Pessoas que emendam um relacionamento no outro, mal terminam e já estão com outra pessoa. Você é assim? Se a resposta for não, provavelmente conhece alguém que se comporte dessa forma.
Você sabia que existe um nome para esse tipo de situação? Chama-se “relacionamento rebote” e começa de forma muito rápida. Após terminar com alguém, a pessoa começa outra relação do dia para a noite e, geralmente, faz coisas que não realizava no relacionamento anterior.
Relação rebote: emendar um relacionamento após o outro é saudável? – Foto: Freepik/ND
Um exemplo disso é apresentar para a família, para os amigos, publicar fotos ou elogios nas redes sociais, entre outras situações. No entanto, essas relações têm um prazo de validade e, da mesma forma repentina que se iniciam, costumam acabar.
O gênero que mais possui casos de relacionamento rebote 4a6z2q
A psicanalista Cristiane Pereira explica que esses casos acontecem independente do gênero. “É característica de pessoas dependentes emocionais que não conseguem alimentar a ideia de ficar sozinhas e precisam de alguém ao seu lado”, conta.
Já para o psicólogo Rafael Frasson, esses casos estão ligados à sociedade atual, onde as informações são entregues de maneira veloz.
“Tudo que se faz tem que ser para ‘ontem’. Isso tudo gera uma sociedade na qual os relacionamentos também acabam sendo afetados, seja na velocidade de se relacionar, seja na velocidade de terminar um relacionamento”.
A jovem, Eloiza Rafaeli, de 21 anos, conta que após 2 anos de relacionamento, ela e seu ex-marido terminaram e em questão de semanas ele apareceu com outra namorada. “De cara foi muito triste, pois para alguém que dizia me amar e aparece com outra pessoa é o sinal de que talvez esse amor não existisse da forma que ele alegava”, disse.
Cristiane indica que emendar os relacionamentos pode ter ligação com dois fatores. O primeiro, à dependência emocional. “Toda pessoa dependente emocionalmente não consegue ficar sozinha e tem como característica esse comportamento de emendar um relacionamento no outro”, afirma.
O segundo é pelo fato de a pessoa agir pelo instinto de ir à caça satisfazer seus desejos sexuais. “De certa forma, esse comportamento, muitas vezes está relacionado à hipersexualização, também pode estar ligado à dependência emocional, afinal, precisa ir em busca de outra pessoa para se obter prazer”.
Uma mulher, de 63 anos, que não preferiu ser identificada, afirma que após um relacionamento tóxico de 15 anos, preferiu seguir sua vida sozinha, enquanto isso, seu ex-marido já está no quarto casamento, sempre um relacionamento emendado no outro.
De acordo com Cristiane, após relacionamentos abusivos ou tóxicos o indivíduo pode desenvolver vários traumas e se fechar para futuras relações. Rafael explica que um meio de superar esses problemas é a psicoterapia.
“O tratamento possui ferramentas para ajudar pessoas em relacionamentos, porém isso leva tempo e dedicação das pessoas envolvidas e não é de outra para outra que os problemas emocionais são resolvidos ou amenizados”, explica Frasson.
Formas de evitar 5t95n
Os psicólogos indicam muitas formas para tratar esses problemas de dependência emocional, Cristiane indica que uma delas é a terapia.
“Nela você pode encontrar formas de ressignificar sua infância, suas crenças, seus traumas, ou seja, entender seus comportamentos, se autoconhecer, trabalhar sua valorização, crescer e amadurecer a ponto de enxergar que só existe relação a partir do momento que você primeiro se relaciona bem consigo mesmo”, diz Cristiane.
Uma dica do Rafael para evitar esses relacionamentos é: “acima de tudo se conhecer muito bem e conhecer ao máximo a outra pessoa antes de se envolver em outro relacionamento amoroso.”
Cristiane declara que só a partir de uma autoaceitação a pessoa entende que não precisa de ninguém para ser feliz. “Dessa forma, se sentirá feliz com a sua própria companhia, sem a necessidade de ter alguém, ou melhor, qualquer alguém do seu lado assim tão rapidamente”.
