O presidente da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), Mario Cezar de Aguiar, disse que a criação de uma moeda comum é complexa e que é necessário conhecer os detalhes da proposta.

Ele está em Buenos Aires, onde acompanhou a agenda empresarial bilateral na Argentina, a convite da Confederação Nacional da Indústria.
Aguiar destacou que vai iniciar agora a fase de estudos, sendo, portanto, um projeto de longo prazo, envolvendo também outros países da América do Sul. O nome proposto para a moeda comum é “sur”, que significa “sul” em espanhol.
“O exemplo da União Europeia, que levou décadas para consolidar o euro, mostra que moeda única é um tema complexo. Assim, as grandes diferenças macroeconômicas dos países do Mercosul são um desafio importante a considerar”, avaliou.
Argentina é o terceiro maior destino das exportações catarinenses com US$ 820,1 milhões, os Estados Unidos seguem como o maior consumidor dos produtos do Estado (US$ 2,1 bilhões), seguido pela China (US$ 1,6 bi).
Entre os principais produtos embarcados para o país vizinho estão papel kraft, revestimento de ferros laminados planos, cerâmica não vitrificada, aços laminados planos, motores elétricos, fios de cobre, carne suína, parafusos de ferro e motores de pistão.
Já as principais mercadorias compradas pela indústria catarinense no ano ado estiveram veículos, polímeros de etileno, legumes congelados, polímeros de propileno, alumínio em formas brutas, leite concentrado, pesticidas, malte, queijo e vinho.
Discussão antiga 50102d
Segundo o presidente da Fiesc, a discussão é antiga e resgata uma das primeiras propostas nascidas com o Tratado de Integração Mercosul. “Brasil e Argentina são importantes parceiros comerciais e o objetivo anunciado é potencializar o comércio e a integração produtiva regional, aumentando a resiliência a choques internacionais”, disse ele.

“Mas é preciso conhecer os detalhes do projeto, ainda não disponíveis, para avaliar o efetivo impacto e saber se vai ser positivo ao comércio, sem prejuízo aos empreendedores, que efetivamente fazem acontecer os negócios” completou.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a proposta não se trata de uma moeda única, que acabaria com o real e o peso. Mas sim uma moeda comum, que serviria apenas para facilitar transações comerciais sem a necessidade de recorrer ao dólar.
Ela seria muito diferente do euro — que é uma moeda única que substituiu moedas nacionais em 20 dos 27 países da União Europeia. Com isso, não substituiria o peso argentino e o real brasileiro.