusiva.
Cunha lembra que desde o mês de março o Procon acompanha e fiscaliza os postos de combustíveis de Blumenau para verificar a transparência na divulgação dos preços praticados.
A medida atende ao Decreto Federal nº. 10.634/21, que determina a transparência na divulgação de informações aos consumidores referentes aos preços dos combustíveis automotivos.
O diretor geral do Procon alerta que o consumidor deve ficar atento aos itens que compõem o preço do combustível, pois as informações devem estar claras e íveis.

“O novo decreto garante a transparência do o à informação, permitindo ao consumidor saber o motivo de estar pagando aquele valor referente ao produto que está consumindo”, diz.
Conforme o decreto, a tabela fixada nos estabelecimentos devem constar as seguintes informações:
- O preço real praticado pelo estabelecimento
- O preço promocional (vinculado ao uso de app de fidelização)
- O valor do desconto
- O valor médio regional pago ao produtor ou importador
- O preço de referência para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços)
- O valor pago de ICMS
- O valor pago de PIS/Cofins
- O valor pago de CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)
“A gente tem que verificar quais são as despesas e o que compõem o preço da gasolina. Não é simplesmente pegar a nota fiscal, o valor final dela. Tem a folha de pagamento do posto, tem os seus encargos, gastos com o cartão, tem convênio, o aluguel do espaço, a prestação de serviços, isso tudo entra dentro do preço da gasolina”, afirma o diretor geral do Procon.

Concorrência afeta o preço 2d6l3x
Para o economista e professor da FURB Ralf Marcos Ehmke, alguns fatores podem implicar no preço da gasolina. Entre eles está o deslocamento das distribuidoras e o valor cobrado no frete dos combustíveis.
Segundo ele, cidades litorâneas e mais próximas de portos costumam pagar valores menores de frete se comparados com cidades interioranas e localizadas mais para o centro do estado.
Outro fator apontado pelo especialista e que implica na variação de preço é a concorrência. “Blumenau recentemente teve alguns postos que fecharam e menos posto significa menos concorrência e isso afeta os preços cobrados”, alega.
Santa Catarina entre os mais baratos 1z4r3h
Apesar dos valores praticados nas cidades, a pesquisa da ANP revela que Santa Catarina tem um dos menores preços praticados em todo o país. O valor médio cobrado na gasolina comum no estado é de R$ 5,027 e fica atrás apenas do Amapá, que tem o valor médio de R$ 4,795.
Já o valor mais alto praticado no país foi encontrado no Acre, com preço médio de R$ 6,212 por litro de gasolina comum.