A primeira mulher trans a vestir uma farda da Polícia Militar de Santa Catarina comemora nesse mês do Dia Internacional das Mulheres por ter sua identidade reconhecida pela Polícia Militar, mas sabe que ainda há um caminho a ser seguido para que a igualdade seja algo comum na sociedade.

Priscila Diana tem 43 anos e é sargento da PM. Ela nasceu no interior do Paraná e diz que desde criança percebeu que era diferente das demais. “Eu me via como menina, mas não entendia. Somente adulta que comecei a frequentar um centro de acompanhamento para pessoas transgênero”, disse.
Ainda antes da transição, ela decidiu entrar para a Polícia Militar com 19 anos. Somente quando teve assessoria jurídica, a oficial decidiu se assumir como mulher trans.
Em janeiro de 2020 ela conseguiu alterar todos os documentos, inclusive nome e sexo na certidão de nascimento. A dificuldade encontrada pela sargento foi a mudança de nome na PM, tanto que ela teve que entrar com um processo judicial contra a Polícia Militar de Santa Catarina.
Atualmente, Priscila está lotada em uma cidade do Planalto Norte. Quando perguntada sobre a vontade de um dia ser mãe, a mulher de pronto responde. “Com um mundo preconceituoso que vivemos, eu acho que a criança iria sofrer muito com isso. Já basta o sofrimento que uma pessoa trans possui ao longo da vida”, disse.
No mês em que é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, a sargento pede que as pessoas tenham mais empatia. “Deveríamos ser mais unidas. É importante que a sociedade entenda que temos características nossas”, explica.
O nome escolhido pela sargento se refere a heroína dos quadrinhos, a Mulher-Maravilha, Diana de Themyscira. A ideia do nome foi de uma amiga, que disse que ela tem a força de uma heroína em lutar contra as adversidades do mundo.