Novo modelo de lar reflete mudança no estilo de vida ps16

- +
Faz mais sentido pensar nas atividades da casa, como trabalhar, comer, dormir, se divertir, independentemente do ambiente

É perceptível a alta movimentação no interesse das pessoas com o próprio lar. “Além de arquiteta, também sou síndica de um condomínio, e pude perceber que a questão de locação e aquisição de imóveis não parou durante a pandemia”, afirma a arquiteta e urbanista Silvya Capriano, integrante do CAU-SC (Conselho de Arquitetura de Urbanismo de Santa Catarina).

“Tivemos uma movimentação grande de pessoas comprando e fazendo mudanças. Como arquiteta, pude perceber que os trabalhos em arquitetura de interiores durante a pandemia aumentaram. O foco é na melhoria da qualidade de vida”, justifica.

Arquitetos revelam movimentos, como ambientes mais amplos, que integrem todos os tipos de demandas, para moradores que am cada vez mais tempo em casa – Foto: Divulgação/NDArquitetos revelam movimentos, como ambientes mais amplos, que integrem todos os tipos de demandas, para moradores que am cada vez mais tempo em casa – Foto: Divulgação/ND

A especialista atribui o movimento pelo novo olhar que foi despertado nos moradores a partir da necessidade de ar mais tempo em casa.

“As pessoas aram a cuidar mais de suas casas e apartamentos, dos ambientes internos, para moldar ao trabalho e ao descanso, das áreas externas para serem compartilhadas pela família”, esclarece Silvya.

“A pandemia nos trouxe muitos aprendizados e descobrimos que mesmo com o distanciamento imposto pela questão da saúde pública, percebemos que precisamos cuidar mais do nosso lar, dos ambientes que temos, com mais atenção e melhor uso”, completa.

Reformas e construções aquecem o mercado da construção civil 6146d

Entre as mudanças mais comuns estão adaptações para dormitórios e, principalmente, equipamentos para home office.

As salas aram a compartilhar espaço para o computador. Na visão da arquiteta, Silvya Capriano, o período deve provocar um efeito nos cuidados que as pessoas aram a ter com os ambientes onde vivem.

“Os lares já estão sendo mais valorizados. Muitas famílias buscando sair de apartamentos para casas, a fim de ampliar os espaços. Quanto às reformas então, nem se fala, todos melhorando e adaptando para algo que era provisório se tornar concreto. Mesmo com os materiais subindo a toda semana. A procura é grande”, assegura.

Assim como no mercado da construção civil, a falta de matéria-prima também afetou os preços para equipamentos de reformas e itens de interior, mesmo assim o consumo foi muito ativo.

“As pessoas estavam reformando e o material faltava no mercado, e dessa forma os preços aumentaram, mas as pessoas não recuaram”, completa.

A valorização das casas com espaço amplo e as reformas de interiores tiveram alta no período pandêmico e sinalizam um caminho que deve continuar – pelo menos no futuro próximo.

“No início da pandemia houve um grande aumento na procura por imóveis mais amplos e arejados como casas e coberturas para locação de curta temporada. Famílias que moravam em apartamentos mais compactos viram a necessidade de mais espaço para viver em confinamento com mais qualidade de vida”, afirma o especialista imobiliário da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Pedro Cunha.

“Com o ar do tempo, o que deveria ser uma solução momentânea e paliativa, se mostrou necessária, somada à adaptação de muitas pessoas para o trabalho de casa. Isso trouxe o aumento da procura não só pelo aluguel de casas e coberturas, como de casas de campo ou veraneio. Mais ainda, trouxe o aumento do consumo de materiais de construção e móveis para quem buscou dar mais atenção à própria casa”, completa Cunha.

Detalhes importantes na hora da escolha 5mh5n

A mudança para um novo endereço é um momento de extrema importância na vida de uma pessoa. A escolha envolve um novo espaço para recarregar as energias, curtir a família ou até mesmo trabalhar e estudar como nos dias atuais.

Por isso, a decisão de comprar ou alugar um lar remete a muita reflexão. Mas afinal, para evitar arrependimentos, quais aspectos devem ser levados em consideração?

De acordo com especialistas, há um ‘combo’ fundamental de fatores que fazem toda a diferença. Segundo o arquiteto Rico Mendonça, são várias circunstâncias que devem influenciar na escolha.

“A busca pelo espaço ideal vai ter que ser um combo de benefícios para a saúde física e mental”, afirma.

“Independentemente do tipo de moradia que procura, o ‘voltar pra casa’ tem que ter um apelo gostoso”, adianta o arquiteto.

O primeiro o, para Rico Mendonça, é “visitar o local e se encantar”. Mas com certeza isso não é o suficiente.

Por isso, o profissional lista uma série de pontos cruciais para ajudar um novo morador na sua decisão. Um ponto importantíssimo, que é o mais indicado, é observar a posição solar do espaço.

O arquiteto detalha os aspectos que estão diretamente ligados à iluminação do imóvel.

“Casas voltadas para o Sul tem muita umidade e possibilidade de mofo é grande”, ressalta.

Outra dica importante destacada pelo arquiteto é observar o entorno da moradia.

São cinco pontos que demandam a atenção: pavimentação; iluminação das ruas; rede de água e esgoto; energia elétrica; telefonia e internet.

Atenção ao sol z3w2p

  • Fachadas sul não recebem incidência direta do sol;
  • Fachadas norte recebem incidência do sol durante todo o dia na maior parte das estações;
  • Fachadas leste recebem o sol da manhã;
  • Fachadas oeste recebem o sol mais forte e durante um período maior do dia.

Localização? Depende 4z1e1i

“O que sempre falamos é que a regra número um de um imóvel é a localização. A gente verifica que as pessoas procuram perto de onde vão trabalhar, estudar, da escola dos filhos, enfim, onde consigam se locomover facilmente”, diz a diretora do Secovi-SC (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e istração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais de Santa Catarina), Viviane Mondardo.

“Com certeza morar perto do trabalho, associado com outras proximidades como supermercados, colégios, farmácias, são os principais aspectos que influenciam as pessoas na hora de mudar para um imóvel”, complementa Paulo Azevedo, corretor de imóveis.

Mondardo ressalta que, com a pandemia, ocorreu uma mudança no perfil de comportamento dos novos moradores, mas acredita que a tendência de morar perto do trabalho e das principais necessidades não irá mudar.

“Há um estresse grande de quem fica muito tempo no trânsito, essa vulnerabilidade de não saber que horas chega, então a grande vontade das pessoas é agilizar isso para ganhar mais qualidade de vida. A localização, ainda acredito, que por mais que tenha tido toda essa movimentação com a pandemia, ela continua sendo o grande forte do imóvel”, conclui a diretora do Secovi-SC.

Os toques pessoais d4362

“Eu tenho notado que muita gente se sente melhor quando tem sua ‘pitada’ de decorador, para deixar o seu canto com a sua identidade. Tudo vai depender, claro, do quanto se quer ou pode investir”, avalia Rico Mendonça.

Na visão do arquiteto, as casas mobiliadas podem ser um fator de facilidade, principalmente para quem tem menos tempo ou dinheiro.

“Imóvel mobiliado é um facilitador, pois a ‘cara’ do morador fica nos objetos, mobília solta, cores nas paredes e por aí vai. Precisaria de menos empenho para deixar com seu jeito, mas existem aqueles que já tem alguns móveis herdados, tem história que quer levar consigo, e isso deixa mais acolhedor o novo lar.”

Para a professora de Arquitetura e Urbanismo da Univali, é importante ter em mente o tempo que você pretende ficar naquele espaço.

“Um dos pontos para esta escolha é o tempo que você pretende ficar neste espaço. Às vezes a praticidade de uma casa mobiliada, já sabendo que eu tenho um tempo de vida curto naquele lugar, posso personalizar com pequenos objetos como almofadas, quadros e tapetes”, afirma.

“Agora, se é um ambiente onde vamos permanecer por mais tempo, também é possível avaliar em ficar com alguns objetos, que tem uma durabilidade maior, como pisos e mobiliários maiores, e ainda assim
você pode dar uma cara totalmente nova, parecendo que você começou do zero, mesmo aproveitando alguns móveis ou revestimentos antigos”, explica Marina Otte.