
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu, nesta segunda-feira (2), a fabricação e comercialização de produtos de três marcas, apontadas como responsáveis pela produção do chamado ‘café fake’.
A decisão ocorre após inspeção realizada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que constatou contaminação por toxinas nas amostras analisadas.
Nos três casos, foram encontradas matérias-primas impróprias para o consumo humano, contaminadas com OTA (ocratoxina A), uma micotoxina produzida por fungos.
Além disso, foram encontradas “matérias estranhas e com impurezas” nas amostras, que foram denominadas incorretamente no rótulo do chamado “café fake”.
Veja lista de marcas proibidas de fabricação e venda: 6y585f
- Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café – Master Blends Indústria de Alimentos Ltda;
- Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Tradicional Marca Melissa – D M Alimentos Ltda;
- Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Preto Marca Pingo Preto – Jurerê Caffe Comércio de Alimentos Ltda.
Segundo a Anvisa, também houve “contaminação no produto acabado, indicando falhas nas boas práticas de fabricação, no processo de seleção de matérias-primas, e na produção e controle de qualidade do produto final”.

Os rótulos do “café fake” também continham imagens e informações que poderiam causar erro e confusão em relação à natureza do produto, podendo levar o consumidor a entender que o produto se trata de café.
O que é o café fake? 5o4sz
Apesar de rotulado como café torrado, o composto era, majoritariamente, feito de cascas de café extremamente torradas – inclusive carbonizadas – e resíduos do beneficiamento do grão.
Os itens não podem ser considerados café, conforme determinado pela legislação vigente. A venda do produto, no entanto, não é proibida, desde que esteja claro no rótulo que se trata de algo semelhante ao café, e não a bebida em si.
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Em nota encaminhada ao ND Mais, o Grupo Jurerê informou que o produto se tratava de “mistura para preparo de bebidas, regulamentado pela ANVISA através RDC 719/2022 (a qual revogou a RDC 273/2005), e não café torrado e moído”.

A empresa, com sede em Florianópolis, informou ainda que “mesmo diante desta discussão acerca do café fake e devido ao término de fabricação deste produto, o saldo residual do lote 12025 do produto ‘Pó para Preparo de Bebida Marca Pingo Preto Sabor Café’ já foi recolhido do mercado até que sejam esclarecidos os fatos com os órgãos competentes”.
O ND Mais tenta contato com as outras duas marcas mencionadas pela produção do café fake, mas não obteve sucesso até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.