Por mais que alguns dados devam ser mostrados pela qualificação (no caso de bons exemplos) ou racismo contrário (em casos em que destacamos a cor da pele sobre realizações das minorias), existem realidades que, por mais difíceis de serem aceitas, são destacadas por estatísticas em pesquisas.

Uma delas está relacionada às mulheres negras, que enfrentam muitas barreiras no mercado de trabalho, mesmo sendo a principal fonte de renda de muitas famílias no Brasil. No mês da Consciência Negra, comemorado neste domingo (20), vale o conteúdo. Não é mimimi: é informação.
Vamos aos fatos: 47% das profissionais da gastronomia entrevistadas em pesquisa inédita da cervejaria Stella Artois e do instituto Ipsos alegam que entrar na profissão é bem mais difícil para uma profissional negra.
Na região Sul do país, 59% delas concordam parcial ou totalmente com essa afirmação. Os dados revelam também que mulheres brancas destacam-se nos cargos de proprietárias: 20% entre as mulheres brancas contra 12% entre pardas e 9% entre pretas.
A pesquisa 3y5v18
O levantamento analisou o mercado em profundidade para entender os desafios e as ambições dessas profissionais no setor. O resultado mostra que cerca de três em cada dez profissionais mulheres na gastronomia já sofreram discriminação de gênero ou pensaram em mudar de profissão por falta de oportunidade.
Para as mulheres negras, estas barreiras são ainda maiores e mais difíceis de transpor – a cerveja da Ambev reúne alguns dados que retratam esse cenário. P interesse por uma contextualização não é de hoje.
Nos últimos anos, a Ambev reconheceu que tinha uma longa jornada pela frente sobre a temática racial e assumiu compromissos importantes para promover uma agenda de equidade dentro e fora da companhia por meio de suas marcas.
Dificuldade também para capacitação e Investimentos 6aj15
A empregabilidade e o planejamento de carreira também são afetados duplamente pela desigualdade de gênero e racial: os dados gerais da pesquisa indicam que 44% das mulheres que trabalham no ramo concordam que a licença maternidade costuma causar transtornos para os estabelecimentos.
Entre as mulheres pretas, essa afirmação é de 54%; já entre as mulheres brancas, essa porcentagem é de 40%. A pesquisa identificou que as frentes em que as mulheres mais encontram dificuldade para se desenvolver na gastronomia são crédito, formação e visibilidade.
Mudando o Cenário 3j2u5u
Para contribuir para uma mudança nessa realidade, a empresa anunciou o movimento Juntas Na Mesa, com um investimento de R$ 10 milhões em iniciativas nesses pilares. O projeto conta com a parceria de profissionais referência da gastronomia, como Bela Gil, Kátia Barbosa, Andressa Cabral, Bel Coelho, Cafira Foz, Bruna Martins, Kalymaracaya Nogueira, Amanda Vasconcelos, Michele Crispim e Nara Amaral. Algumas delas, chefs de cozinha, estão conquistando mais espaços mesmo diante de todos os desafios, sendo protagonistas na gastronomia brasileira.
Uma exemplo de SC r4t5t
Michele Crispim, campeã da quarta edição de um reality gastronômico em 2017, está acumulando agens por outros programas na TV e streamings como participante e apresentadora. Natural de Florianópolis, a catarinense ainda assina a sua própria marca de sobremesas.
“Eu me sinto estereotipada o tempo inteiro, e a minha vida foi quebrar barreiras, entrar, estar e permanecer em lugares que teoricamente ‘não eram para mim’. Felizmente, para mim, desistir não é uma opção”, comenta.
Está aí uma conscientização de protagonismo negro feminino que não deve ar despercebido em um período tão importante. Informação doce com tempero de superação e sabor de resiliência. Impossível digerir o fato sem sentir gostinho de quero mais!