Arqueólogos acreditam ter descoberto o maior túmulo de crianças sacrificadas do mundo: se trata de 227 crianças mortas em ritualmente há cerca de 600 a 800 anos no norte do Peru, atual cidade de Huanchaco. Apesar o número impressionante, especialistas consideram que os restos mortais encontrados até agora podem ser apenas uma fração do total.

“Onde quer que você cave, há outro [corpo]”, afirmou Feren Castillo, arqueólogo chefe da escavação, em entrevista à AFP na quarta-feira (28).
Os corpos, de crianças entre 4 e 14 anos, foram enterrados de frente para o mar e ainda apresentam vestígios de pele e cabelo.
A localização remonta à cultura Chimú, uma civilização pré-colombiana que habitava a costa norte do Peru antes de ser conquistada pelo Império Inca, por volta de 1475.
Segundo Castillo, o local é semelhante a outros cemitérios Chimú, onde crianças eram sacrificadas, esfaqueadas no peito e enterradas em rituais coletivos.

Ritual foi associado ao El Niño 4a2o7
Os pesquisadores sugerem que os sacrifícios podem estar relacionados ao fenômeno climático El Niño, caracterizado por tempestades devastadoras na América do Sul.
Evidências indicam que as crianças foram sacrificadas durante períodos de chuvas intensas, possivelmente como oferenda aos deuses para que os desastres naturais fossem amenizados.
Descoberta de outro túmulo de crianças sacrificadas c1q16

O caso é comparável ao cemitério Chimú de Huanchaquito, descoberto em 2018, onde foram encontrados os restos de 140 crianças, também com sinais de sacrifício ritual.
Em alguns casos, os corações das vítimas haviam sido removidos. Cerca de 200 lhamas foram enterradas junto aos corpos.
Conforme os pesquisadores, os Chimú era uma sociedade que recorria a sacrifícios em massa como forma de lidar com eventos climáticos extremos e garantir a sobrevivência de sua cultura.