Amor, carinho, incentivo e parceria vão muito além do Dia dos Pais 44521w

Comemorado no segundo domingo do mês de agosto, o Dia dos Pais é uma forma de homenagear a figura paterna, importante para a criação dos filhos. É um dia voltado para que eles expressem o amor e o agradecimento pela parceria, cumplicidade e ensinamentos deixados por eles.

É um dia também de relembrar os momentos compartilhados entre a família, como é o caso do 2° Sargento do Exército, Fabrício da Silva Pereira, 44 anos, e o seu filho Hasaff Cardoso Pereira, 12. Músico desde os 9 anos e, atualmente, saxofonista na Banda do Exército, em Florianópolis, Fabrício toca e canta com Hasaff desde que ele era muito pequeno.

Hasaff, que completa 13 anos no dia 22 de agosto, é autodidata e tem o chamado “ouvido absoluto” – um fenômeno auditivo considerado raro, caracterizado pela habilidade de uma pessoa identificar ou recriar uma nota musical, mesmo sem ter um tom de referência. Fabrício conta que Hasaff começou a tocar teclado aos 3 anos. “Quando eu tocava a música, ele ia no teclado e, com apenas um dedinho, recriava a música no tom certo”, conta.

Fabrício e a mãe de Hasaff, Joelma Augusto Pereira, ficaram encantados e aram a incentivar o garoto, mas relatam que nunca o ensinaram a tocar os instrumentos e nunca o colocaram em aula de música.

Hoje, além do teclado, Hasaff toca outros cinco instrumentos: bateria, contrabaixo, guitarra, ukulele e sax. “Ele é talentoso de nascença. É dele. Nós o incentivamos, mas em nenhum momento o forçamos a ter esse amor pelos instrumentos musicais. No dia a dia ele se divide em ir para a escola, brincar e tocar seus instrumentos”, declara Joelma.

Pai babão e realizado

Além disso, Hasaff também canta. Fabrício conta que aos 8 anos o filho se apresentou na escola, juntamente com ele e a Banda do Exército. Aos 9, Hasaff participou, a convite, da 7ª edição da Orquestra de Baterias, em Florianópolis. Seja em apresentações, ou em um simples momento juntos em casa praticando, Fabrício não nega a figura de “pai babão”.

“Sou suspeito para falar, mas o Hasaff é uma criança diferenciada. Nós, músicos, sempre sonhamos que os filhos sigam nossos os e toquem algum instrumento. Ele já toca seis e quer aprender mais um, então ele está muito além de mim. Só tenho que agradecer a Deus pela vida dele e pela minha família. Sou um pai muito realizado”, declara Fabrício.

Unidos pelo sangue e pela música, Hasaff também relata que deseja seguir os os do pai na carreira militar. “Para mim, é um orgulho ver meu filho seguindo, naturalmente, meu caminho. Ele diz que quando crescer quer ser sargento músico do Exército”, revela Fabrício. “A música está no meu sangue”, conclui o menino.

Pai e filha compartilham o gosto pelos patins

Em São José, na Grande Florianópolis, Walisson Alves da Silva e a filha Íris Alves dos os, 5, compartilham o tempo juntos na patinação. Walisson é patinador profissional e conseguiu conciliar esporte e trabalho com a vida familiar. “Comecei a praticar quando eu tinha 4 anos”, conta a pequena Íris.

Walisson é patinador profissional há 20 anos e pratica diversas modalidades. Ele também é instrutor de patins e demonstra todo esse conhecimento para a filha. “Acabamos desenvolvendo uma didática para poder ensinar crianças, adultos e idosos. E, claro, com a minha filha não poderia ser diferente”, explica.

A pequena Íris está só começando na patinação e o instrutor não poderia ar mais confiança. O pai serve de guia, professor, protetor e incentivador para que a filha possa superar os próprios desafios.

“Gosto muito da patinação, é o meu esporte favorito, mas já pratiquei vários ao longo dos tempos e eu sempre quis que ela tivesse essa oportunidade. Nunca fui incisivo com ela nos patins para que não fosse algo forçado, mas, no fim, ela já pedia para a mãe ‘calça os meus patins’ e só tirava para ir para a escola”, diz Walisson, rindo.

O pai, orgulhoso pela escolha e dedicação da filha, sempre mostra que os obstáculos podem até ser grandes, mas nada que a parceria entre eles não possa superar.

Amor e criatividade em forma de café da manhã

“Bom dia, flor do dia.” É desse jeito carinhoso que o engenheiro civil Thiago Aguiar Vieira fala com a filha Cecília Vieira, 6, logo cedo. Logo pela manhã, o pai faz questão de preparar um café da manhã bem diferente para Cecília.

Com as frutas disponíveis para o cardápio do dia, Thiago cria pratos divertidos com vários desenhos diferentes. Ele já fez de tudo: animais, paisagens, flores… e Cecília adora.

“Foi algo que surgiu de maneira bem despretensiosa. Lá em casa, o café da manhã sempre foi feito por mim, por eu ter o hábito de acordar bem cedo. Em certo dia, eu cortei uma melancia para a minha filha e na casca eu escrevi ‘eu te amo’. A partir dali, vi que ela gostou, e comecei a fazer com maior frequência e, consequentemente, comecei a melhorar a produção destes pratinhos lúdicos”, relata Thiago.

Incentivo à criação de memórias

O carinho e talento de Thiago saiu da rotina da família. Hoje, ele tem pouco mais de 10 mil seguidores no Instagram, onde compartilha as obras de arte com outros pais. “Eu iniciei pensando unicamente em agradar a minha filha, e assim criar essas memórias afetivas com ela.

Com o ar do tempo, percebi que essas criações poderiam ajudar outros pais tanto na criação destas memórias quanto na questão da seletividade alimentar dos filhos.

Posso dizer que dá muito resultado pela excelente relação que tenho com a minha filha e também pela falta de restrição dela com a maioria das frutas”, destaca.

Cecília, que segue, aos poucos, o talento do pai, demonstra e retribui o amor recebido. “Nós já até competimos para ver quem faz o melhor prato”, conta. Na hora de decidir quem fez o melhor desenho, Cecília revela: “É o do meu papai. Ele pratica mais”.

Thiago conta que o carinho que dá para a filha e a esposa Juliana Vieira é reflexo da vivência com os próprios pais. “Isso é fundamental para a formação de uma criança forte e bem preparada para um futuro que se mostra cada vez mais difícil. Tem que ser uma troca de amor, afeto e carinho. É isso que vai dar e às crianças futuramente”, declara.

Qualidade de tempo entre pais e filhos desenvolve habilidades sociais

A psicóloga clínica voltada para o atendimento infantil, Suelen Lazaretti, destaca a importância do tempo de qualidade entre os familiares. “O tempo de qualidade refere-se ao período que os pais dedicam exclusivamente aos filhos, em que estão presentes de corpo e mente, interagindo de maneira significativa e genuína”, descreve.

A psicóloga explica que esse momento entre pais e filhos desempenha um papel fundamental no desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças. “Quando os pais se envolvem ativamente com os filhos, criam-se laços emocionais profundos, aumentando a confiança e o sentimento de segurança dos pequenos.

Além disso, esses momentos promovem o desenvolvimento de habilidades sociais como empatia, comunicação e resolução de conflitos, à medida que a criança aprende observando o exemplo dos pais”, explica Suelen.

Aos pais que têm dificuldade de reservar um tempo somente com os filhos pela rotina corrida, a psicóloga explica que o segredo está na qualidade, não na quantidade. “Mesmo que o tempo disponível seja limitado, é importante maximizar esses momentos.

Pode ser uma brincadeira, uma conversa durante as refeições ou até mesmo uma leitura antes de dormir. O foco deve ser na conexão genuína e no aproveitamento ao máximo do tempo juntos”, finaliza.