Já discutimos sobre o orgasmo anteriormente, mas ainda há muitas conversas necessárias sobre saúde sexual e gêneros. Mesmo quando estamos com uma parceria com quem podemos compartilhar nossos desejos e vontades, algumas disparidades persistem na vida sexual. Por exemplo, você já ouviu falar sobre desigualdade do orgasmo?

É um termo cunhado para descrever a disparidade nos orgasmos entre casais, também conhecida como lacuna orgásmica. Como está a sua satisfação sexual? Estudos apontam que mulheres cis-heterossexuais são o grupo que menos alcança orgasmos durante o sexo, muitas vezes devido à falta de compreensão sobre seu corpo sexual.
Uma vida sexual saudável e satisfatória não deve – e nem pode – ser medida apenas pela quantidade de orgasmos, mas estudos descobriram que há uma diferença considerável entre a frequência de orgasmos de homens e mulheres em relacionamentos heterossexuais.
Reconhecer e abordar essa desigualdade é um o importante para melhorar a satisfação sexual de todos os envolvidos. E esta é uma questão que surge com frequência nos atendimentos em consultório e na plataforma Sexo Sem Dúvida.
Embora estejamos focando em relacionamentos heterossexuais, é importante notar que mulheres lésbicas e bissexuais têm significativamente mais orgasmos do que as mulheres heterossexuais.
Além disso, há uma lacuna de orgasmos entre mulheres quando estão sozinhas e se masturbam e quando estão em uma parceria. Um estudo científico revela que 39% das mulheres disseram sempre ter orgasmo quando se masturbam, em comparação à 6% durante a atividade sexual em parceria.
O grupo com maior probabilidade de sempre ter orgasmo durante o sexo são os homens heterossexuais. No entanto, muitos ainda acreditam que a melhor maneira de levar uma mulher ao orgasmo é através do sexo penetrativo, ignorando a importância da estimulação clitoriana.
As mulheres lésbicas e bissexuais são mais propensas ao orgasmo do que as mulheres heterossexuais, possivelmente devido às práticas sexuais que não se concentram apenas no sexo com penetração.
Além disso, essas mulheres podem ter uma compreensão mais profunda das sensações do corpo feminino em relação ao orgasmo e na forma de dar e receber prazer. E, ainda, podem buscar parcerias que olhem para as suas demandas e corpos.
A desigualdade do orgasmo é cultural. Em uma pesquisa publicada no Archives of Sexual Behavior (2018), os pesquisadores atribuíram a lacuna do orgasmo à falta de compreensão da anatomia feminina. A confusão em torno da vulva, da vagina e do clitóris interfere no conhecimento e prazer sexual.
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O autoconhecimento feminino contribui para mostrar à parceria o seu próprio prazer. Hoje, localizar o clitóris não é o principal problema, mas sim como estimulá-lo adequadamente, bem como o corpo todo, para alcançar o prazer.
Conhecer o seu próprio corpo e o corpo do outro, tanto anatomicamente quanto funcionalmente, é fundamental para melhorar a vida sexual. Isso aumenta o prazer e a confiança.
E o que pode acontecer se as mulheres se tornarem mais orgásmicas? Elas se tornam melhores comunicadoras, ressignificam mitos prejudiciais sobre a sexualidade e melhoram vários aspectos do seu funcionamento sexual, como a satisfação sexual, excitação, lubrificação e imagem corporal.
Além disso, sentem-se mais no direito ao prazer, o que pode reduzir as dores sexuais, frequentemente consideradas comuns pelas mulheres. Dor sexual não é normal!