Rita Lee é um ícone da música brasileira e conquistou milhões de fãs com seu jeito irreverente. A cantora morreu na noite desta segunda-feira (8), aos 75 anos, no interior de São Paulo.
Rita Lee, morta aos 75 anos, tinha humor ácido – Foto: Reprodução/ND
O humor ácido e piadas pitorescas eram sua marca registrada em qualquer aparição, seja na internet ou em entrevistas. No Twitter era onde a artista conseguia se aproximar ainda mais dos fãs e arrancava risadas dos brasileiros.
Frases como “Eu não sou louca! Estou emocionalmente desequilibrada. Viver é perigoso” e “Eu lá sou mulher de fazer back up? Perdi tudo, f*da-se eu”, foram uma verdadeira aula de humor.
Outras vezes, como em sua autobiografia publicada em 2016, demonstrava profundo autoconhecimento e como queria ser vista como artista e mulher.
“Sei que ainda há quem me veja malucona, doidona, porra-louca, maconheira, droguística, alcoólatra e lisérgica, entre outras virtudes. Confesso que vivi essas e outras tantas, mas não faço a ex-vedete-neo-religiosa, apenas encontrei um barato ainda maior: a mutante virou meditante. Se um belo dia você me encontrar pelo caminho, não me venha cobrar que eu seja o que você imagina que eu deveria continuar sendo. Se o ado me crucifica, o futuro já me dará beijinhos.”
Confira outras frases
“A sorte de ter sido eu, de ter sido quem eu sou, de estar onde estou, não é nada, se comparada ao meu maior ‘Gol’. Sim, acho que fiz um monte de gente feliz”, disse em entrevista ao Conversas Com Bial, em 2017.
“Acho que as pessoas que gostam de mim entendem esse lado: subo no palco não como líder, como modelo, como artista. Sou representante de uma porção de perguntas, respostas, dúvidas. Eles não estão lá para escutar nenhuma verdade que tenho para dizer, não há mensagem, apenas procuro ficar junto com eles”, afirmou Rita Lee em entrevista para a Folha de S. Paulo, em 1978.
“Olha, eu nunca pensei em fazer que faço. Eu sempre estudei, sempre pensei em fazer outra coisa, e a música sempre foi uma mistura de ‘Deixa eu me vingar da vida’ e ‘Deixa eu comemorar a vida’.”
“Mulheres têm a idade que merecem, homens serão sempre crianças. (…) É um tal de política destruindo a liberdade, de medicina destruindo a saúde, de jornalismo destruindo a informação, de advogados e policiais destruindo a justiça, de universidades destruindo o conhecimento, de religiões destruindo a espiritualidade. Confie em Deus, mas tranque o carro. (…) O pior inimigo da criatividade é o bom-senso, mudar, mudar, mudar, nem que seja para pior. Dói mais sorrir na frente dos outros do que chorar sozinha, mas não devo levar a vida tão a sério porque ninguém sai dela vivo”, em sua autobiografia publicada em 2016.
Diagnóstico de câncer 4z6g5s
No começo de 2021, Rita foi diagnosticada com câncer de pulmão e se tratou com imunoterapia e radioterapia. Em abril de 2022, a família anunciou que o câncer de Rita Lee estava em remissão e a roqueira estava curada.
Desde então, o tumor não tinha apresentado sinais de retorno. Entretanto, em fevereiro deste ano, ela voltou a ser internada. A cantora se recuperou e voltou para casa uma semana depois.
O velório será aberto ao público no Planetário do Parque Ibirapuera, nesta quarta-feira (10), a partir das 10h.
