O Dia do Folclore é comemorado em 22 de agosto, relembrando o conjunto de tradições que um povo preserva. Dentro deste conjunto de heranças culturais, estão o saber fazer, as crenças, os mitos e a culinária.

As tradições mais evidentes em Florianópolis são aquelas herdadas dos açorianos e dos povos indígenas, explica o historiador do Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC, Joi Cletson. Além destes, a contribuição dos povos africanos também é destacada por Roseli Pereira, educadora e pesquisadora da Cultura Popular.
A Capital é cheia de encantos e histórias de magia e, não por acaso, é conhecida como a Ilha das Bruxas. Roseli destaca o legado de Franklin Cascaes para a cultura local.
“Ele traz no seu universo fantástico, através das suas pesquisas realizadas no interior da Ilha, causos como os que têm entre os personagens lobisomem , boitatá, mula sem cabeça e as próprias bruxas”, explica Roseli.
Da mistura de povos e costumes que marcam a formação da cidade surgiram inclusive a gastronomia, também parte do folclore: farinha de mandioca, peixe, camarão e o pirão de nylon são alguns exemplos.
De geração em geração 6hj1l
As tradições da Ilha foram parar nas histórias contadas e cantadas na internet e nos livros. “Vamos moreninha, vamos até lá, vamos lá na vila ver meu boizinho dançar”, canta o vídeo da música Moreninha, criado pela empresa Meu Boizinho e publicado no YouTube.
Aproveitando as histórias contadas na ilha, os ilustradores e sócios da Meu Boizinho decidiram criar produtos culturais que alimentam o imaginário infantil.
Eles contam histórias inventadas a partir de personagens como a Vó Zinha, Bacuri, Cotinha, Bebel e Mamão, inspirados nas tradições do litoral. São construídas narrativas em diversos formatos, desde livros até conteúdos digitais publicados nas redes sociais e no site.
Boi de mamão 5n4s3g
O boi de mamão tem um dia próprio de comemoração no calendário da Capital, em 20 de agosto. O personagem também relembra uma data importante em 22 de agosto, junto ao Dia do Folclore, quando foi declarado patrimônio imaterial da Capital catarinense.

Roseli lembra que a brincadeira tem destaque em todo o litoral do Estado. “Tudo isso vem se perpetuando através das gerações, do ree dos saberes dos nossos mestres e da nossa ancestralidade”.
A Meu Boizinho acredita que uma pessoa que valoriza a cultura do seu lugar adquire um sentimento maior de pertencimento. “Queremos que nossos filhos se conectem ainda mais com a tradição e os costumes da cidade onde vivem, foi desta ideia que nasceu o Meu Boizinho”, destaca um dos criadores, Bruno Pagani.
Bruxas 5z3z1z
As praias, ondas e paisagens da Ilha encantam e se misturam com contos sobre as bruxas, que vieram dos Açores na época da colonização e ainda habitam a Ilha, como conta a educadora.
Entre todas as formas de transmissão destas histórias, a tradição oral se mantém e Roseli convida: “se você perguntar para os pescadores, benzedeiras e para as rendeiras da ilha, elas vão contar muitos causos da Ilha”.