
O primeiro sábado de junho é marcado pelo Dia do Manezinho e a data foi marcada por celebrações da cultura e identidade de Florianópolis. Neste sábado (7) a capital catarinense promoveu uma programação especial voltada aos nativos da cidade.
O destaque deste ano foi a sanção da lei que institui o Selo de Qualificação e Certificação das Rendas de Bilro, medida que visa valorizar o trabalho das tradicionais rendeiras e rendeiros do município.
Selo da Renda de Bilro visa reconhecer procedência e qualidade 2v44
A iniciativa, de autoria do vereador Renato da Farmácia, tem como objetivo reconhecer a procedência, a qualidade e o caráter artesanal das rendas produzidas em Florianópolis, além de fomentar o artesanato local e combater o uso indevido da identidade cultural da cidade por terceiros.
“Recebemos a denúncia de que muita gente comprava as rendas aqui, que são de alta qualidade, e iam vender na Europa, mas não diziam que era daqui. Diziam que era de outro lugar. Isso é um desprestígio para quem faz da renda uma verdadeira arte, uma questão de continuidade cultural”, destacou o vereador.
“Todo mundo, quando vai comprar uma roupa, sempre dá uma olhadinha na etiqueta. Por que a gente não pode fazer isso na renda? Então, daqui para frente, nossa renda vai ter uma etiqueta, dizendo que foi feita em Florianópolis, ecologicamente correta, produto artesanal.”, concluiu.

O selo funcionará como uma certificação oficial de que a peça foi produzida no município, com técnicas tradicionais e em conformidade com critérios de sustentabilidade. A expectativa é de que a medida impulsione não apenas o reconhecimento cultural, mas também o potencial econômico da Renda de Bilro na capital.
O secretário de Cultura, Esporte e Lazer de Florianópolis, Roberto Katumi, também comemorou a conquista. “Esse projeto realmente vem incentivar, vem dar aquilo que a gente sempre brigou, valorizar a nossa renda e o produto da renda. Um selo que vai mostrar para o mundo de onde saiu aquela bela peça de renda.”, disse.

Tradição açoriana 1p291h
Durante o evento, o prefeito Topázio Neto lembrou das raízes açorianas da tradição e destacou o valor cultural do ofício das rendeiras.
“O prefeito da cidade de Velas, da Ilha de São Jorge, em Portugal, esteve aqui comigo dizendo: ‘Prefeito, as rendeiras vieram dos Açores em 1748.’ Só que a renda nos Açores terminou, não tem mais rendeira lá. Eles vêm para cá e ficam encantados com a nossa renda. Nós recebemos essa tradição há 277 anos, e agora estamos fazendo o caminho inverso para levar para eles o que era a tradição deles. Isso é cultura e isso é a manutenção do nosso maior bem.”, destacou o prefeito durante o evento.
Com o novo selo, Florianópolis reforça seu compromisso com a preservação do patrimônio imaterial e o apoio às comunidades artesãs. A Renda de Bilro a a ter não apenas reconhecimento formal, mas também a promessa de um futuro mais valorizado.