O engenheiro e empresário Daniel Heller, 37 anos, encarou o desafio de começar uma empresa na área de informática com outros três sócios em 2001. Mas a origem da Teltec Solutions vinha de 10 anos antes, quando o pai de um dos sócios começou a empresa focada em PABX (telefonia). Como o negócio original não tinha mais fôlego no final dos anos 1990, surgiu a versão 2.0 da Teltec focada em rede de dados. Agora, mais uma vez, Heller lidera a unidade de negócios que tem como desafio revolucionar o ambiente hospitalar implantando soluções tecnológicas para melhorar o serviço neste setor.
Natural de Porto Alegre, da onde saiu para morar em Florianópolis com apenas seis meses de idade, Heller fez Engenharia Elétrica na UFSC. Foi ali, em um grupo de amigos que estudava junto na casa de Diego Brites – o pai dele que tinha iniciado a Teltec Telemática em 1991 – é que surgiu a ideia de começar um novo negócio. Glauco Brites Ramos, outro sócio-fundador da Teltec Solutions, é que percebeu que a informática seria o futuro e que merecia uma aposta. Em 2001, quando eles se formaram, surgiu a nova Teltec com Heller, Brites, Ramos e Rafael Araújo.
O primeiro emprego de Heller foi justamente o da Teltec. “No primeiro ano, não faturamos nada”, recorda o engenheiro. Três dos quatro sócios começaram do zero na empresa que foi, para todos eles, o primeiro emprego. A primeira virada importante da empresa veio em 2008, quando os quatro decidiram mudar a estrutura horizontal e formar uma equipe de profissionais que garantiria o crescimento da Teltec.
Até aquele momento, Heller atuava como engenheiro de pós-venda, Brites como vendedor e Araújo no pré-venda. A empresa chegou ao limite de, com aquela estrutura pequena, faturar R$ 7 milhões por ano. Mas os sócios perceberam que teriam que mudar a estrutura e contratar mais pessoas para crescer, o que de fato aconteceu. De 2010 até o ano ado, o faturamento da Teltec ou de R$ 11 milhões por ano para R$ 76 milhões.
A sede da empresa sempre foi a mesma, no bairro Coqueiros, em Florianópolis. Mas o estilo de organização a la Google é mais recente, com espaços para interação e relaxamento das equipes que atuam lá – a maior parte dos cerca de 80 colaboradores da empresa.
Outra virada importante para a Teltec foi feita em 2011, quando a empresa criou a primeira unidade de negócios segmentada em Brasília. Heller se mudou para dar o start na unidade na Capital federal especializada em contratos com o governo federal. No ano ado, a Teltec Brasília já representou quase 20% do faturamento da empresa. “Nossa expectativa é que Brasília, no curto prazo, venha a faturar mais que a Teltec Solutions (a empresa-mãe, em Florianópolis)”, projeta.
Agora, além daquela unidade, a Teltec trabalha com as unidades de negócio de Saúde (Healthcare), Educação e Cloud Computing (computação em nuvem). Heller lidera a unidade de saúde e está, pouco a pouco, demonstrando para os hospitais que é possível conseguir grandes ganhos de produtividade e economia de recursos investindo em tecnologia.
A unidade de Saúde da Teltec é composta, na linha de frente, por Heller e pelo enfermeiro e professor Marlon Rocha, que atuou durante pouco mais de dois anos como coordenador da UTI do Hospital Baía Sul, de Florianópolis, antes de ser convocado pela Teltec. “Nossa estratégia se diferenciou no mercado justamente porque temos um enfermeiro na equipe”, avaliou Heller. O trabalho do sócio e engenheiro à frente da unidade de Saúde da empresa é divulgar os benefícios da tecnologia para a área de saúde e, por isso, ele viaja, em média, uma vez por semana para fazer contatos comerciais pelo país.
Uma vez por ano, em média, Heller também viaja para o exterior atrás das últimas novidades na área. Em 2014, viajou para Chicago e nos dois anos anteriores para o Vale do Silício para participar de eventos de Health 2.0. “O ObamaCare (nova legislação de saúde implantada por Barack Obama nos Estados Unidos) trouxe muita tecnologia para a área de saúde. Estamos olhando o está sendo feito lá fora para ver o que podemos trazer para cá”, sintetiza.
Quando está em Florianópolis, Heller tem como rotina dar banho nas filhas Aline, de 5 anos, e Elisa, prestes a completar dois anos e meio, antes de ir para a Teltec. Ele chega na empresa entre 8h30 e 9h e fica lá até 18h ou 18h30, em média. Fora do horário de expediente, inclusive nos finais de semana, ele não pára para trabalhar, mas acaba resolvendo alguns problemas com o smartphone – em ligações de clientes ou respondendo e-mails. “Não me considero um workaholic”, garante.
Além de cuidar para ter tempo livre para ar com a família, Heller consegue tirar quatro semanas de férias por ano. No último mês, voltou a frequentar duas vezes por semana a academia, aonde faz atividade física entre uma hora e meia e uma hora e 50 minutos.
Há algum tempo ele estava fascinado pelos drones e, durante três meses, todos os finais de semana, pilotava um destes aparelhos. Mas enjoou. Por enquanto, ele não encontrou um novo hobby além da academia, exceto as wearables – ele tem uma coleção de pulseiras para medir pulsação, batimentos cardíacos, entre outros. Heller gosta de comprovar por conta própria os benefícios da saúde e da tecnologia aplicada a esta área. Confira, a seguir, a entrevista com ele:
Você lidera a unidade de negócios em saúde da Teltec Solutions criada no ano ado. Quanto vocês já conseguiram avançar no contato com os profissionais da área?
Bastante. Até considero que estamos evoluindo mais do que eu esperava em um primeiro momento. A gente está conseguindo, até pela estratégia que foi montada, chegar nas principais pessoas das áreas técnicas dos hospitais, que são enfermeiros e farmacêuticos. Mesmo sendo uma empresa de tecnologia, estamos conseguindo chegar nessas pessoas.
Gostaria de um exemplo prático. Desde que vocês começaram, ano ado, como foi o avanço da unidade de negócios no mercado?
A gente começou fazendo um estudo. Os primeiros quatro ou cinco meses foram de pesquisa de mercado. Fui em eventos, por exemplo. Começamos a visitar os hospitais efetivamente em janeiro e fevereiro (de 2015). Nas últimas duas semanas, por exemplo, a gente se reuniu com gerentes de enfermagem, que são as pessoas que comandam os hospitais de pelo menos uns quatro hospitais que são referência no Estado. Então aí o Dona Helena, que hoje é o principal hospital do Estado em termos de referência em tecnologia; o Hospital da Unimed de São José; o Hospital São José de Criciúma; e o São João Batista.
Quando tu comentas que o trabalho até agora superou as expectativas, foi em que sentido? No número de contatos feito por vocês com os hospitais?
Foi em número de contatos e no que a gente teve das pessoas que estão nos ouvindo. Porque o que a gente está levando para eles é uma coisa muito nova, eles nunca ouviram, eles nem sabem o que é. Para eles é algo do tipo “mas isso existe? Como estou aqui há 20 anos nessa área e ninguém nunca veio me falar disso daqui? Aonde vocês estavam até hoje"});// Remover os listeners após a execução document.removeEventListener('click', loadTaboolaConfig);document.removeEventListener('touchstart', loadTaboolaConfig);document.removeEventListener('mousemove', loadTaboolaConfig);document.removeEventListener('keydown', loadTaboolaConfig);}document.addEventListener('click', loadTaboolaConfig);document.addEventListener('touchstart', loadTaboolaConfig);document.addEventListener('mousemove', loadTaboolaConfig);document.addEventListener('keydown', loadTaboolaConfig);});